A cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira (ao lado) é atração especial amanhã no Sesc Pinheiros, a partir das 19h30. Ela preparará para os felizardos que lá estiverem um rubacão daqueles.
Rubacão, ou arrubacão, é um dos mais saborosos pratos típicos da Paraíba, parecido com o velho e também bom baião-de-dois, de que tanto o Rei do Baião gostava.
Entre os ingredientes para o prato em questão estão o charque ou carne de sol, feijão verde, nata fresca, queijo de coalho, coentro, cominho, tomate e pimentão.
A última vez que comi um bom rubacão, e faz tempo, foi na casa de José Nêumanne, ao lado de Zé Ramalho e do seu amigo e empresário, Otto Guerra.
Em tempo: Socorro está concorrendo ao prêmio de Melhor Cantora do Prêmio Música Popular Brasileira na sua 23ª edição, ao lado de Kátya Teixeira e Roberta Nistra, pelos discos Zé do Norte 100 Anos, Feito de Corda e Cantiga e Roberta Nistra, respetivamente.
Para o CD de Socorro, dei uns pitacos e assinei o encarte.
É coisa boa.
Concorrem ao Prêmio Música Brasileira 104 artistas, selecionados dentre 735 CDs e 93 inscritos.
João Bosco, que está fazendo 40 anos de carreira, é o grande homenageado dessa edição do Prêmio.
Os ganhadores do 23º Prêmio Música Popular Brasileira serão conhecidos em noite de gala no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no próximo dia 13 de junho.
INEZITA BARROSO
No primeiro momento, ela me pareceu triste.
Falou de uma dorzinha aqui, outra ali e de Balancinho, que morreu há três dias.
Mas é a vida.
Depois falou de Ventania, que nasceu para cantar e de certo modo substituir Balancinho.
Mas o frio destes dias aperreia, e muito, principalmente para quem gosta de temperatura amena, como ela.
E aí brincou, sorriu, gargalhou.
Mostrou que está atualizada, ouvindo discos e vendo hora ou outra a televisão.
Quanta bobagem no ar!
Contou que outro dia falou ao programa Cocoricó a respeito do livro A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora), que escrevi sobre ela no ano passado.
Repetiu, aliás, o desejo da neta que mora em Londres, que quer porque quer que eu dê continuação à história da Menina.
E aí perguntou se já terminou a exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo.
Já, eu disse.
E foi ontem.
E falou e falou; e como sempre, ouvi e falei também.
Nossos telefonemas são assim, duram pelo menos uma hora.
E hoje não foi diferente.
Perguntou o que acho do som de CD.
Comprimido, esquisito...
E ela: O som é ruim, bom mesmo é o som do vinil.
Há como discordar?
E Balancinho?
Balancinho era o nome de um sabiá dela, que tinha hora que parecia disputar trinos com Ventania.
Ventania é um sabiá que se deixa ouvir até por Virgulino, um chorrinho forte e compridinho, de centímetros, peralta que só, abusado, que come agrião, castanha de caju, toma café, bebe água mineral e só falta falar.
Um dia ele vai virar gente, ela acha.
Sei não, acho que isso não será bom pra ele...
OSWALDINHO DO ACORDEON
Foi um belo espetáculo o de ontem à noite no Auditório Ibirapuera, com Oswaldinho fazendo o que sabe fazer, e muito bem: encantar gente.
Um privilégio e tanto para o público presente.
No horário marcado, o regional Vibrafone Chorão entrou no palco esquentando os instrumentos e preparando terreno para mestre Oswaldinho deitar e rolar; o que fez com categoria, sob uma chuva de aplausos.
Foi só coisa boa, música de primeira, como Forró Chorado, do próprio Oswaldinho; Gracioso, de Altamiro Carrilho; Um Chorinho Diferente, de Gaúcho e Ivone Rabelo; Treze de Dezembro, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, com letra de Gilberto Gil interpretada por Bia Goes; Viajando, de K-Ximbinho; Oswaldinho no Choro, de Washington Luiz; Músicos e Poetas, de Sivuca.
Ainda no repertório de ontem, obras de Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Rosil Cavalcanti, autor do clássico Meu Cariri.
Rosil morreu sem saber por que Dilu Melo consta como parceira nessa música.
A Quitanda Musical assinou a produção de Forró Chorado, título do espetáculo de Oswaldinho do Acordeon, que tem tudo pra correr o Brasil.
Fica o registro.
Ah! a foto aí de baixo, feita por DArlan Ferreira, se justifica pelo seguinte: na última hora, a produção me convocou para subir ao palco e dizer o óbvio, ou seja, que Oswaldinho é um mágico etc., que domina o acordeom como a própria respiração, para a alegria de quem gosta do que é bom. Em minutos, contei um pouco da história da sanfona no Brasil, que começou com o italiano Giuseppe Rielli, seu filho Rielinho, Antenógenes Silva, Luiz Gonzaga, Gerson Filho, Sivuca, Dominguinhos, Oswaldinho...
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