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quarta-feira, 29 de junho de 2022
SÃO PEDRO ENCERRA SÃO JOÃO
Em 1956, Inezita Barroso tinha 5 anos de carreira em disco. Suas duas primeiras gravações, pelo extinto selo Sinter, foram feitas em 1951. Títulos: Curupira e Funeral D'um Rei Nagô. Dois anos depois, gravou seu primeiro grande sucesso: Ronda, de Paulo Vanzolini.
No começo do ano de 1956, Inezita se achava em curta temporada musical no Rio de Janeiro.
A edição de 26 de maio de 1956 da revista Radiolândia trazia uma reportagem em página dupla com a cantora vestida de caipira de festa junina (acima). Nessa reportagem é exaltada o talento da artista paulistana.
O repertório de Inezita é extenso. Todas as músicas que gravou eram de autores de diversas partes do país.
Certa vez perguntei a Inezita se ela nunca se aventurara a compor, além de cantar. Ela riu e disse que fez uma ou duas besteiras. Entre estas besteiras Noites de Junho, em parceria com o seu amigo pianista Túllio Tavares. Até uma cópia da letra ela me deu (ao lado). E perguntei mais: por que nunca gravara essa música. De novo ela riu. O tempo passou, e para minha surpresa, Inezita findou por gravar Noites de Junho. Foi o que me disse. Acho que no último ou penúltimo disco dela. Não lembro bem.
Bom, o ciclo junino termina hoje 29.
O dia é de São Pedro e também de São Paulo.
A existência da marcha junina, musicalmente falando, tem a ver com o baiano Assis Valente e o pernambucano Luiz Gonzaga.
É difícil achar um cantor brasileiro que não tenha no seu repertório uma música junina.
Há clássicos no repertório junino como Jackson do Pandeiro e tantos e tantos.
E a sanfona, hein?
A sanfona é um instrumento musical surgido na China, antes de Cristo.
A história da sanfona é incrível.
Foram os europeus que deram forma à sanfona como tal a conhecemos hoje. E rapidamente ela firmou-se no Brasil. São muitos os grandes sanfoneiros a partir de Giuseppe Rielli.
Gilberto Gil começou a carreira tocando sanfona, como João Donato e Jorge Mello.
Jorge Mello, piauiense, começou a tocar sanfona ali pelos 10 anos de idade (ao lado direito). Depois abandonou o instrumento e seguiu vida à fora tocando violão. É um dos nossos grandes compositores.
Luiz Gonzaga, o rei do baião, deixou alguns clássicos enriquecendo o cancioneiro junino. Ouça:
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