Não é de hoje que se ouve a expressão "somos um país sem memória".
Somos um país sem memória porque somos um país com grande número de analfabetos.
Os números indicam que somos um país com 12% de analfabetos totais e 30 não sei quanto porcento de analfabetos funcionais.
No quesito história, somos praticamente zero.
É como não nos interessássemos pela vida que vivemos e pela vida do nosso País.
Em andamento no STF, mas já com maioria alcançada, o Brasil não terá juridicamente direito ao esquecimento.
Esse é um assunto importantíssimo, pois tem a ver com censura e impedimento do trabalho do jornalista. Se isso passa, estaríamos historicamente todos fritos.
Fatos são fatos.
Fatos contam histórias e a história do Brasil não pode nunca ser esquecida, jamais apagada.
Apesar dos pesares fato algum pode ser levado ao esquecimento. Se assim fosse, nada saberíamos da presença dos invasores estrangeiros no território brasileiro, as revoltas populares, a escravidão e por aí vai.
A conclusão a que chegou a maioria dos ministros do STF deveu-se a um processo provocado por uma família do Rio de Janeiro que teve um dos seus integrantes morto violentamente. No caso, uma jovem de 25 anos chamada Aída Cury. Esse caso aconteceu em 1958 e foi amplamente noticiado pela Imprensa da época.
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
FOLCLORE DA CACHAÇA
O filólogo Antonio Houaiss, autor do dicionário de língua portuguesa que traz o seu nome, era chegado às curiosidades, mistérios e prazeres do álcool. Era fino. Bebia com finesse.
Houaiss, que também era um craque da gastronomia, chegou a escrever livros a respeito.
Outro bom cidadão chegado às curiosidade que marcaram Houaiss foi o potiguar Luís da Câmara Cascudo.
Cascudo deixou um livro de leitura obrigatória sobre o tema: Prelúdio da Cachaça (1968).
Conheci de perto Cascudo e também um de seus seguidores, Mário Souto Maior.
Maior deixou publicados uns 50 livros, entre os quais o Dicionário Folclórico da Cachaça (1980).
É enorme o leque de curiosidades entorno da cachaça ou cana, como fala o homem do povo.
Tem piadas, causos, músicas e tudo mais. E personagens no teatro, na TV, no cinema, em todo o canto.
Você lembra daquele personagem do Chico Anísio, o João Cana Brava? Estava sempre de porre.
E do caso do cara que chega a delegacia, sem saber porque lá estava?
Diz que o delegado perguntou ao cidadão por que ele estava ali, se ele se envolvera em algum crime ou confusão de rua. Depois de arrotar uma arroto cana brava, disse o cidadão:
- Dotô, eu num sei não.
- Como não sabe?
- Eu estava na rua, um monte de gente de lado, quando a polícia chegou gritando: cana pra todo mundo!
E tem essa também:
Dois bêbados estão na rua praticamente abraçados, cai aqui cai acolá. De repente um dele se abaixa para pegar uma nota de 50 reais que estava dando sopa, perdida. Aí diz o sortudo, ao colega:
- 50 paus! Vamos comprar 45 de cachaça e 50 de pão.
- Você é louco? Porque tudo isso de pão?