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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

CORRUPÇÃO É PRAGA QUE NÃO ACABA NUNCA

"O vírus mortal desembarcou num mundo no qual o negacionismo, o populismo, a desinformação

deliberada, corrupção falaram mais alto que a defesa da vida em várias partes do planeta (...) O documento final (da CPI) também trouxe indícios claros de que, na base dessa resposta, estão suspeitas de corrupção. Desde os primeiros dias da crise sanitária, entidades como a OCDE alertavam como a pandemia era “o paraíso” dos corruptos, já que abriam-se brechas perigosas diante da pressão por compras imediatas de materiais, regras de licitação que eram suspensas, a pressão popular por respostas e um mercado desabastecido".
 
O texto final produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, que apura denúncias de corrupção aos cofres públicos será votado na próxima semana, no Senado.
No cinema, teatro, televisão e até na literatura e folhetos  de cordel personagens corruptos (e corruptores) pintam e bordam. 
Autores como Machado de Assis e Lima Barreto criaram alguns personagens aéticos.
No Conto de Escola, o autor Machado de Assis (1839-1908) dá vida a Raimundo e a Pilar. Raimundo, tenta subornar Pilar e essa sua tentativa lhe rende uma sova inesquecível.
Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto (1881-1922) dá trabalho ao protagonista do romance, Policarpo, que de uma hora pra outro vê-se perseguido por um político da sua cidade.
E por aí vai a história de corruptos e corruptores na ficção e na vida real, aqui e alhures.
O primeiro ato de corrupção da história foi registrado no Éden, quando Eva leva Adão a comer o tal fruto proibido.
No Brasil, o primeiro ato de corrupção tem um autor: Pero Vaz de Caminha (1450-1500).
Em 2003, o Brasil assinou documento na ONU prometendo agir contra a corrupção. Mais de 100 países fizeram o mesmo, a partir de outubro daquele ano.
 
 
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BRUMADINHO: 1.000 DIAS E UMA CANÇÃO


Bombeiros continuam procurando, exaustivamente, 8 dos 270 corpos soterrados pela enxurrada de rejeitos da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho, MG.
Hoje 21 faz 1.000 dias do estouro da barragem, um caso crimonoso.
Dezesseis pessoas entre engenheiros e diretores, incluindo presidente Schvartsman, foram denunciadas à Justiça.
Os denunciados, porém, já não são denunciados pela Justiça mineira, pois "terça-feira 19 a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular o recebimento da denúncia por entender que o caso deve analisado pela Justiça Federal", segundo o noticiário.
Hmmmmm...
Impunidade à vista. E aí, escrevi o poema abaixo:

VIDA E MORTE EM BRUMADINHO

Morre sorte, morre vida
Morre fé, morre esperança
Morre fim, morre começo
Morre paz, morre bonança
Morre tudo, nada fica
Só a dor da má lembrança

Morrem homens e mulheres
E crianças nas esquinas
Morre dia, morre noite
Nos morros, nas colinas
Morre tudo que se mexe
No rico solo de Minas

Mariana se repete
Com dor e muito espinho
O povo de Deus precisa
De amor e mais carinho
Por quê morre tanta gente
D'uma vez em Brumadinho?

O terror desceu matando
Pelas águas do Feijão*
Provocando desespero
Pavor e destruição
O poder não tem limite
nem pudor nem compaixão

Força e violência
Tem o Grande Capital
Que transforma gente em coisa
Pelo tal do vil metal
Impondo a "Mais valia"
Na alma nacional

A Vale do Rio Doce
De doce não tem nada
Tem dor, tem agonia
E chicote pra lapada
Quem reclama ganha cruz,
Vira coisa descartada

Vale tudo, vale tudo
Na terra da bandalheira
Vale roubar o povo
Vale vale a roubalheira
Só por isso vale pôr
Os ratos na ratoeira!


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