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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A BALZAQUIANA É MULHER DE 30

Que relação pode ter entre a sudanesa Josefina e a francesa Josefina?
E Napoleão Bonaparte?
Honoré de Balzac (1799-1850) foi um autor que viveu à frente do seu tempo. Ele aprendeu a vida vivendo entre lençóis com mulheres de idades diversas. Aprendeu muito. Inclusive nos bordéis.
Pode-se dizer que Balzac foi aluno e professor de sexo.
No livro A Mulher de 30 Anos ele mostra os sérios e graves problemas que as mulheres do seu tempo viviam. Casavam com 15, 16 anos. Se passasse disso podia ficar no caritó. E aí, lá vem ele mostrando que a mulher de 30 anos pensa e age muito melhor do que uma menina com a metade da sua idade. Isso no passado. E no presente, também.
Dizia o autor francês que uma jovem de 15 anos o que tinha que fazer para o marido era entregar-se e gemer. A mais velha, de 30, sempre teve muito mais o que dizer e fazer, além de gemer. Compreendia e compreende ou pode compreender seu parceiro.
Mas o casamento, como se sabe, é uma incógnita.
No passado, no tempo de Balzac e antes dele, a mulher casava-se por obrigação e por obrigação tinha que fazer tudo o que o marido falasse. Sobre ela ele tinha o poder de mantê-la viva ou fazê-la morta. A Bíblia mostra isso.
A principal personagem feminina do romance A Mulher de 30 Anos, Julie, se apaixona por um primo coronel do exército napoleônico de nome Victor d'Aiglemont.
Ignorando a fala do pai, finda por casar-se com seu amado. Dá-se mal logo depois. Sua vida vira um inferno e ela passa a acolher-se noutros braços. Vários. Tem filhos e tal.
A vida da personagem não é fácil, mas inspirou uma frase conhecida até hoje: balzaquiana, que virou até marchinha carnavalesca no Brasil.
E Josefina, hein?
Josefina Bakhita (1869-1947) foi uma pessoa sequestrada já aos 9 anos de idade. Penou, penou, comendo o pão que o diabo amassou. Passou de mão em mão até cair em boas mãos na Itália.
A Josefina de Beauharnais (1763-1814) foi uma mulher que pintou e bordou na cama com inúmeros amantes até cair na graça do famoso militar Napoleão Bonaparte.
Napoleão teve seis filhos, mas nenhum com Josefina. Mesmo casada no civil e na igreja, Josefina pulava de cama em cama que nem um ioiô na mão de brincantes.
A outra Josefina, a sudanesa, virou santa padroeira dos escravos e dos sequestrados depois de a ela ser atribuído um milagre com uma brasileira enferma. Isso em 1992.
A história de Napoleão Bonaparte é uma história longa e cheia de bizarrices.
Quando ele morreu em 1821, na Ilha de Santa Helena, médicos optaram por extrair do corpo o pênis.
Essa parte do corpo foi guardada numa caixinha e nessa caixinha ainda provavelmente permanece. Nos EUA.
Pois, pois.

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