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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

EU E MEUS BOTÕES (70)

Bom dia, bom dia, bom dia pessoal!
Chego eu assim dizendo, depois de longa invernada.
Ao saudar meus botões como eu saudei, o entusiasmo tomou conta da casa de Zilidoro. E ele, Zili: "Seu Assis, seu Assis! Por onde andou durante esse tempo todo?".
A mesma pergunta repetiram os demais botões, como se houvesse eles ensaiado.
Todos ali estavam de pé, menos Lampa.
Como sempre, Lampa estava a cutucar as unhas com o seu inseparável punhalzinho. Perguntei-lhe: E aí, Lampa? Você está bem?
Lampa olhou pra mim assim de baixo pra cima, ainda sentado, e nada disse.
Seus olhos pareciam mais enigmáticos do que antes. Insisti: Tudo bem, Lampa? Como você tem andado?
A casa de Zilidoro silenciara. Devagar, bem devagarzinho, Lampa enfiou o punhal nos quartos e levantando-se disse: "Tô bem, tô bem. Mas devo dizer que andei procurando o sinhô e não achei. Onde esteve?".
De repente Zé, Mané, Biu, Zoião, Jão e o irmão do Biu, Barrica, caíram numa risada só. Lampa ficou sério. 
Jão brincou: "Ora pois, o papo se inverteu. Invés de Lampa responder ao seu Assis, foi Lampa que inverteu a pergunta. Ora!".
Lá do seu canto, Zoião a tudo observava e ouvia. Arriscou: "Eu acho que Lampa está envolvido naquela tramóia que por pouco não resultou no assassinato do seu Lula, do seu Alckmin e do seu Xandão. A tal da operação deles não se chamava Punhal Verde Amarelo?".
Calma, calma, não vamos entrar nessa, disse eu. O Lampa é dos nossos, é um pouco esquisito...
Eu nem havia findado de falar, e o Mané destabocado como sempre foi logo dizendo, me cortando: "Lampa é tudo de bom, não fosse a sua esquisitice incompreensível até hoje".
Bom, voltei a falar, andei viajando por aí. Estive na Rússia e também na Ucrânia. Falei com os dois de lá, Putin e Zelensky. Ali tem coisa complicada que pode sobrar pra nós. Também estive em Israel, Faixa de Gaza, Irã e tal. Daquele lado do mundo, a coisa é mais complicada do que se possa pensar, até porque os EUA apoiam com tudo quanto é tipo de arma a Ucrânia e Israel. E por aí vai...
Zé, calado até então, levanta a mão pra dizer que "Não consigo entender porque esse povo de lá vive de se matar um e outro o tempo todo".
Poxa... O Zé tem toda razão quando diz não compreender essa loucura de apoio dos EUA às nações em guerra...
Seu Assis, seu Assis "não podemos esquecer que o velho Nostradamus previu ser no Oriente Médio o palco do fim de tudo", disse lembrando previsões o poeta Zilidoro.
Os manos Biu e Barrica, depois de se entreolharem, um falou: "Os EUA foram sempre um país a  cuidar dos seus próprios interesses e não da paz mundial", disse Biu. Barrica emendou: "É a tal coisa, cada qual por si".
Isso mesmo, isso mesmo Barrica. Você também está certo, Biu. Neste nosso mundinho há quase 200 países, a maioria sofrendo muito, passando fome. Uma loucura! Fui eu dizendo e dizendo mais: o que mostra, de certo modo, uma luz no fim do túnel, é a campanha que Lula está fazendo para acabar com a fome que mata criança, homem e mulher historicamente. O Brasil vende comida para o mundo todo, mas ainda assim e aqui mesmo, muita gente morre de barriga vazia.
Zilidoro, depois de olhar o relógio, disse que tinha reunião com estudantes da periferia de São Paulo. O assunto a ser tocado era educação, saúde e trabalho. Pediu licença pra sair, pois já estava atrasado. Aproveitei a fala de Zili e dei por encerrado o nosso encontro de hoje. 
Antes de encerrado este nosso encontro, Zoião levantou-se pra recomendar aos pares um poema que fiz falando do lunático, imbecil Bolsonaro. Pra minha surpresa, Lampa levantou-se pedindo licença e já declamando:

...

Presidente também morre
De morte matada ou não
Lugar de quem não presta
É lá no fundo da prisão!

A cadeia te espera 
Presidente predador
Hoje quem foge é caça
Amanhã é caçador

Baixa o pano.

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