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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

TEMPOS NERVOSOS

No momento, o que mais tem no Brasil é zebra. Quer dizer: problemas, problemas, problemas.
O Brasil tem um presidente que só pensa naquilo: reeleição.
Ouço no rádio notícia dando conta de que quadruplicaram as brigas, desacertos, desamores e tudo mais entre as pessoas de todos os sexos, neste País múltiplo.
Cá em casa, o telefone toca e toca e chego a tempo de atender o seu triiiiiimm. É Fausto, o bom Fausto dizendo que gostou do texto que acabo de publicar no newsletter Jornalistas&Cia. Escrevi sobre o número sete na nossa vida. E conversa vai, conversa vem, Fausto diz que está difícil entender as pessoas. "O Bolsonaro tá mexendo com a cabeça de muita gente, loucamente", diz lembrando que alguns amigos parecem ouvi-lo em grego: "Está todo mundo nervoso, irritado, sem paciência sequer para atender os amigos. Até onde vai isso?", pergunta.
Logo depois do Fausto, liga a querida cantora Celma (da dupla Célia e Celma). "E aí moço, por onde andas que não atendes? Já ligamos várias vezes e nada", diz acrescentando: "Estamos com saudade. Célia manda um abraço e o Severo, também".
Nessa mesma linha, o cantor e compositor Jorge Mello telefona perguntando: "E aí macho, não está mais atendendo o telefone?".
É claro que atendo a todos com todo carinho, com toda beleza, com todo respeito e agradecimento.
É bom falar, é muito bom falar.
Essa maldita pandemia que ainda continua provocando mortes em todos os continentes é, certamente, um dos motivos que tem levado as pessoas a se comportarem de modo, digamos, incivilizado.

Nada ou quase nada pode justificar uma grosseria pessoal ou por telefone. 
Um filho meu telefona de João Pessoa. Diz um monte de coisas. Palavras truncadas. E não nos entendemos.

Outro dia, achei de ligar a uma amiga em Pernambuco. Pessoa ótima. E com saudade, disse: Estou com saudade. Já liguei várias vezes, mas o triiim foi em vão. Para a minha surpresa, ouvi: "Não gosto de cobrança!".
Eu também não gosto de cobrança, portanto procuro não fazer dívidas.
Essa coisa de cobrança é coisa do Capitalismo.
O Capitalismo é um horror, mas sabemos: é o que há, pois o socialismo, o comunismo, nas suas origens, não deu certo. Tanto que Marx (1818-1883) morreu pobre de dar pena.
Aliás, essa história de Marx me lembrou de uma coisa: Marx teve com sua mulher, Jenny, 7 filhos. Quando um deles morreu, Marx não tinha dinheiro nem pra comprar o caixão.
Mas voltemos, saudade é coisa boa.
Essa história de matar saudade eu sou contra. Ouçamos: