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sábado, 27 de março de 2021

ADEMILDE FONSECA, A MAIOR DO CHORO


A potiguar Ademilde Fonseca tinha 21 anos de idade em 1942 quando gravou o 1º disco de sua carreira. O disco, um 78 RPM da Columbia, trazia duas músicas: Tico Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu; e Volte pro Morro, da dupla Benedito Lacerda e Darci de Oliveira.
Nascida no dia 4 de março de 1921 em São Gonçalo do Amarante, RN, Ademilde rapidamente tornou-se a cantora mais admirada e aplaudida com os chorinhos que interpretava, do Brasil.
Cantora nenhuma, antes dela, foi tão original ao interpretar choros.
Não dava para imitá-la. Na verdade era impossível imitá-la.
Ela cantava com a rapidez e o brilho de um raio.
Choro é um gênero musical surgido no Rio de Janeiro.
O primeiro chorão, como até hoje é chamado quem toca e canta choro, foi o funcionário público Joaquim Antônio da Silva Callado Jr. (1848-1880).
Além de dar o pontapé inicial nesse novo gênero, Callado foi também quem definiu os principais instrumentos para dar forma ao ritmo: flauta, violão e cavaquinho.
Alfredo Vianna da Rocha Filho, que todos conhecem pelo apelido de Pixinguinha, foi o músico que deu forma definitiva ao choro.
Desnecessário dizer, mas digo: Pixinguinha foi um gênio e como se não bastasse deixou como legado mais de um milhar de músicas em partitura.
É extensa a discografia de Ademilde.
A gravação mais bonita de Brasileirinho é dela, escrita por Waldir Azevedo, gravada em 1950.
Em 1952, a gravação de Brasileirinho por Ademilde foi lançada em vários países. Na França pela Decca, por exemplo.
A Decca é uma gravadora prestigiada, de origem inglesa.
Além de choro ela cantou samba, baião e até forró.
Curiosidade: Em 1950 Ademilde gravou o baião Molengo, de autoria do paraibano Severino Araújo e Aldo Cabral.
Aldo, nascido no Rio de Janeiro, era de profissão ator e jornalista. E como jornalista foi o primeiro a publicar uma reportagem sobre o futuro rei do baião, Luiz Gonzaga.
Ademilde Fonseca Delfino, esse o seu nome completo, morreu no Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 2012.
Seu nome deveria estar no Panteão dos Heróis da Música Popular Brasileira.
Viva Ademilde!


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