Os livros de História de um certo tempo no Brasil pareciam livros de ficção. A mistura da realidade com o irreal gerava mera ficção, história prá boi dormir. História prá boi dormir é uma história do mundo fantástico. Folclore, cultura popular.
O dia 1º de abril de 1964 chegou com tanques e baionetas assustando a madrugada e a gente simples do Brasil. Foi um pandemônio. Muita gente foi presa, muita gente foi assassinada, muitos sonhos interrompidos, cortados, castrados.
Aquele tempo ainda dói na memória.
Jango foi deposto e os militares, com a ajuda e apoio dos civis graduados, graúdos, de muita grana no bolso, mergulharam o Brasil na escuridão por longos 21 anos.
Muita água passou por debaixo da ponte até chegarmos aonde chegamos: num tempo livre, democrático, em que todos podem dizer tudo, se expressando de todas as maneiras. É um tempo bonito, não fosse a fome dos corruptos.
A corrupção se acha em todo canto, nas ruas etc.
Um outro tipo de revolução parece estar ganhando forma no País. São passos curtos, ainda vagarosos, mas que indicam uma luz alumiando o túnel.
A sociedade civil está atenta.
As instituições estão funcionando, mas é lamentável e até inconcebível o país conviver em paz num mar de lama. E é triste tomarmos conhecimento de denúncias gravíssimas contra os três últimos presidentes da república. O paulista de Tietê Michel Temer deverá responder nos tribunais pelas ações que andou fazendo às caladas da noite, no submundo onde tudo de ruim acontece.
A lei é para todos.
"Temos de ficar atentos ao ministro Gilmar Mendes", ouvi de um amigo. A esse pensamento acrescento: fiquemos atentos a tudo o que fazem.
VIVA A VIDA!
O carioca Euclides da Cunha dizia que o sertanejo é antes de tudo um forte. Essa belíssima frase, fortíssima, se acha no livro Os Sertões. Um obra prima, que todos deveriam ler. Os nordestinos comem o pão que o diabo amassa todos os dias. Essa gana, essa força, parece não ter fim. Os nordestinos parecem rir da própria desgraça, das intempéries. O nordeste é marcado por grandes revoluções, como a de 1817, em Pernambuco. Os nordestinos construíram o Rio de Janeiro e São Paulo. E estamos aí, não é mesmo? Em 1910 houve a Revolta da Chibata, que teve como seu líder o alagoano João Cândido. Em 1964 houve o levante dos marinheiros, no Rio de Janeiro. Desse levante participaram muitos nordestinos, entre os quais o potiguar José Xavier Cortez. Cortez foo "dispensado" pela marinha, mas mesmo assim deu a volta por cima e tornou-se um dos mais sensíveis e completos cidadãos deste país. Cortez é um incansável incentivador da leitura. É dele a editora que leva o seu nome e por onde publiquei os livros A Menina Inezita Barroso (2011) e Lua, Estrela, Baião, a História de um Rei (2013), dirigidos ao público infanto juvenil.
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