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sexta-feira, 3 de maio de 2019

ANTUNES FILHO NÃO MORRE



O passamento do diretor de teatro Antunes Filho, paulistano de Bixiga, me fez lembrar passamento idêntico do também diretor de teatro e jornalista Flávio Rangel (1934-1985).
Antunes foi tão grande quanto Flávio Rangel.
Flávio tinha a ver com opinião, o teatro, etc.
Antunes tinha a ver, como Flávio, com liberdade. Ambos
fizeram artes falando sobre liberdade. Arte é liberdade.
Um dia Geraldo Vandré pediu que eu entrasse em contato com
Antunes Filho. Ele queria que Antunes o dirigisse de volta ao mundo da arte. Liguei para Antunes e ele pediu: “vem cá, vem me ver, conversamos”.
E aí eu fui a Unidade SESC Dr. Vila Nova, onde Antunes tinha
espaço para formar novos atores. Conversamos e conversamos e na conversa final ele deu uma risada, dizendo: “o Geraldo não tem jeito, não voltará nunca a cantar e a tocar num palco”.
Curioso nessa história é que algo parecidíssimo ocorrera
entre mim e Flávio Rangel.
O Flávio trabalhou comigo na Folha. E a ele também falei
sobre a vontade do Geraldo... O encontro entre mim e o Flávio ocorreu na minha casa, no bairro de Santa Cecília, SP. O Geraldo esteve presente e conversou, e conversou e conversamos e no final disso tudo o Geraldo continuou na moita, escondendo-se no passado.
A última vez que vi Antunes Filho faz uns 8 anos. Eu o vi
pelas costas, entrando na sua casa. Sequer nos cumprimentamos. Guardo a imagem dele na minha memória como um homem decidido a mudar a vida através da arte.
Antunes era duro e poético, como a vida.

Foto: internet

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