Ao contrário do agente funerário sensibilíssimo e cantor de banheiro criado por Woody Allen no filme Para Roma Com Amor, o que acontece na vida real é triste, muito triste, sem graça nenhuma.
O terreno em volta do Instituto Médico Legal de São Paulo, e talvez noutros lugares do País, é movediço totalmente.
De morte, portanto.
Disputado a pau por agentes políticos da esfera municipal, não é seu Kassab?
De morte é a vida.
Ao morrer um ente querido, os familiares penam.
Os trâmites burocráticos facilitam a vida dos papa-defuntos, que vão sem dó nem piedade aos bolsos das vítimas.
Deus do céu!
É por essa e outras que me recuso a morrer.
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segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
WOODY ALLEN E A SOCIEDADE MODERNA
Woody Allen continua provocando maravilhas para as telonas.
Ele é que nem vinho: quanto mais velho, melhor.
A prova está no seu filme mais recente: Para Roma Com Amor, no qual faz rir e faz pensar sem deixar de homenagear colegas de sua preferência, como Fellini e Buñuel.
É como se estivesse fechando seu último ciclo de vida: nasceu e fez, lembrando que ninguém faz nada do nada ou nasce sozinho.
As influências existem, ele mostra com categoria e sutileza.
E o enredo é simples: um casal vai a Roma conhecer a família do noivo da filha.
O pai do noivo é agente funerário e um excepcional tenor sob o chuveiro.
A partir daí tudo acontece.
Non sense, inclusive.
Jerry (Woody), um aposentado do meio artístico que não consegue ficar sem fazer nada, o convence a se profissionalizar como cantor de ópera.
É um filme muito bonito, que homenageia até os cantores de banheiro.
Como sempre crítico, Woody Allen inventa o personagem Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni) para ridicularizar a sociedade moderna que gera celebridades do dia para a noite, sem razão alguma.
Vide os reallity shows da vida global.
De zero a dez, nota dez a Para Roma Com Amor.
Ele é que nem vinho: quanto mais velho, melhor.
A prova está no seu filme mais recente: Para Roma Com Amor, no qual faz rir e faz pensar sem deixar de homenagear colegas de sua preferência, como Fellini e Buñuel.
É como se estivesse fechando seu último ciclo de vida: nasceu e fez, lembrando que ninguém faz nada do nada ou nasce sozinho.
As influências existem, ele mostra com categoria e sutileza.
E o enredo é simples: um casal vai a Roma conhecer a família do noivo da filha.
O pai do noivo é agente funerário e um excepcional tenor sob o chuveiro.
A partir daí tudo acontece.
Non sense, inclusive.
Jerry (Woody), um aposentado do meio artístico que não consegue ficar sem fazer nada, o convence a se profissionalizar como cantor de ópera.
É um filme muito bonito, que homenageia até os cantores de banheiro.
Como sempre crítico, Woody Allen inventa o personagem Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni) para ridicularizar a sociedade moderna que gera celebridades do dia para a noite, sem razão alguma.
Vide os reallity shows da vida global.
De zero a dez, nota dez a Para Roma Com Amor.
sábado, 28 de julho de 2012
HOJE É DIA DE LAMPIÃO E BACH
Numa manhã como a de hoje, há 74 anos, soldados da polícia alagoana invadiram o esconderijo de Lampião e o mataram a tiros.
Lampião morreu ao lado da sua companheira, Maria Bonita.
E juntamente com os dois, tombaram também outros nove cangaceiros.
O ataque ocorreu de surpresa na grota de Angico, em Sergipe, sob o comando do tenente João Bezerra.
Há uma versão que dá conta de que Lampião fora envenenado por um dos seus mais fiéis companheiros de bando, Pedro Cândido.
Mas essa é uma versão que não dá para ser levada a sério, como indicam os fatos.
