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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

COCO DE EMBOLADA É COISA BOA

Caju e Castanha, eu sou o do meio
Digo sem medo de errar: dentro dos quase 200 países nominados e registrados na Organizações das Nações Unidas, ONU, o Brasil é grande destaque.
Dentre os 5 maiores países do nosso planetinha, o Brasil tem o que os outros não tem: uma riqueza incalculável, a começar do que chamamos de cultura popular.
A cultura popular é um leque enorme, palpável, de coisas produzidas pelo povo anônimo. Dentre essas coisas a ciranda, o batuque, a embolada...
A embolada é um gênero musical desenvolvido em compasso binário.
Há variações da embolada: de roda, de praia, de samba, de umbigada e mais meia dúzia e meia de denominações desenvolvidas especialmente na região Nordeste.
O primeiro grande embolador a gravar disco foi o pernambucano Minona Carneiro (1902-1936).
Minona foi o mestre do rei da embolada, Manezinho Araújo.
São muitos os emboladores e emboladoras de coco surgidos depois de Minona.
O Rio Grande do Norte deu Chico Antônio, que foi apresentado por Câmara Cascudo a Mário de Andrade.
A Paraíba deu, dentre tantos, Cachimbinho e Geraldo Mouzinho e as irmãs Lindalva e Teresinha, que participaram do filme francês Saudade do Futuro. À propósito: desse filme, dirigido por Marie Clemence e César Paes, também participaram os emboladores Peneira e Sonhador.
Pernambuco, além de Minona e Manezinho, deu Caju e Castanha, Selma do Coco e Aurinha do Coco.
Aurinha começou com 17 anos de idade, cantando em madrigais. Morreu no dia 27 de janeiro de 2022, no Rio, aos 63 anos de idade.
A história de Aurinha, de batismo Áurea da Conceição de Assis Souza, tornou-se um símbolo do coco de embolada em Pernambuco. Nasceu em Olinda.
Pernambuco, Paraíba e o Rio Grande do Norte são os Estados mais férteis para o coco de embolada. 
Quem canta coco é coquista.
Ouvir coquistas em ação é uma beleza que nos limpa a alma das bobagens transmitidas pelas rádios e TVs de hoje. 
Para ouvir Aurinha, clique:

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