Embora carregue comigo cara e gestos de adulto metido a besta, confesso-me criança desde que aprendi a andar com os próprios pés e a falar coisas deste mundo vão.
Sou, como alguns devem saber, da safra de 52 do século passado. O berço, de origem simples, teve por nome Paraíba.
Profissionalmente entrei para o jornalismo. Li e continuo lendo muito. Só que de modo diferente, como fazem aqueles que perderam a graça de ler com os olhos.
Nos tempos de criança eu fortaleci a alma ouvindo histórias de Trancoso contadas por minha santa avó Alcina.
Vim a tomar conhecimento da existência dos irmãos Grimm ali pela virada dos 50...
Os irmãos Grimm eram dois, Jacob e Wilhelm, que bem cedo passaram a gostar das lorotas infantis, ou quase infantis, que ouviam dos mais velhos.
São muitas as histórias que os Grimm escreveram pensando nas crianças.
Depois dos irmãos Grimm, outros autores vieram à tona trazendo histórias e personagens encantados. Uma beleza!
E no Brasil, hein?
Figueiredo Pimental foi um cara nascido nas cercanias da capital carioca, em 1869. Foi jornalista, poeta e romancista que acabaria seguindo a carreira diplomática. Foi uma figura e tanto.
Pimental publicou muitas coisas nos jornais do Rio.
Ao mesmo tempo que escrevia pra jornais, Figueiredo Pimentel arregaçava as mangas e se divertia escrevendo histórias de amor, sexo e, grosso modo, muita putaria para adultos. Era da linha naturalista como Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha.
Depois de Pimentel deu o ar da graça o paulista de Taubaté Monteiro Lobato.
Lobato entrou para a história como o pai da literatura infanto-juvenil.
A obra de Lobato é enorme, a partir do seu Sítio do Pica-pau Amarelo.
Ao contrário de Pimentel, Lobato não escreveu livro de safadeza.
A propósito, hoje é o Dia Nacional do Livro Infantil.