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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O FOGO TÁ COMENDO TUDO!


A Fauna e a Flora brasileiras são ou eram as mais diversificadas e ricas do planeta. No total há ou havia, até há pouco, 1.622 tipos de aves e 46.097 tipos de plantas. Mas o fogo tá comendo tudo. 
A maior das nossas aves é o Gavião Real que chega à casa dos 2 metros de envergadura. A menor é um passarinho titica chamado popularmente de caçula, que mede algo em torno de 6 centímetros e pesa 5 gramas.
O prejuízo é incalculável. Morre onça pintada e não pintada, morre macaco-prego e macacão, cobra, peixe e tudo. O resultado disso é um desastre que se agiganta a cada minuto, a cada segundo.
Informações colhidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, dão conta de que passa de  5.300 o número de incêndios Brasil afora.
A polícia continua prendendo incendiários, piromaníacos a serviço de sacanas graduados.
O que não pode morrer é a nossa esperança, não é mesmo?
Quando penso em esperança, beleza, simplicidade, penso logo em beija-flor.
O beija-flor, essa avezinha que canta se balançando no ar, é originária do continente Americano. Só há neste Continente.
Ornitologistas chegaram à conclusão de que há, ou havia, pelo menos 87 tipos de beija-flores no Brasil.
Há um poeminha em que digo:

...Bonito é escutar
Cantiga de cantador
E trinado de passarim
De passarim peneirador
Peneirando no espaço
Cantando pra beija-flor

Mas eu não sou passarim
Nem tampouco cantador
Sou apenas um jardim
Carregador de fulôr
Feito pra encantar
Os olhos do meu amor

E fiz também isso aqui, escutem:


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

TÁ TUDO PEGANDO FOGO!

Céu de São Paulo nesses dias poluídos

Piromaníacos a mando de canalhas continuam 
tacando fogo nas florestas brasileiras. Isso é grave, muito grave.
Até agora a polícia efetuou a prisão em flagrante de pelo menos 17 incendiários em Mato Grosso e 15, no interior paulista.
Só nesse último fim de semana foram constatados pelo menos 400 focos de incêndio em Goiás. Lá ninguém foi preso.
Goiás, no Centro-Oeste, é Estado que faz parte do Cerrado.
O Cerrado é o segundo maior dos cinco biomas brasileiros, ocupando cerca de 23% do nosso território. Quinze por cento desse total acham-se sob o "controle" de fazendeiros e outros poderosos. O restante, 8%, está sob os cuidados do Governo. Na região existem pelo menos 320 mil tipos diferentes de animais. Só de borboletas há pelo menos 900 espécies. Muitos já morreram e outros estão em extinção como o Guará.
O fogo que está engolindo Goiás, Mato Grosso e São Paulo está engolindo também cerca de 80% do verde dos nossos parques e florestas Brasil afora.
A desgraceira está sem controle, enquanto quem pode incentiva criminosos a atear fogo por aí.
A PF está em campo, no rastro dos piromaníacos.
Hoje 11 é o Dia do Cerrado, criado em 2003 quando Lula já era presidente do Brasil. A propósito, ele esteve ontem 10 na Amazônia. Foi ver em loco a desgraceira. E disse: "Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desses fenômenos [climáticos extremos]. Para isso, vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal".
Ah! Sim: hoje 11 é o terceiro dia consecutivo que a Capital paulista ocupa o 1º lugar no ranking das 10 cidades com pior ar do mundo.
O cantor e compositor pernambucano Alceu Valença tem no seu repertório uma música muito bonita intitulada Flores do Cerrado. Ouça:

terça-feira, 3 de outubro de 2023

A AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Não são incomuns secas no Norte nem no Nordeste. Mais especificamente nas regiões amazônicas e nordestinas.
Uma grande estiagem que se abateu sobre o Nordeste no século 19 levou o imperador Pedro II a jurar pelo pai, pela mãe e pelos céus que venderia até o último brilhante de sua coroa para acabar com o sofrimento dos nordestinos e que faria tudo para que não morresse ninguém. 
A promessa foi feita em 1877, quando meio mundo nordestino morreu.
Quanto à promessa do rei, que foi feita só da boca pra fora, ficou como "dantes no quartel de Abrantes" ou ao "Deus-dará".
Na terrível seca de 1877, só no Ceará morreram pelo menos 400 mil homens, mulheres e crianças. Sem falar em bichos graúdos e passarinhos.
Na Amazônia, as secas também são cíclicas e matam fauna, flora e gente. Agora mesmo está ocorrendo uma dessas secas. Especialistas prevêm que essa seja a maior de todas. Os efeitos terríveis já são visíveis.
Enquanto o nível das águas do Amazonas e afluentes baixa, as temperaturas aumentam e matam tudo que anda vivo. 
Entre os bichos que morrem praticamente cozidos, se acham peixes e mamíferos como o boto.
O boto é um golfinho muito bonito e virou lenda a partir das observações dos indígenas.
Segundo a lenda, em momentos especiais golfinhos chamados botos deixam os rios e vão pegar moças virgens, especialmente virgens, para depois de uma boa lábia engravidá-las. Pois, pois. A consequência é uma criança indesejada e o desgosto dos pais. Hmmmm.
Até agora, em menos de um mês uma quantidade superior a 100 ou 200 botos morreram por causa da evaporação das águas dos rios. Como se não bastasse, ainda tem o envenenamento dos rios provocado pelo garimpo ilegal praticado na região. Em suma: mais uma grande tragédia se delineia no horizonte amazônico. E não custa lembrar que muitas outras secas já ocorreram em  1912, 1925/26, 1964, 1980, 1983, 1997/98, 2005 e 2010.
A Amazônia pede socorro, pois até água de beber está faltando nas cumbucas do povo.
O boto cor-de-rosa só existe na região amazônica. E uma curiosidade a ser levada a sério: o homem que comer um boto torna-se corno e morre enfeitiçado pelo próprio Demo.
Ah! O boto já inspirou compositores a comporem belas músicas. Ouça com Mônica Salmaso a canção Foi o Boto Sinhá, de Valdemar Henrique e Antônio Tavernard:

