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domingo, 28 de março de 2021

O BURRINHO DA HISTÓRIA

O Domingo de Ramos, data importantíssima para cristãos e ortodoxos, me lembra o burrinho pedrez da novela homônima do mineiro Guimarães Rosa, inserida no livro Sagarana (1946).
A história bíblica refere-se ao Domingo de Ramos como o dia da entrada triunfal de Jesus a Jerusalém. ler Mateus, Lucas e Marcos. Jesus entrou na cidade sob clima de festa dias antes de ser presos, torturado e pregado numa cruz, na qual morreu.
Não custa lembrar que Jesus estava montado num burrinho, enquanto as pessoas gritavam seu nome, eufóricas.
O burrinho do autor mineiro tinha por nome Sete-de-Ouros. Era velho e enxergava pouco. Pra sua má sorte, o dono da fazenda onde ele vivia, major Saulo, descobrio escondendo-se numa moita e tal.
Essa história é uma história tocante,como tocante é a história do Domingo de Ramos.
Esse domingo marca o início da Semana Santa, que finda no Domingo de Páscoa.
Na história de Rosa, o Sete-de-Ouros integra um grupo de vaqueiros que tange uma boiada de 460 cabeças.
Várias histórias permeiam essa história do mestre de Minas. Depois de muitos empecílios, de chuvas torrenciais e cheias, os vaqueiros que tange a boiada morrem afogados, menos Francolin e Badu.
Frankolin salva-se por estar montado no burrinho e Badu por estar agarrado no rabo do burrinho. Ao fim, fica a simbologia: o burrinho, com toda a idade que tinha carregava experiência e o mundo nas costas.
Sete-de-Ouros é tali-quá o titan grego Átilas. E Jesus, símbolo de esperança, continua ocupando o imaginário de cristãos e ortodoxos. 

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