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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

20 DIAS QUE SACUDIRAM O BRASIL (4, FINAL)

... E pensar que o Sr. Fernando Affonso Collor de Mello, um ex-caçador de "marajás" — como se autodenominava — e redentor dos chamados "pés descalços" e "descamisados" (que se multiplicam aos milhões todos os dias pelos rincões deste País sem fim) pretendia permanecer à frente dos nossos destinos por um período mínimo de 30 anos… Argh!, chega a arrepiar. Deus do céu! E que palhaçada! Que dizer de alguém metido a poliglota, e investido (legalmente, para infelicidade nossa) no cargo de presidente da República Federativa do Brasil, que recebe pomposamente — na ilusão de se fazer mais importante — o mundialmente consagrado e competente escritor peruano Mário Vargas Llosa, com a seguinte frase:

— Eu estou torciendo por vocé, Mário.

Pois é, dizer o que?

O correto seria: "Estoy haciendo barra por usted, Mário." Quem duvidar, que leia o livro de memórias de Llosa, El Pez en el Agua (Ed. Seix Barral). Antes de cometer essa barbaridade linguística, Collor sacou a frase que levou o humorista Jô Soares ao delírio:

— Duela a quien duela.

Afe!

E nós, ó, só sofrendo. Pra lembrar: no dia 26 de abril de 1984 foi rejeitada a emenda Dante de Oliveira, que restabelecia a eleição direta para presidente da República. Um ano depois, no dia 21 de abril, morria Tancredo Neves, eleito pelo Colégio Eleitoral. Surgia a malfadada Nova República. O então presidente José Samey lança o Plano Cruzado e é endeusado — a desilusão viria depois. Entre 1987 e 1988 é redigida e aprovada por deputados e senadores a Constituição que nos salvaria a todos — era o que se dizia na época, mas o tempo se incumbiria de comprovar o contrário. Finalmente, a maior de todas as decepções:

Collor, um aventureiro desconhecido, chegaria ao poder...

As decepções, porém, não devem, jamais, suplantar os sonhos e esperanças de um povo.

Nada como um dia atrás do outro.

Em frente!

Cerca de 35 milhões de brasileiros acreditaram nas promessas de Collor e depois se arrependeram. Pudera! Coisas da vida.

Ah! Sim: Segundo o folclore, o boto é um golfinho muito safadinho e louco por rabo de saia, que na calada da noite costuma seduzir virgens e mulheres casadas às dúzias, nas margens dos afluentes do rio Amazonas, onde mora. É um perigo danado. Não custa lembrar que Bernado Cabral nasceu naquela região.

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Abaixo, leia o texto nas páginas originais: 




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