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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

VIVA A EDUCAÇÃO!


O que é que pode ter a ver em comum entre Jair Messias Bolsonaro e Lindalva Cavalcante da Hora?
Ontem 12 à noite o Congresso derrubou o veto que Bolsonaro tinha feito da lei que regulamentava a profissão de historiador.
O que pode a ver em comum entre Bolsonaro e Lindalva?
Dona Lindalva é uma brasileira nascida no Paraná. Teve duas meninas, Anna e Cecília.
Daniel, também paranaense, é o feliz marido de dona Lindalva.
No Brasil atual há 1,4 milhão de professores e professoras passando pra frente o que aprenderam para muitos milhões de crianças e adolescentes da rede pública.
Filha de Deus e lutando sempre contra as forças das trevas, dona Lindalva encontrou no magistério o caminho da salvação, dela e dos seus incontáveis alunos de idades diversas.
Bolsonaro...
Essa Lindalva nasceu no ano e mês que o paraibano Geraldo Vandré mostrava ao Brasil a moda de viola Disparada, feita em parceria com o carioca, filho de pernambucano Théo de Barros.

Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
Estava fora de lugar
Eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi...

Dados do IBGE, nos fazem crer que somos 210 milhões de brasileiros, no campo e na cidade.
Dona Lindalva sabe disso tudo, pois tem passado a vida inteira fugindo da boiada e transformando boi em gente.
Atualmente no Brasil há cerca de 11,8 milhões de brasileiros incapazes de distinguir um “Ó” de uma roda de caminhão.
Quer dizer, o número de analfabetos no nosso País é absurdo.
Fora os brasileiros que não identificam um Ó de uma roda há os brasileiros que foram à escola e até ganharam diploma de doutor.
Números oficiais indicam que há mais de 32 milhões de brasileiros que leem e não sabem o que leem. São os tais dos analfabetos funcionais. Triste.
Dona Lindalva, em sala de aula, 
no Paraisópolis
E Bolsonaro acaba de anunciar que cortará 18% do orçamento do ano que vem do previsto para o ministério da educação, MEC.
No dia 27 de abril passado, esse mesmo cara vetou a lei que regulamentava a profissão de historiador.
Bolsonaro já acabou com o ministério da cultura, já acabou com o ministério da saúde (sem ministro até hoje), e agora está acabando com a esperança do Brasil, do povo.
Bolsonaro é um idiota gigante.
E dona Lindalva?
Dona Lindalva Cavalcante da Hora é uma brasileira brasileiríssima que acredita profundamente que é possível transformar incompetência e burrice, em gente que pensa e pode transformar a vida para melhor.
Tudo que ela aprendeu até hoje, na vida, ela transmite.
A filosofia de Dona Lindalva é aprender para ensinar.
Sua sala de aula hoje, e já há bastante tempo, se acha na favela Paraisópolis.
Paraisópolis é a segunda maior favela de São Paulo. http://assisangelo.blogspot.com/2020/07/racismo-um-cancro-historico.html
Dona Lindalva aniversaria hoje.
Entre Bolsonaro e Lindalva não há nada.
Bolsonaro nasceu idiota e assim certamente continuará. Fazendo mau ao povo.


A DEMOCRACIA NÃO VESTE FARDA


A sociedade civil precisa estar sempre atenta às falas e comportamento do presidente Bolsonaro e de seus auxiliares, como Braga Neto etc.
A muita gente, principalmente jovens, pode parecer natural o que nos chega de Brasília e do Palácio, principalmente.
Não vivemos tempos naturais. O estado é de alerta.
A República surgiu de um golpe militar contra o imperador Pedro II, em 1889.
Getúlio, que pôs fim à Velha República, criou o Estado Novo e pôs muita gente na tranca. Essa é uma história comprida, muito comprida, que merece atenção. Há muitos livros e documentos sobre essa história.
E 1964, hein?
A última ditadura militar que vivemos durou 21 anos. Um horror!
A Democracia precisa ser preservada. E isso é tarefa de todos nós.
Sempre é tempo de ler sobre tempos que nos levaram à Censura, à prisão, à dor, à morte.
Sugiro a leitura de alguns livros, incluindo a série de cinco volumes de Elio Gaspari: A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada, A Ditadura Encurralada, A Ditadura Acabada. 
E mais: 

  • As duas guerras de Vlado Herzog, Audálio Dantas
  • 1964: O Golpe que Derrubou um Presidente e Instituiu a Ditadura no Brasil, de Jorge Ferreira e Angela de Castro Gomes
  • Infância Roubada: crianças atingidas pela ditadura militar no Brasil, de Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
  • Mulheres na Luta Armada: Protagonismo Feminino na Ação Libertadora Nacional, de Maria Cláudia Badan Ribeiro
  • Amores exilados, de Godofredo de Oliveira Neto

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