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

EU E MEUS BOTÕES (69)

A porta da casa foi aberta de supetão, daquele jeito tipo brucutu. Era Lampa, um tanto esbaforido. Sem meias palavras e com o Estadão nas mãos, foi lendo aos solavancos a manchete: "Por fim, o cara a cara com Zelensky. Lula fala com ucraniano sobre guerra e evita tema com Biden". E continuou: "Reunião foi a primeira após divergências sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Segundo a diplomacia ucraniana, serviu para quebrar o gelo".
Todos se levantaram batendo palmas, surpresos. Barrica foi o primeiro a falar: "Confesso que desconhecia esse lado do Lampa".
"Que lado?", bufou Lampa irritado: "Eu estudei. Eu também sou gente, portanto qual é a surpresa?".
Silêncio.
"Calma Lampa, calma", pediu com tranquilidade o poeta Zilidoro. "É que você é realmente uma pessoa incrível, Lampa", acrescentou o poeta.
Bom, pessoal. Estou muito satisfeito com todos vocês. Todos somos iguais, embora aqui e ali um brilhe mais do que o outro. O Lampa é autêntico e o seu jeito natural de falar repete-se agora. Ontem terminamos a nossa conversa com ele perguntando a respeito de Lula, que se achava nos EUA...
"Isso mesmo, chefe! Meu conterrâneo Lula estava lá pras bandas dos Stêitis, falando com o gringo que se acha dono do mundo. E devo dizer a quem se surpreende comigo que sou um cidadão comum interessado com tudo que acontece no Brasil e no mundo. Eu leio o jornal, leio revista, ouço rádio, vejo TV e até na Internet eu mexo!", acrescentou.
Muito bem Lampa, o Lula botou em dia a conversa que queria com o Zelensky. Falou de paz, paz e paz. Vamos ver no que vai dar.
"Se der certo, o Lula leva o Nobel da paz", arriscou Jão.
"Olha, até o Jão sabe o que é Nobel", meteu-se irônico Mané. 
Barrica, lembrou que ontem não falei direito sobre o Marco Temporal. Aproveito pra dizer que a questão indígena é uma questão muito delicada e que o tal Marco Temporal não existe, não está na Constituição. E se não está na Constituição não deve ser apreciado e tampouco julgado pelo STF. Como apreciar e julgar algo que não existe? 
Nem bem eu disse isso e Zoião emendou: "Existe só na cabeça dos ricões do agronegócio. Esses fazem tudo e muito mais pra ganhar, pra fazer dinheiro. São uns pobres diabos viciados em dinheiro e poder".
O papo tá bom, mas...
"Não, seu Assis, não. A gente aqui queria saber a sua opinião a respeito da PEC da Anistia Partidária. É uma aberração. Querem ficar livre das multas que chegam a bilhões e bilhões de reais e ainda afunhenhar mulheres e negros com uma cota mínima", interrompeu Zé.
Pois é, você já disse tudo. Até pessoal!
Todos, fazendo graça: Aaaaaah...

terça-feira, 5 de setembro de 2023

UM DIA TODO PARA PENSAR NA AMAZÔNIA

Hoje 5 de setembro é o Dia da Amazônia e o dos Irmãos.
Nada mais natural do que hoje e todos os dias voltarmos o nosso olhar à floresta amazônica.
A Amazônia está sendo destruída pela mão do homem há muitos anos. Até agora já foram destruídos cerca 700.000km². À medida que as árvores caem pela brutalidade e ganância humanas caem por terra a vida e sonhos dos povos originários do Brasil e de toda extensão da mata que passa por nove dos 13 países sul-americanos.
É enorme e rica a biodiversidade amazônica, ambicionada por todos os povos incluindo os ricos.
É óbvio, mas não custa repetir que a Amazônia tem que ser defendida com unhas e dentes pelo governo brasileiro.
A floresta amazônica tem inspirado, ao longo do tempo, poetas, compositores e romancistas do nosso País principalmente.
São inúmeras as músicas sobre a Amazônia.
O primeiro poema sobre a Amazônia gravado em disco no Brasil foi Amazônia, de Cassiano Ricardo. Esse poema foi interpretado por Helena de Magalhães Castro e gravado em 1929 num estúdio da extinta Victor e lançado no ano seguinte.
A primeira música gravada sobre a Amazônia foi a canção Amazonas de Henrique Vogler, Lamartine Babo e J. Menra. Foi gravado em 1929 e lançado em 1930 na voz de Zulmira Miranda. Gravadora Odeon.
O dia da Amazônia deve-se à Fundação da Província do Amazonas, feita por iniciativa do imperador Pedro II. O causo ocorreu, através de decreto, no dia 5 de setembro de 1850.
Sempre e sempre é bom pensar, falar e agir em defesa da Amazônia.
Quanto ao Dia do Irmão... Bom, irmão é irmão. E a convivência entre irmãos nem sempre é o que deveria ser: harmônica.
Caim matou Abel e tal.
O escritor português José Saramago escreveu uma joia a respeito de Caim e Abel.
O escritor brasileiro Machado de Assis nos legou uma beleza de história chamada Jacó e Isau.
E por aí segue a história: os irmãos Karamazov, de Dostoiévski; os irmãos Grimm, que transformaram contos adultos em contos infantis; Meu irmão eu mesmo, de João Silvério Trevisan...
 
