Patrão, começou gritando Zoião, "o sinhô tá sabendo o que tá rolando no coração do Exército brasileiro?".
Achei a frase do Zoião bastante provocadora, e respondi: "Mais ou menos, mais ou menos".
Falei baixo, com naturalidade, e assim falando notei que os meus botões estavam todos ligados em mim. Tipo, olho no olho. Zoião insistiu: "Pois é, o nosso Exército está todo de cabeça baixa mesmo engolindo sei lá quantas pílulas de Viagra por dia, ou por noite. Sei lá".
Fiquei reticente, porém pensando.
A pergunta de Zoião tinha tudo a ver com a preocupação que a até então eu dedicava à questão Viagra.
De repente, não mais do que de repente, vem lá Lampa com aqueles olhos murchos cutucando as unhas com seu inefável punhal, tranquilamente. Assim como quem quer e não quer, à toa. Pergunta: "Chefe, o sinhô está a favor desse feladaputa chamado Bolsonaro? Se tiver, a gente conversa adespois. Se não, a gente conversa é agora!".
Calmo eu estava, calmo eu fiquei.
E ele, Lampa, me zoiando de cabeça baixa. Tipo assim, quase ameaçando em silêncio...
Olhei pra todos os olhos dos meus botões. Mané, Zé, Jão, Biu e Barrica nada disseram no canto onde estavam.
E o papo posto na roda, assim espontânea e de repentemente, era Viagra.
Na verdade, na verdade, a questão colocada no momento era uma questão um tanto delicada, sei. Pensemos: o Exército, as Forças Armadas do Brasil de cabeça baixa e precisando de Viagra pra se fortalecer diante e perante de quem?
Falei alto, é certo...
Zilidoro, intelectual de carteirinha, de dedo em riste se exalta: "É o fim da picada! Não entendo nada. As Forças armadas, formadas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, existem para defender a Pátria", disse de modo impoluto, levantando-se do tamborete onde estava.
Entendi, eu sempre entendo Zilidoro.
De certo modo, é bom saber que as Forças Armadas estão preocupadas com a grandeza do País.
A cultura musical, a cultura brasileira, registra todos os momentos da nossa vida cotidiana.
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