Eu não sei direito porque acordei tão triste.
Quase chorando sem nem saber porque.
Sim, claro, há mil razões para chorarmos.
A desatenção um pelo outro é motivo suficiente para deixar até um poste triste.
Nem dormi. Chorei por mim chorei, por nós e por tantos que nem conheço.
Chorei pelos sem teto, pelos pés descalços, deserdados e pela vida pobre que corre solta pelas vielas e becos escuros.
Chorei por minha mãe, que se matou. chorei por Deus, que nem sei se existe.
Enfim, chorei por vivos e mortos...
Logo cedo ouvi no rádio que o Brasil chegou à triste marca de 250.079 mortes provocadas pela Covid-19.
Isso dói, não dói?
Dói e faz chorar a alma de quem tem pelo outro o mínimo de amor, o mínimo de carinho, o mínimo de respeito.
O piolho está feliz
Por sua triste missão
Duzentos e cinquenta mil
Já ceifou com seu facão
Isso porém é pouco
Para ele e seu patrão
O patrão desse piolho
É o próprio Cramunhão
Sujeito dono das trevas
Maldito, sem coração
Seu novo Coronavírus
É para o mundo maldição
Invisível ele chegou
Devagar e sutilmente
Enganando todo mundo
Ao lado do presidente
Covarde o bicho segue
Matando impunemente
Não há o que fazer
A não ser sentar, chorar, rezar
Pedindo a nosso deus
Pra do bicho nos livrar
O bicho é violento e
Mata mata por matar
É isso o que ele faz
Dia e noite sem parar
Pra cair nas garras dele
Basta só se descuidar
Esse bicho muito feio
Veio ao mundo pra ficar
O primeiro caso de morte pela covid-19 ocorreu, no brasil, no dia 16 de março de 2020. No dia seguinte, inventei de publicar o primeiro dos quatro folhetos de cordel (Capas acima) que escrevi sobre a nova praga que do mundo se avizinhava.
Em dezembro do ano citado, o repórter Ivan Finotti procurou-me pra falar sobre o que eu andava fazendo durante essa maldita pandemia que não nos larga. E aí falei. E aí ele publicou uma reportagem bem legal no Caderno Ilustrada no jornal Folha de S.Paulo. Confira: Assis Ângelo, cego há sete anos, lança cordéis sobre a pandemia
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