 
Na música são muitos irmãos e irmãs que formaram dupla: Célia e Celma, Irmãs Medina, Irmās Pagãs, Irmãs Portela, Irmās Vidal, Irmās Rocha, Irmās Santos, Irmãs Soares, Irmãs Souza, Irmãs Andrade, Irmãs Bianchini, Irmãs Campeirinhas, Irmãs Castro, Irmãs Galvão, Irmãs Ibeji, Irmãs Lacerda, Irmãs Maria, Irmãs Castro, Irmãs Cavalcanti, Irmãs Meirelles; Irmãos Laureano, Irmãos Petra De Barros, Irmãos Tapajós, Irmãos Almeida, Irmãos Alves, Irmãos Amorim, Irmãos Andrade, Irmãos Correia, Irmãos Diogo, Irmãos Divino, Irmãos Franco, Irmãos Kurimori, Irmãos Kurimori, Irmãos Messias, Irmãos Neier, Irmãos Paranaenses, Irmãos Portela, Xerém e Tapuya (irmãos indígenas nascidos numa extinta tribo do Ceará), Irmãos Eymard, Cristian e Ralph, Jacó e Jacozinho, Paulo e Chico Caruso, Paulo e Jean Garfunkel, Tonico e Tinoco...
No começo dos anos de 1970, o governo militar rasgou a Amazônia com o projeto Transamazônica. Um crime. A dupla Tonico e Tinoco gravou uma música falando dessa "coisa". Ouça:
 

LEIA MAIS: O GOVERNO CORRE PRA TRÁSYANOMAMI: UMA TRAGÉDIA PROGRAMADA • DEU MICO!

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

E O PETRÓLEO DA AMAZÔNIA, HEIN?

Gostei da fala do Lula ontem 9 em entrevista coletiva, em Belém, PA, quando cobrou grana dos países ricos prometida para o Fundo Amazônico. Disse: 

"A Amazônia não é só a copa das árvores, não é só os rios. Lá moram milhões de amazônidas que querem viver bem, trabalhar, comer, ter aquilo que produz, além de querer preservar, não como santuário, mas preservar como uma fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro para que a gente possa encontrar um jeito de preservar ganhando dinheiro, para o povo possa viver dignamente".

A fala de Lula foi feita após o encerramento da reunião da Cúpula da Amazônia, que resultou praticamente em nada. Nem a pauta sobre possível exploração de petróleo na margem equatorial brasileira foi posta à discussão. Frustração geral. O que acho disso?
Acho que quanto mais petróleo for encontrado nos domínios da nossa terra, melhor. Não basta uma grana daqui e dali vir pra manter de pé a floresta Amazônica. Como diz o Lula, "A Amazônia não é só a copa das árvores, não é só os rios". É muito mais. A pobreza grassa na região, incluindo a fome. E como uma coisa puxa outra, lembrei de um livro de extrema importância publicado em 1937 pelo escritor paulista Monteiro Lobato.
A história contada por Lobato no livro O Poço do Visconde começa com Pedrinho, Narizinho, Emília, Dona Benta e Tia Anastácia assistindo aula de Geologia dada pelo "professor" Visconde de Sabugosa.
Depois de falar sobre matérias orgânicas, o Visconde discorre a respeito da erosão que corrói tudo que pode corroer. Ele:

"... A erosão desagrega as rochas e por meio dos rios as conduz para o mar. Por isso os continentes estão sempre a diminuir de volume e o fundo do mar está sempre a crescer de altura. Os sábios calculam, por exemplo, que cada mil toneladas de material pulverizado extraído do continente, de modo que em cada dez mil anos o tal golfo fica mais raso um metro. No fim de 7 milhões de anos estará completamente aterrado. Aqui no Brasil temos o Amazonas que, segundo os cálculos de Euclides da Cunha, leva para o mar 3 milhões de metros cúbicos de detritos por dia, ou seja quase dois quilômetros cúbicos por ano. Mas esses detritos não se acumulam logo adiante do despejo do Amazonas, por causa da velocidade da correnteza na foz. São levados mar adentro até alcançarem a célebre corrente do Golfo do México".

