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terça-feira, 29 de maio de 2012

AINDA OSWALDINHO DO ACORDEON

Leio nos jornais notícia sobre desentendimento entre herdeiros e desvio de dinheiro do espólio do artista plástico Alfredo Volpi (1896-1988), O Pintor das Bandeirinhas, também chamado de Mestre do Cambuci.
Fico triste.
Mas eu sabia que isso um dia iria acontecer.
Essa certeza teve por base uma entrevista (ao lado)que fiz com ele em junho de 1977, publicada em dezenas de jornais Brasil afora.
Foi uma entrevista bonita, reveladora da arte e do artista, um autodidata nascido em Lucca, Itália, e chegado ao nosso País com apenas dois anos de idade. Com 12, ele já enchia telas e telas com figuras e cores.
“Pintor das bandeirinhas”, ele me disse na ocasião, “foi uma besteira anunciada por Di Cavalcanti” e explicou:
“O problema da pintura é linha, forma e cor”.
Pois é, só isso aliado à técnica e sensibilidade que ele tinha de sobra.
Mesmo iniciado na pintura em 1910, só em 1944 é que ele tomou coragem para mostrar seus quadros numa exposição individual.
A nossa conversa foi longa.
Ao nos despedirmos, ele me presenteou com um desenho.
Meio sem jeito, aceitei.
Surpresa:
À saída, sem que ele soubesse, uma pessoa da sua família me cortou o caminho e tomou de volta o presente.
Até aqui, esse foi um dos maiores constrangimentos que já senti.
Claro, jamais contei isso ao pintor.

O CORVO
Peguei a última sessão de cinema ontem.
Assisti O Corvo, baseado em conto homônomo de Edgar Alan Poe. Obra-prima.
O filme surpreende.
Com o roteiro bem resolvido de Ben Livingston e Hannah Shakespeare, o diretor James MacTeigue deita e rola, em alguns momentos provocando calafrios.
É bonito, de suspense na medida certa.
A história gira em torno de um serial que dá dor de cabeça a polícia.
O assassino atua na esteira de personagens criados por Poe, que é envenenado.
O final leu eu não conto.

OSWALDINHO DO ACORDEON
Ainda o espetáculo no auditório Ibirapuera.
Clique:

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