Chefe!, começou gritando pra minha surpresa o sempre caladão e arredio Lampa, deixando o seu punhalzinho de estimação de lado. Prosseguiu ele: "Eu acompanhei o debate entre os cabras e duas mulheres que desejam ser presidentes do Brasil. Foi fraco. Não gostei, pois poderia ter sido melhor. Depois li o que o sinhô escreveu a respeito do debate na Bandeirantes. Eu pergunto: o sinhô odeia o Bolsonaro?".
Os demais botões da casa entraram numa espécie de convulsão, surpreendidos com a fala direta e reta do velho Lampa.
Zilidoro depressa pediu a palavra: "Curioso, eu estava com vontade de fazer essa mesma pergunta, porque outro dia li um poema do seu Assis sobre o atual presidente. Não gosto do presidente e gostei do poema que começa falando da irresponsabilidade do presidente que deu banana ao povo e tirou sarro de quem estava sofrendo vítima do novo Coronavírus. Um horror!".
Barrica ficou interessado no poema e pediu que Zilidoro o declamasse. Sem delongas, Zilidoro começou:
Já não são quinhentas mortes
Já não são quinhentas mil
A desgraça toma corpo
No coração do Brasil
Não são mortes naturais
As mortes de Silvas e Bragas
São mortes provocadas
Por vírus, pestes e pragas
Praga viva inda mata
Homem, menino e mulher
Mata completamente
Do jeito que o Bicho quer
Maldito Coronavírus
Que pega e mata gente
O Brasil está morrendo
Nas garras do presidente
Presidente também morre
De morte matada ou não
Lugar de quem não presta
É lá no fundo da prisão!
A cadeia te espera
Presidente matador
Quem apanha hoje é caça
Amanhã é caçador
"Chefe! Mas o sinhô até agora não me disse se odeia ou não o Bulsa, como diz o Zoião: o sinhô odeia ou não esse cabra?", pressionou-me Lampa, a quem imediatamente respondi: Não, não odeio ninguém. Não tenho essa capacidade de odiar. Não odeio ninguém. Quem odeia corre o risco de sofrer como o odiado. Tudo que desejo é que um presidente faça bem à Nação tomando medidas benéficas e necessárias a todos.
Meus botões, todos, disseram "urraaa!".
Biu perguntou-me se eu acompanhei o debate com os presidenciáveis. Respondi afirmativamente, mas concordo com Lampa: foi fraco. Esperava mais.
Zé e Jão disseram que estão inclinados a votar no Ciro. Mané disse também que, talvez, vote no Ciro. "Acho o Ciro muito enrolado, fala uma linguagem meio doida", disse Zoião.
Finalizando, Lampa contou que ouvira há pouco no rádio notícia dando conta de que o Congresso está prestes a decidir a questão sobre eleitores que poderão ou não adentrar à cabine de votação armados. E opinou, com firmeza: "Sou contra! A arma do eleitor é o voto e não um revolver".
Ante a fala de Lampa, todos os botões se levantaram e bateram palmas.
E ainda pediram que eu compartilhasse um vídeo intitulado Presidente sem Noção, que fiz há algum tempo. Este:
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