Euclides da Cunha, não custa lembrar, foi jornalista, engenheiro, poeta e geógrafo. Como jornalista cobriu a Guerra de Canudos para o jornal O Estado de S.Paulo. É dele o livro Os Sertões, cuja primeira parte é uma verdadeira aula de geologia.
Bom, voltemos ao Visconde e suas aulas aos viventes do Sítio do Pica-pau Amarelo. 
Aqui e ali interrompido por Pedrinho, Narizinho e Emília, sobre se havia petróleo no Brasil ao tempo em que o livro foi publicado, o Visconde responde:

"Não existem perfurações, isso sim. Petróleo o Brasil tem para abastecer o mundo inteiro durante séculos. Há sinais de petróleo por toda parte — em Alagoas, no Maranhão, em toda a costa nordestina, no Amazonas, no Pará, em São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande, em Mato Grosso, em Goiás. A superfície de todos esses Estados está cheia dos mesmos indícios de petróleo que levaram as repúblicas vizinhas a perfurar e a tirá-lo aos milhões de barris. Os mesmíssimos sinais".

O que é melhor: morrer com o corpo e a mente cheios de doença, de fome, ou puro e simplesmente respirando o ar puro?
Monteiro Lobato foi o primeiro brasileiro a lutar pela localização e extração de petróleo nos nossos domínios. É dele a frase: "O petróleo é nosso". Por colocar em pauta essa questão, foi preso por Getúlio. Curiosidade: no dia 3 de outubro de 1953, Getúlio Vargas criou a Petrobrás (música abaixo).
É claro que não é importante para os grandes países produtores de petróleo e derivados ter o Brasil lado a lado. É natural que temam a concorrência e, de tabela, não queiram que o petróleo localizado na margem equatorial brasileira seja explorado.
E o poço do visconde, deu resultado?
Ao fim do livro, Pedrinho exibe uma placa com a data 9 de agosto de 1938. O que significa isso?
Ah! Sim: Lula arrancou do baú a expressão "amazônidas". Você sabe o que é isso? E você sabe também o que é manauara? E soteropolitano?
Bom, eu sou paraibano de João Pessoa.


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

CÚPULA IMPOSITIVA


A reunião denominada Cúpula da Amazônia, iniciada ontem 8, deverá terminar hoje com muitas indefinições.
Os governantes dos oito países da Amazônia Legal, reunidos no Pará, chegaram até aqui sem nenhuma conclusão unânime. Nem mesmo as pretensões de Lula de desmatamento zero na região. Essa meta, segundo o presidente brasileiro, deverá ou deveria ser alcançada até 2030.
As leis dos países participantes da Cúpula são diferentes entre si, daí as indefinições observadas na Carta de Belém, que já foi divulgada.
Grilagem e latifúndios são problemas antigos do Brasil.
A região Norte, onde se acha a Amazônia é no rigor a mais pobre do País. Seus habitantes, incluindo os indígenas, sofrem de todos os males provocados pela ganância do homem branco. Mas, claro, a pobreza que paira no Brasil é grande. 
No campo da pobreza, pobreza de faltar tudo na mesa, se estende aos nove Estados nordestinos.
Doenças e fome atacam o Brasil em todos os flancos.
De um lado a seca, de outro enchentes.
São históricas as secas no Brasil, principalmente no Norte e no Nordeste.
Em 1982, o Brasil se uniu para ajudar as vítimas das enchentes na Capital pernambucana. A ajuda veio de todo canto, até dos artistas da nossa música. Chico Buarque e Fagner lideraram esse movimento, que resultou num disco com duas faixas vendido em benefício das vítimas das chuvas daquele ano. Uma das faixas daquele disco, Seca d'Água, levou a assinatura do poeta Patativa do Assaré.
Patativa, de batismo Antônio Gonçalves da Silva, foi um dos poetas mais importantes do País. Deixou uma obra muito bonita, recheada de clássicos como A Triste Partida, A Morte de Nanã, Vaca Estrela e Boi Fubá e Eu Quero, que diz:
 
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver

Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal...
 
Patativa do Assaré, sobre quem escrevi um livro biográfico (O Poeta do Povo), viveu longa vida num pedaço de chão no qual plantava para sobreviver em Assaré, CE. Perdeu a visão ainda criança, em 1913. Dez anos depois, em 1923, escreveu seus primeiros versos tendo como tema as festas juninas. Em 1956 publicou seu primeiro livro, Inspiração Nordestina. Em 1973, com 64 anos de idade, foi atropelado por um automóvel e quase morreu. O resto é história.
Os países que fazem parte da Amazônia Legal são, além do Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. O presidente ditador da Venezuela fugiu da reunião de Belém.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

