Vivemos um tempo de alucinações, de loucuras catastróficas.
Vivemos um tempo perigoso, de banalidades absolutamente vulgares, sem uso, sem préstimos, sem nada.
De fato, vivemos um tempo perigosíssimo. Um tempo de desentendimentos, de brigas, de malvadezas, de injustiças, traições, guerras e tudo mais. A minha sábia avó Alcina, do alto das suas reflexões, disse muitas vezes que o mundo estava pra se acabar. E o fim da Terra e de todos nós seria violento e definitivo, com bolas de fogo enormes rolando ladeira abaixo. Eu a ouvia dizer isso já ali pela metade dos anos de 1950.
Hoje em dia há vício pra todo tipo de viciado...
"Você tá lendo feito um doido, Assis!", interrompeu-me a querida e paciente Anninha, acrescentando: "Se não existe, é melhor criar o Leitores Anônimos".
"O que viria a ser isso?", pergunto. Ela: "Sei lá! Algo como uma associação de leitores viciados em livros, como Alcoólicos Anônimos. Por aí".
Isso!
Acho que Anninha, nossa Anna da Hora, que de certo modo lamenta não ler tanto quanto eu, tem razão. Sim, a ideia dela é boa. Viria, pois, a calhar um tipo de, por exemplo, Associação para Viciados em Livros. AVL!
Viria à calhar até porque pesquisas indicam que há cada vez mais queda no índice de leitores de livros.
Nos últimos anos tenho, de fato, consumido muitos livros. Consumido porque ler, ler mesmo, não leio. Ouço.
Tenho ouvido centenas de livros. No mínimo dois por semana. Essa semana, por exemplo, ouvi três: os romances Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar; Os 12 Mandamentos, de Sidney Sheldon e o infanto-juvenil Ilha Perdida, de Maria José Dupré, mesma autora de Éramos Seis. Agora, hoje, comecei a devorar Felicidade Clandestina, da imensa Clarisse Lispector.
"Isso é ou não é vício?", com deboche pergunta Anninha. Ela acrescenta: "Do mês passado pra cá li o romance Orgulho e Preconceito, da Jane Austen".
Hummm... Acho graça do jeito como ela conta isso. De que fala esse livro, Anninha?
"Fala de uma mulher chata e um pouco arrogante que detesta um cara mais chato e mais arrogante ainda. No final os dois se apaixonam, é mole?".
Bom, ainda bem que o personagem aí é completamente diferente de mim. Eu sou um doce!
Nesse meio tempo vou dizendo coisas neste Blog e cumprindo o compromisso de preencher toda semana uma página no Newsletter Jornalistas&Cia.
Ano passado publiquei mais um livro, dessa vez em parceira com o cartunista Fausto Bergocce. Titulo: Histórias de Esquina.
Também tenho publicado folhetos de cordel como O Sedutor Casanova e tal.
Ainda este ano lançarei o livro A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama, uma adaptação que fi de Os Lusíadas, de Camões e mais um em andamento: Do Popular ao Erudito: O Sexo como Expressão Artística.
Pois é, é isso.
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