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sábado, 15 de junho de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (105)

Outro romance também muito legal de José de Alencar é Senhora.
A história de Senhora gira em torno de uma órfã de pai e mãe. O pai morre, a mãe morre e um irmão que tinha, também morre. Mas de uma hora pra outra, por iniciativa do destino, a protagonista Aurélia ganha uma fortuna de muitos contos de réis. A herança é de um avô. Com tanta grana no caixa, Aurélia traça plano pra se vingar de um antigo namorado que não lhe dava bola por ser pobre. Esse personagem tem por nome Fernando Seixas. É um livro arretado!
Outro seguindo essa mesma linha, romântica, é Diva.
A protagonista de Diva, Emília, é uma garotinha feia de 14 anos que ao crescer fica linda e apaixonante. Ainda na adolescência passa mal e é curada por um amigo da família, o médico Augusto.
José de Alencar
A personagem e família são riquíssimas e Augusto, coitado… Esse romance é uma crítica velada à sociedade brasileira do século 19.
Alencar escreveu também três livros identificados com a narrativa indigenista, incluindo O Guarani, Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
O romance Iracema conta a história da personagem-título engravidada por um invasor português de nome Martim que a abandona sem nenhuma explicação.
Ubirajara é um herói respeitado na sua tribo, Araguaia. Tem duas mulheres “fixas” e várias amantes. É um relacionamento natural.
Curioso nessa história é o patriarcalismo exercido com todo seu vigor.
Outra curiosidade é a prática de poligamia. Não em todas as tribos, claro.
Não podemos, porém, esquecer que o autor de Ubirajara é um homem branco.
A Iracema de Alencar faz-me lembrar a história contida na ópera Madame Butterfly, de Giacomo Puccini (1858-1924), levada à cena no alla Scala de Milão em 1904.
Nessa ópera, um oficial da Marinha norte-americana engravida uma jovem japonesa e desaparece para depois voltar acompanhado de uma mulher.
Antes de Cabral, outros portugueses apearam por cá. No real e na ficção.

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