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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

HISTÓRIAS DAS ARÁBIAS. PRINCESA PRESA (2)

Mais uma bela princesa
Pelo pai foi sequestrada
Ninguém sabe onde está
Se está bem ou maltratada
Quem sabe tenha morrido
Talvez de morte matada


Shamsa é irmã de Latifa.
Latifa e Shamsa são irmãs, filhas do todo poderoso Mohamed bin Rashed al-Maktum.
Mohamed é um cara que não sabe o que fazer com o dinheiro que tem. É dono de Dubai, um dos países de sistema político mais reprensivos do Oriente Médio. Integra os Emirados Árabes.
Mohamed é rei e suas filhas, princesas.
Mohamed não gosta das filhas que tem, tanto as castiga o tempo todo.
Shamsa, conhecedora da violência do pai, deixou o país em que nasceu e foi tentar a vida noutro lugar. Não conseguiu. O pai acionou seus milicianos e ela foi obrigada a voltar às rédeas do pai.
Shamsa tinha uns 18 anos quando isso aconteceu.
Nunca mais se ouviu falar de Shamsa.
Shamsa está viva ou está morta?
A irmã de Shamsa, Latifa, está presa numa mansão ou castelo de ouro.
Pobres meninas ricas, Shamsa e Latifa.
O pai de Shamsa e Latifa continua mandando e desmandando em Dubai.

CHOREI POR NÓS

Hoje eu acordei triste, profundamente triste.
Eu não sei direito porque acordei tão triste.
Quase chorando sem nem saber porque.
Sim, claro, há mil razões para chorarmos.
A desatenção um pelo outro é motivo suficiente para deixar até um poste triste.
Nem dormi. Chorei por mim chorei, por nós e por tantos que nem conheço.
Chorei pelos sem teto, pelos pés descalços, deserdados e pela vida pobre que corre solta pelas vielas e becos escuros.
Chorei por minha mãe, que se matou. chorei por Deus, que nem sei se existe.
Enfim, chorei por vivos e mortos...
Logo cedo ouvi no rádio que o Brasil chegou à triste marca de 250.079 mortes provocadas pela Covid-19.
Isso dói, não dói?
Dói e faz chorar a alma de quem tem pelo outro o mínimo de amor, o mínimo de carinho, o mínimo de respeito.

O piolho está feliz
Por sua triste missão
Duzentos e cinquenta mil
Já ceifou com seu facão
Isso porém é pouco
Para ele e seu patrão

O patrão desse piolho
É o próprio Cramunhão
Sujeito dono das trevas
Maldito, sem coração
Seu novo Coronavírus
É para o mundo maldição

Invisível ele chegou
Devagar e sutilmente
Enganando todo mundo
Ao lado do presidente
Covarde o bicho segue
Matando impunemente

Não há o que fazer
A não ser sentar, chorar, rezar
Pedindo a nosso deus
Pra do bicho nos livrar
O bicho é violento e
Mata mata por matar

É isso o que ele faz
Dia e noite sem parar
Pra cair nas garras dele
Basta só se descuidar
Esse bicho muito feio
Veio ao mundo pra ficar


O primeiro caso de morte pela covid-19 ocorreu, no brasil, no dia 16 de março de 2020. No dia seguinte, inventei de publicar o primeiro dos quatro folhetos de cordel (Capas acima) que escrevi sobre a nova praga que do mundo se avizinhava.
Em dezembro do ano citado, o repórter Ivan Finotti procurou-me pra falar sobre o que eu andava fazendo durante essa maldita pandemia que não nos larga. E aí falei. E aí ele publicou uma reportagem bem legal no Caderno Ilustrada no jornal Folha de S.Paulo. Confira: Assis Ângelo, cego há sete anos, lança cordéis sobre a pandemia

BREGUICE E JOVEM GUARDA


Eu não canso de repetir: o Brasil é muito rico.
No Brasil há de um tudo, tem gente feia e gente bonita.
Brasília está cheia de gente feia, de político que não presta, ladrão. 
Mas eu quero falar é de Reginaldo Rossi, que aniversariaria neste mês de fevereiro. 
Era de Pernambuco, o Reginaldo. Reginaldo Rodrigues dos Santos, de batismo.
O cidadão Reginaldo escolheu a música para viver, acrescentando ao nome, um sobrenome de fantasia: Rossi. Isso em 1964. Dois anos depois, já estava com um disco na praça e alcançando sucesso com uma bobagem intitulada, O Pão (abaixo).
Reginaldo nasceu em Pernambuco e o seu primeiro disco foi gravado em São Paulo, nos estúdios da extinta Continental.
Na São Paulo de 1966, Roberto Carlos botava banca. Ele era o líder do programa Jovem Guarda e pra virar "Rei" do movimento, digamos assim, foi um pulinho.  
O programa do Roberto, do qual participou Reginaldo, começou em 1965 e terminou 3 anos depois, antes da decretação do famigerado AI-5. 
O programa era uma leveza só, com muita gíria e animação. 
Foi longa a carreira artística de Reginaldo Rossi. 
Logo que começou a fazer sucesso, foi classificado de brega. Rei do Brega. 
Brega é um tipo de música, digamos assim, caracterizada por um linguajar fácil de cantar. A ver com dor de cotovelo, por ai. 
Uns 15 anos antes de morrer, Rossi tentou uma vaga na Câmara Municipal de Jaboatão (PE) e uma vaga na Câmara dos Deputados, quebrou a cara. E ainda bem, diria ele depois.