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sábado, 29 de junho de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (109)

Júlia Lopes de Almeida
Não tem como não dizer da importância do paulistano Mário de Andrade na literatura e nos estudos de cunho poético/musicais. Importantíssimo.
Mário, pianista e compositor bissexto, andou fazendo pesquisa de campo Brasil afora. No Rio Grande do Norte foi ciceroneado pelo estudioso da cultura popular Luís da Câmara Cascudo.
Foi Cascudo quem apresentou o embolador Chico Antônio à Mário.
Esse Chico teve o nome incluído em três livros do Mário de Andrade, entre os quais O Turista Aprendiz.
Chico foi tão importante para Mário, como Manuelzão (1904-1997) para João Guimarães Rosa.
A obra de Mário de Andrade é recheada de erotismo e sensualidade. O amor nas páginas de Mário é uma constante. 
Entre 1923 e 1926, Mário escreveu quase uma dezena de contos. Esses contos, sete, foram publicados em 1947 no livro Contos novos.
Nesse livro o autor parecer identificar-se com um ou outro personagem. Em Frederico Paciência, por exemplo. 
Mas Mário de Andrade mostrava preocupação com o dia a dia negativo do seu tempo. 
O conto Nízia Figueira, sua criada fala duas mulheres: uma branca e uma negra. Patroa e criada.
A criada atendia com toda dedicação a Nízia. 
Um dia, Rufina é enrolada por um cara que a engravida. Ele some e ela entra em desespero passando a viciar-se em cachaça. 
Pois é, na literatura brasileira se acha o comportamento dos brasileiros e brasileiras. 
No livro Memórias de Marta, a autora Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) fala através da protagonista que dá título ao livro que a vida é dura, duríssima. Sem arrodeios, Júlia não mede palavras para criticar a sociedade do seu tempo.
Memórias de Marta foi publicado em folhetim no jornal carioca Tribuna Liberal, entre os anos de 1888 e 1889. Uma década depois o texto ganhou o formato de livro.
A história é fantástica, seja ela ficcionista ou realista.
Em janeiro de 2024, o Papa Francisco voltou a surpreender a ateus e cristãos quando afirmou que “o prazer sexual é uma dádiva de Deus”.
Já falamos aqui de filhos de papa. História real, sem possibilidade nenhuma de dizer o contrário. História é história.
A história inspira ficção.
Em 1959, o jornalista, contista, romancista e novelista Rodrigues Marques escreveu o livro de contos Os Quatro Filhos do Papa.
A história que dá título ao livro fala de um cara que faz uma turnê mundo afora. Um “bon vivant”. Ele conta a uma tia querida das suas andanças. Na Itália, conheceu filhos de um papa. A tia fica em êxtase. E mais ainda quando o tal diz que os filhos do papa que conheceu vão estar no carnaval do Rio de Janeiro.

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