QUESTÕES INDÍGENAS EM PAUTA

Com a presença de representantes de vários países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica foi oficialmente aberta pelo presidente Lula a Cúpula da Amazônia. Os países são Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela.
Essa reunião iniciada hoje e prevista para terminar amanhã 9, no Pará, deverá ter efeito benéfico aos moradores de toda a região.
Ontem 7 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, anunciou uma boa nova: a população brasileira de indígenas quase dobrou em 2022, em relação à pesquisa de 2010. Isso quer dizer que foi de 896.917 para 1.693.535 habitantes.
E como a coisa puxa outra, acabo de lembrar uma ou outra coisinha referente ao mês de agosto.
Em 1943, Luís da Câmara Cascudo iniciou pesquisa sobre o que nós, brasileiros, comemos.
Os primeiros alimentos que ingerimos desde tempos de antanho vieram do cardápio indígena, como macaxeira, mandioca, inhame e cará.
Macaxeira é uma raiz deliciosíssima conhecida também em algumas partes do País como aipim e mandioca; mas mandioca é a raiz própria para a fabricação de farinha. Cascudo:
"Na geografia da alimentação brasileira o 'complexo' da mandioca, farinha, gomas, tapioca, polvilhos, constitui uma permanente para 95% dos oitenta milhões nacionais, em todas as direções demográficas. Acompanha o churrasco gaúcho como a caça no Brasil Central e no mundo amazônico. Para o brasileiro do povo 'comer sem farinha não é comer!'"
As pesquisas iniciadas por Cascudo ficaram praticamente suspensas por alguns anos, até que num dia de agosto de 1963 Cascudo recebeu em sua casa na Mathias Aires, Natal, a visita do poderoso Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Conversa vai, conversa vem, Chatô botou fogo em Cascudo fazendo-o dar prosseguimento às pesquisas que iniciara 20 anos antes. Em 1967, enfim, saiu pela Editora Nacional, de São Paulo, o livro História da Alimentação no Brasil, dividido em dois volumes.
Na pauta da Cúpula da Amazônia se acham assuntos de extrema importância, como o fim do desmatamento na região e a possível exploração de petróleo pela Petrobrás na Bacia da Foz do Amazonas.
Esse último tema está deixando os defensores do Meio Ambiente, como a ministra Marina Silva, de cabelo em pé.


sexta-feira, 19 de maio de 2023

EU E MEUS BOTÕES (63)

"Seu Assis! Seu Assis!"
Calma, calma, Barrica. O que houve? O que é que há pra você falar desse jeito chamando a atenção de todos, gritando?
"Estão acontecendo absurdos. Olha aqui na Folha. Vou ler em voz alta. Logo de manchete, aspas: Em crise, planos de saúde rescindem contratos e deixam crianças sem tratamento".
É, realmente é absurdo o que está acontecendo nos planos de saúde.
"E a matéria começa assim, aspas: A Unimed Nacional valoriza a transparência em todas as suas relações. Comunicamos, portanto, a rescisão do plano de saúde celebrado com a sua empresa, encerrando a vigência do seu plano no dia 27 de junho de 2023".
Lamentável, lamentável. E o pior é que isso não está acontecendo agora, já faz tempo. São centenas de planos de saúde passando a perna em muita gente. Eu entendo o seu desabafo, Barrica.
O irmão de Barrica, Biu, entra na história lembrando que a Unimed é a empresa que mais ludibria a sua clientela: "E essas empresas não só deixam na mão as crianças, mas os pais e todo mundo! A Justiça, por sua vez, dá ganho de causa às vítimas desses planos. Mas fica nisso e terminam pagando o pato. Isso é caso de polícia!".
"E como se não bastasse, o SUS também não está atendendo a população como deveria", foi a vez de Zilidoro falar. E acrescentou: "Eu ouvi no rádio que no SUS tem uma fila de 680 mil brasileiros e brasileiras esperando agendamento pra cirurgias. É muita aflição. Fico imaginando a pessoa que está com câncer, por exemplo. Deve está sofrendo muito, ansiosa. E nessa fila infinita, certamente muita gente já morreu".
Lampa, quieto no seu canto, levanta as sobrancelhas enquanto cutuca as unhas com o seu inefável punhalzinho. De repente levanta a cabeça e dá uma geral no ambiente. Parece que vai dizer alguma coisa, mas cala.
Jão cutuca Mané, que diz: "A verdade, a verdade verdadeira, é que estamos todos a-fu-nhe-nha-dos! As empresas de planos de saúde fazem o que querem, rompem contratos a hora que querem... Na verdade, na verdade, o Brasil está doente! Muito doente!".
Zé, que permanecia em silêncio até agora, diz: "Eu tinha um plano com essa tal de Unimed. E sempre paguei em dia, mas mesmo assim os sacanas me cortaram. Bastou eu ficar doente e precisar de uma cirurgia de hérnia. Recorri à Justiça, ganhei, mas a tal Unimed mandou eu catar coquinho. Procurei o SUS e estou esperando uma cirurgia até agora e nada!".
Bom, pessoal. O papo tá bom...
Lampa interrompe, bruscamente: "O papo tá bom coisa nenhuma! É um horror! E tem mais. Eu soube que aquele órgão... Ibama! Sim, o Ibama, não está deixando a Petobrás tirar petróleo do chão da Amazônia. É briga grande. A Marina, ministra do Meio Ambiente, está tiririca da vida. Vão ter que passar por cima do cadáver dela. Eu gosto dela. Briga bem, defende os índios e as matas".
Surpreendi-me, devo dizer, com a interrupção inesperada do nosso Lampa. Sempre fechado em si, silencioso. 
"Muito bem, Lampa. Gostei de ver!", aplaudiu Zilidoro contando que tem briga feia na causa Amazônica.
Pra relaxar, Jão lembrou que Deltan Dallagnol teve o cargo de deputado federal cassado pelo STF e que seu coleguinha Sérgio Moro está se borrando todo, com medo de perder o mandato de senador. " E por falar do STF, os juízes formaram maioria para mandar o ex-senador e ex-presidente da República Fernando Collor à cadeia", emendou Zé. E Mané, pegando a deixa, lembrou: "O Bolsonaro que se cuide, pois a vez dele está chegando!".
Pois é, pessoal, a semana que está terminando foi intensa, movimentadíssima. O que falta ainda acontecer?
E como se tivessem ensaiado, todos disseram: "Cadeia pra Bolsonaro!".

