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domingo, 1 de dezembro de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (152)

Nelson Rodrigues
Como em Vestido de Noiva, O Beijo no Asfalto de 1960, começa com um atropelamento numa das conhecidas praças do Rio de Janeiro. Foi feita a pedido da atriz Fernanda Montenegro, que na primeira versão levada à cena em 1961, interpreta a personagem Selminha. O Beijo no Asfalto, que virou filme em 1980, ao final choca quem a assiste. Não tem como!

História parecida foi engendrada pelo norte-americano Ari Aster. Título: The Strange Thing About the Johnsons, em português algo como A Coisa Estranha sobre os Johnsons.

No texto de Nelson o chefe da família se envolve com o genro. No texto de Aster, é o filho que se envolve com o pai.

Revolução idêntica fez Nelson no campo da crônica para jornal e revista.

Na crônica de 1º de outubro de 1968 o “anjo pornográfico”, como Nelson era chamado por amigos e inimigos, com sua metralhadora giratória por pouco não apagou o cantor e compositor Geraldo Vandré. 

Depois de fazer comparação com um dos personagens do romance Os Maias, de Eça de Queiroz, Nelson detona Vandré por não aceitar a decisão dos jurados do Festival Internacional da Canção: “Ele acabara de saber que era, apenas e miseravelmente, o segundo colocado. Os presentes não puderam sentir o seu patético, mas o telespectador, sim. Para nós, de casa, a cara de Vandré tomou a expressão cruel, vingativa, de certas máscaras cesarianas. Lia-se tudo na jovem cara. Houve um momento em que, instigado pelos seus fiéis, Vandré perguntou, de si para si: — ‘Abro ou não o verbo?’. Seria o comício”.

Mas essa é outra história…

Ah! Sim: Nelson Rodrigues, vejam só, chegou certa vez a dizer que fora influenciado pela poetisa Gilka Machado.

É pra lá de óbvio ululante a revolução que Nelson Rodrigues fez no campo teatral.


Foto e Ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora


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