Ó o time:
Machado de Assis (1839-1908), João do Rio (1881-1921) e Carlos Castelo Branco
(1920-93).
Os três
craques aí citados tinham em comum a inteligência, a sabedoria, respeito pelo
próximo, a literatura e o Jornalismo.
Machado e
João do Rio, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto,
eram negros. Além de negro, Rio era um homossexual assumido. Queria seguir a
carreira de embaixador, mas o preconceito do chefe do Itamarati à época (barão
do Rio Branco) não permitiu.
Joaquim Maria
Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, como João do Rio. Logo cedo, aos 14
anos, Machado identificou-se com as letras e publicou o primeiro poema (Ela),
na revista Marmota Fluminense. Enquanto seguia os estudos, tornou-se tipógrafo
de jornal, e aos 21 anos iniciou a carreira de jornalista cobrindo o que
sucedia no Senado. Podemos assim dizer, que ele foi o primeiro jornalista
Parlamentar do País. Noutras palavras: colunista político.

Castelinho
deixou sua cidade em 1937 para cursar Direito em Minas Gerais. Ele mesmo bancou
seus estudos, trabalhando como repórter do jornal O Estado de Minas. 1943
concluiu o curso e foi aventurar-se no Rio de Janeiro.
Se Machado de
Assis foi o primeiro colunista político de jornal no País, João do rio foi o
criador da figura do repórter.
João do Rio
começou a carreira no jornal O Tribunal, em 1899. Nesse mesmo ano, a título de
curiosidade, a maestrina Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), a
Chiquinha Gonzaga, inaugurava na música o gênero Marcha Carnavalesca (Ó, Abre
Alas).
No livro a
alma encantadora das ruas, publicado em 1907, João do Rio mergulha no mundo dos
pobres desvalidos, marginais, bandidos e no society. Descreve noitadas
da elite, rodas de batuque etc.
Naqueles
inícios de século, do Rio descreve a figura por todos apreciada do palhaço, poeta, cantor,
compositor negro Eduardo das
Neves (1874-1919), que gravara com Bahiano (Manuel Pedro dos Santos; 1870-1944)
a marcha de Chiquinha.
Dados
biográficos à parte, os nomes aqui referidos foram de grande valia para o
engrandecimento do Jornalismo.
Do século 20,
Castelinho foi o colunista político mais respeitado entre colegas, leitores do
Brasil. Sua famosa coluna (Coluna do Castello) surgiu nas páginas da tribuna de
imprensa e migrou para o JB, onde foi publicada durante 31 anos.
Até os donos
do Poder gostavam dele. Isso, porém, não impediu que fosse preso logo após a
decretação do AI-5, em dezembro de 1968.
Machado e
João do Rio nunca foram preso.
Além de
jornalistas e escritores, Machado, João do Rio e Castelinho tinham em comum o
fato de assumirem assentos na Academia Brasileira de Letras, ABL.
A ABL foi
fundada por Machado de Assis, no dia 20 de julho de 1897.
Os três
deixaram uma obra monumental.
Em 1989, a
ABL publicou o livro “O Velho Senado”. Esse livro teve a apreciação de uma
dezena de jornalistas e escritores analisando o pensamento político de Machado.
Entre esses analistas, Castelinho.
Curiosidade:
Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho.
João do Rio
morreu no dia 23 de junho.
Castelinho
nasceu no dia 25 de junho e morreu aos 72 anos, no dia da Imprensa, 1º de
junho.
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