domingo, 5 de fevereiro de 2023

YANOMAMI: UMA TRAGÉDIA PROGRAMADA

O processo de extermínio contra os indígenas originários do Brasil não é de hoje. Data dos tempos em que europeus por cá desembarcaram. Os primeiros desembarques ocorreram na costa baiana. O ano era 1500.
Diz a história que havia entre dois milhões a cinco milhões de indígenas divididos em pelo menos 1.000 grupos. O maior desses grupos carregava consigo a alma e a língua tupi-guarani.
A Amazônia brasileira é a maior floresta tropical do mundo. A parte que nos toca chega a 4,1 milhões de Km².
Não custa lembrar que a Amazônia fica ao Norte do nosso país. Essa região é ocupada por sete Estados. Além do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A Amazônia está dividida em duas partes: Ocidental e Oriental.
A Amazônia Ocidental é constituída por quatro Estados: Acre, Rondônia, Roraima e, naturalmente, o Amazonas.
Roraima é o Estado onde se acha a maior parte dos Yanomami.
O povo Yanomami foi um dos últimos a manter contato com o homem branco que o está dizimando, ali pela virada do século 19. São cerca de 30.000 indígenas. O seu território, de cerca de 9,6 milhões de hectares, está nas mãos de garimpeiros, madeireiros, narco-traficantes e de outros criminosos, inclusive engravatados com plantão diário em gabinetes da Câmara, Senado e palácios. Noutras palavras: os Yanomami estão abandonados e morrendo de fome, de gripe, de malária e de outras mazelas. Já não caçam, não pescam e nem plantam, pois a terra está contaminada e as águas dos rios envenenadas. Quem bebe adoece e morre que nem os peixes.
A situação atual dos Yanomami é uma verdadeira tragédia. Trata-se de omissão do Estado. Tudo indica que houve plano para pôr fim à vida dos Yanomami. Isso é genocídio.
O crime contra os Yanomami vem de longe, mas foi no governo Bolsonaro (2019-2022) que tudo piorou.
A gravidade do problema ganhou repercussão internacional com a visita do presidente Lula à Roraima, no sábado 21. Isso a partir de reportagem de Eliane Brum, segundo a qual 572 crianças do grupo Yanomami morreram vítimas de desnutrição, malária etc. Um horror!
Na contramão da imprensa estrangeira, a nossa imprensa não tem dado destaque necessário à tragédia Yanomami. O Estadão e o Globo até que têm falado. A Folha, com mais força. A TV Globo, também. Menos mal.
Lenda indígena dá conta de que as árvores sustentam o céu, mas se derrubadas o céu desaba sobre nossas cabeças.
Em 2010 o xamã e líder indígena Davi Kopenawa narrou histórias ao antropólogo francês Bruce Albert, que escreveu o livro A Queda do Céu, lançado primeiramente em francês.
Em 1990, Gianfranco Bolonha reuniu textos de 13 especialistas sobre a questão ambiental no livro Amazônia Adeus.
Livro que também merece atenção é Índios no Brasil, organizado por Luís Donisete Benzi Grupioni.
Na nossa literatura os indígenas aparecem como heróis, mas um tanto subordinados a brancos europeus. Caso de Peri, personalizado num índio da tribo Guarani que se apaixona por Ceci, moça de fino trato e filha de um poderoso português de nome dom Antônio de Mariz.
Ceci e Peri passeiam com desenvoltura nas páginas do romance O Guarany, de José de Alencar. Esse romance, originalmente publicado na forma de folhetim nas páginas do jornal Diário do Rio de Janeiro, virou livro em 1857.
Em 1870 o maestro Carlos Gomes levou o Guarany à cena na maior casa de ópera da Itália: alla Scala, de Milão.
Além de Alencar, outros grandes escritores viram nos indígenas objeto de suas histórias. Exemplos: Bernardo Guimarães, Mário de Andrade, Antonio Callado, Darci Ribeiro.
Bernardo Guimarães, autor do clássico A Escrava Isaura, publicou em 1872 o conto Jupira, que ganharia o palco como ópera em 1900 no Rio de Janeiro. O maestro Francisco Braga (1868-1945), autor da melodia do Hino à Bandeira (letra de Olavo Bilac), foi o regente da história criada por Guimarães.
A questão indígena se acha em todo canto, literalmente. Até em samba de enredo e em marchinha de carnaval.
Em 1959 o maestro Villa-Lobos compôs a belíssima peça Forest of The Amazon. Gravada nos EUA, obteve sucesso mundial.
Dalgas Frisch foi a primeira pessoa a gravar trinados de pássaros da Amazônia, inclusive do uirapuru. Suas gravações viraram discos elogiados pela imprensa internacional e até pelo presidente norte-americano John Kennedy (1917-1963).
A fotógrafa Claudia Andujar inaugura nessa sexta-feira 3/2 exposição sobre os Yanomami, em Nova York. Claudia tem dedicado boa parte da sua vida registrando o dia a dia Yanomami.
A Polícia Federal está investigando os responsáveis por mais essa tragédia indígena.

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Foto e reproduções por Flor Maria e Anna da Hora.
Ilustrações por Fausto Bergocce.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

MARINA DIZ QUE LULA PODE GANHAR NOBEL DA PAZ


Importantíssimo foi o discurso de posse da matogrossense do sul Simone Tebet, hoje 5 em Brasília, como titular do Ministério do Planejamento. Muita gente de posição graduada participou da solenidade. Ela foi incisiva, falando com firmeza os planos que tem para por em prática no Ministério. Lá pras tantas, disse:

"Os pobres estarão prioritariamente no Orçamento público. A primeira infância, idosos, mulheres, povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Tem de abarcar todas essas prioridades, sem deixar de ficar de olho na dívida pública."

Simone Tebet foi prefeita do município de Três Lagoas, MS, entre 2005 e 2010. Foi também vice-governadora do Estado em que nasceu, Mato Grosso do Sul, no decorrer dos anos 2010-2015.
A posse da acreana Marina Silva ontem 4, como ministra do Meio Ambiente também foi muito concorrida. Estava assim de gente na sua solenidade de posse. Depois de dois parágrafos, destacou no seu discurso:

"Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em vez de pária ambiental, ser o país que vai nos ajudar a finalizar o acordo com o Mercosul, que a gente consiga trazer os investimentos, que consiga abrir o mercado para nossos produtos, que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para nossos interesses estratégicos e passe a ser o melhor cartão de visita."
Marina, ex-senadora, elegeu-se deputada federal na última eleição. Ainda no seu discurso de posse como ministra do Meio Ambiente, disse que se a frente da sua pasta conseguir zerar o desmatamento na Amazônia Lula poderá, ao fim e ao cabo, ser aplaudido pelo mundo e agraciado pelo Nobel da Paz.
O ex-governador de São Paulo e vice-presidente da República da chapa de Lula, Geraldo Alckmin, também tomou posse ontem 5 como titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Disse um monte de coisas legais. Foi aplaudido, especialmente quando fez referência à questões climáticas no Brasil. Disse: 

Alckmin no traço de Fausto, à época de seca em São Paulo

"É imperativa a redução da emissão de gases de efeito estufa, o estabelecimento de uma política de apoio a uma economia de baixo carbono, privilegiando tecnologias limpas e dando início a um processo produtivo eficiente e sustentável."

Em 2014/2015 Alckmin era governador de São Paulo e no período houve uma crise hídrica que atingiu todo o território paulista. Ele disse ter feito tudo para evitar racionamento, mas não foi possível. Aconteceu: houve racionamento, embora tenha desenvolvido uma campanha pedindo compreensão da população para evitar desperdício de água. "É preciso equilíbrio, para evitar racionamento", disse em vão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A ESPERANÇA ESTÁ DE VOLTA

 
O presidente eleito Lula da Silva falou que nem gente grande ontem 16, na COP27, que ora se realiza no Egito. Começou dizendo que o Brasil, através dele, está voltando para de novo mostrar sua importância ao mundo. Falou durante cerca de meia hora. Seu discurso foi aplaudido várias vezes e transmitido, ao vivo, para inúmeros países.
Na sua fala deixou claro que vai cobrar o que devem os países ricos aos países pobres. A dívida é grande e antiga.
Entre várias promessas, Lula garantiu que vai acabar com o desmatamento criminoso na Amazônia. E também com o garimpo, visando a proteção dos povos originários residentes na região amazônica. Disse: 
"O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática. No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer".
A fala de Luís Inácio Lula da Silva foi a fala de um verdadeiro estadista. Gostei.
Lula trouxe de volta a esperança.
Para ilustrar, lá vai:
 
Eu planto esperança
Pra depois colher amor
Quem planta o que planto
Tem em Deus seu protetor

Planto tudo quanto posso
Na minha terra querida
Esperança bem plantada
Não faz mal, faz bem à vida

Esperança é preciso
Pra quem gosta de viver
Sem isso ninguém vive
Nem na dor, nem no prazer

Deus do céu é protetor 
De quem planta esperança 
E de quem gosta de brincar 
Brincadeira de criança 
 
Coisa boa é brincar
Brincadeira de criança
Brincadeira que consiste
Por de pé a esperança

sexta-feira, 17 de junho de 2022

É BOM ABRIR A PORTA PARA AMIGOS

Atílio, Assis e Tiné
 
É bom, de fato, receber queridos amigos em casa. Foi o que aconteceu, quarta 15.
No começo da tarde abri a porta para o colega Atilio Bari, jornalista, autor de livros infantis e apresentador do belo programa Persona.
Persona, da TV Cultura canal 2, vai ao ar todos os domingos a partir das 10 da noite.
Grandes personagens da cena artística brasileira têm passado por lá. Entre esses personagens, o ator Lima Duarte e o cantor e compositor baiano Tom Zé.
Atilio, que conheço há pelo menos duas décadas, veio bater papo e gravar uma participação minha no seu programa.
Conheci Atilio num papo que tivemos no programa Em Cartaz, que apresentava numa TV chamada canal Aberto, ou algo parecido. Eu tinha também um programa lá.
Logo após abrir a porta para Atilio, chegou outro amigo: o jornalista pernambucano, e também autor de livros, Flávio Tiné.
Tiné é um desses grandes amigos que a vida nos oferece de mão beijada.
Tiné foi durante anos, mais de 20, assessor do Hospital das Clínicas.
No HC passei maus bocados. Foi lá que me submeti a sete cirurgias, na tentativa infrutífera de recuperar o brilho dos olhos. Pois é, não deu.
Atilio, Tiné e eu conversamos sobre tudo ou quase tudo. Tiné, por exemplo, falou de Marcos Maciel e até de Fidel Castro e Che Guevara, que conheceu pessoalmente em Cuba. Ano: 1962. Brincando, perguntei se ele tinha passado a mão na bunda dos dois famosos guerrilheiros. Ele riu e disse que não fez isso, não. Só apertou as mãos de ambos.
Falamos também do desclassificado presidente Bolsonaro. Mais: jornalismo de rádio e TV, de jornal e seu futuro e tal e tal. De meio ambiente, inclusive do duplo assassinato recentemente ocorrido na Amazônia. 
No Amazonas o indigenista Bruno Pereira e o jornalistas inglês Dom Philips tombaram mortos pela língua assassina do presidente da República.
Os irmãos que acionaram o gatilho contra Bruno e Dom estão presos, mas até quando ninguém sabe.
O presidente Bolsonaro continua livre para matar.
Ai, Brasil!

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O BRASIL SOFRE NAS UNHAS DE BOLSONARO

Eu não sei se estou ficando doido, mas o fato é que cada vez mais me sinto com os nervos à flor da pele.
Nos meus silêncios tremo, me enervo e até choro ora de raiva, ora de tristeza, mesmo.
Sou de um país incrível, muito bonito, de gente trabalhadora.
Milhões de brasileiros estão sofrendo por não terem o que comer, por não terem emprego, por não ganharem o básico necessário para a sua existência e o seu futuro.
A educação está em pandarecos, idem o setor de saúde e tudo o mais.
A Amazônia brasileira está sendo engolida pelos garimpeiros e traficantes.
Nossas árvores estão tombando e virando objeto de venda ilegal. E já faz tempo.
Os indígenas, sempre desrespeitados, rogam aos céus paz e piedade...
Enquanto isso, o presidente eleito pela maioria segue desrespeitando as regras civilizadas e atacando as pessoas que não concordam com ele, com seus gestos abruptos e fala de quem anda precisando ser barrado ou posto numa camisa de força.
Estamos afunhenhados.
Bolsonaro foi à Los Angeles participar da Cúpula das Américas, periodicamente realizada por iniciativa do presidente de plantão norte-americano. No caso ora em pauta, Joe Biden.
A Biden, Bolsonaro disse que o Brasil continua às mil maravilhas. Que o Brasil continua sendo os pulmões do mundo, o celeiro alimentar do mundo. Mentira! Falou também, como não haveria deixar de ser, das urnas eletrônicas que serão pilotadas em outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral, TSE. E insistiu na tecla: são falhas. 
Para que as eleições sejam validadas, é preciso que "sejam limpas e auditáveis". Quanto ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Bolsonaro disse que ambos fizeram o que não deveriam fazer: "Realmente, duas pessoas apenas num barco numa região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer, pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados. Tudo pode acontecer...".
Pois é, aí está, segundo Bolsonaro, Pereira e Phillips são culpados pelo o que fizeram.
Em várias partes do mundo está havendo manifestações públicas de pessoas e entidades ligadas aos direitos humanos (acima). Todos querem saber onde se acham Pereira e Phillips.
A Tower Bridge, famosa ponte de Londres, amanheceu com enormes cartazes em que se liam indagações sobre o desaparecimento de Pereira e Phillips.
Meus amigos, minhas amigas, eu acho o seguinte: qualquer adjetivo, por pior que seja, cabe certinho como definição do que é Bolsonaro.

terça-feira, 7 de junho de 2022

VIVA A LIBERDADE!

Hoje é o dia Internacional da Liberdade de Expressão. Porém não há o que comemorar. A propósito, há duas pessoas desaparecidas atualmente na Amazônia: o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Philips. Podem ter sido mortos por garimpeiros e traficantes que atuam na região. Torçamos que estejam sãos e salvos.
Ontem 6 o Exército soltou duas notas oficiais. Numa delas dizia que não tinha condições de procurar os desaparecidos. Na segunda nota, dizia que tinha condições.
Pois é.

Veja: JORNALISTA INGLÊS DESAPARECE NA AMAZÔNIA/ ASSIS ÂNGELO

quinta-feira, 22 de abril de 2021

QUE VERGONHA...

Falando uma língua esquisita, embora parecida com a língua portuguesa, o presidente Jair Bossal dirigiu-se ao mundo pra pedir dinheiro.
Coisa triste, feia.
O Brasil não é mendigo. O Brasil é um País riquíssimo, em tudo. 
Além de pedir dinheiro ao mundo, o presidente mais uma vez mentiu, mentiu, mentiu, e não apresentou plano nenhum para combater o desmatamento ilegal, o garimpo ilegal e tudo o mais que ocorre na região amazônica. 
O desmatamento na Amazônia está batendo record.
Juro, fiquei com uma vergonha danada de ser brasileiro pela boca de vocês sabem quem. 
Ah sim: Bolsonaro foi um dos últimos presidentes a falar hoje 22 na Cúpula do Meio Ambiente. 

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