Certa vez entrevistando Ilda Ribeiro de Souza, a Sila de Zé Sereno, ela me disse que o que ocorreu naquela manhã de 28 de julho foi uma chacina, sem tirar nem pôr. As vítimas não tiveram tempo de revidar à altura do ataque que contou com 48 soldados.
“Eu e outros do cangaço, como Criança, Juriti e Dulce, sobrevivemos ao fuzilamento por milagre”, disse.
Noutra ocasião entrevistei dona Mocinha, irmã de Lampião.
E ela disse uma coisa curiosa, ou seja: o irmão não era violento.
Por sua vez, o contrário me disse a filha Expedita Ferreira Nunes: nas poucas vezes que ele ia visitá-la, ela se escondia debaixo da cama.
Clique abaixo para ouvir o que diz dona Mocinha.
BACH
De se lamentar é a morte do compositor Johann Sebastian Bach, ocorrida também num dia 28 de julho; só que em 1750, aos 65 anos. Ele era muito religioso. Na observação do amigo Elomar Figueira Mello, “Bach viveu a vida toda compondo em louvor a Deus”. Vocês conhecem a obra-prima Paixão Segundo São Mateus Mateus?
Lampião morreu ao lado da sua companheira, Maria Bonita.
E juntamente com os dois, tombaram também outros nove cangaceiros.
O ataque ocorreu de surpresa na grota de Angico, em Sergipe, sob o comando do tenente João Bezerra.
Há uma versão que dá conta de que Lampião fora envenenado por um dos seus mais fiéis companheiros de bando, Pedro Cândido.
Mas essa é uma versão que não dá para ser levada a sério, como indicam os fatos.
Certa vez entrevistando Ilda Ribeiro de Souza, a Sila de Zé Sereno, ela me disse que o que ocorreu naquela manhã de 28 de julho foi uma chacina, sem tirar nem pôr. As vítimas não tiveram tempo de revidar à altura do ataque que contou com 48 soldados.
“Eu e outros do cangaço, como Criança, Juriti e Dulce, sobrevivemos ao fuzilamento por milagre”, disse.
Noutra ocasião entrevistei dona Mocinha, irmã de Lampião.
E ela disse uma coisa curiosa, ou seja: o irmão não era violento.
Por sua vez, o contrário me disse a filha Expedita Ferreira Nunes: nas poucas vezes que ele ia visitá-la, ela se escondia debaixo da cama.
Clique abaixo para ouvir o que diz dona Mocinha.
BACH
De se lamentar é a morte do compositor Johann Sebastian Bach, ocorrida também num dia 28 de julho; só que em 1750, aos 65 anos. Ele era muito religioso. Na observação do amigo Elomar Figueira Mello, “Bach viveu a vida toda compondo em louvor a Deus”. Vocês conhecem a obra-prima Paixão Segundo São Mateus Mateus?
sexta-feira, 27 de julho de 2012
MIGUEL DOS SANTOS: UM TOTEM DO BRASIL
O multifacetado artista plástico pernambucano Miguel dos Santos acaba de gerar mais uma obra-prima (ao lado), ainda sem título.
Miguel atua na área das descobertas e das interpretações dos símbolos e mistérios que habitam a vida brasileira, a partir do negro e do índio.
É uma prática incansável a dele, por uma compreensão melhor de brasilidade.
As suas figuras únicas, míticas, emblemáticas, saídas de sua mente em constante ebulição, são o ponto de interseção entre o desconhecido e o descoberto.
Miguel é um dos mais originais pintores e ceramistas do Brasil.
Melhor: ele é um totem da tribo brasileira.
E vale quanto pesa.
TINÉ
O colega jornalista Flávio Tiné escreveu uma historinha dos tempos da jovem guarda. Esta:
“Algum dia me chamavam de Zé Flávio. Foi na década de 70, quando eu trabalhava na revista Intervalo, da Editora Abril, e o jornalista Walter Negrão me convidou para substituí-lo no jornal A Gazeta, da Fundação Cásper Líbero. Minha função era escrever uma coluna, denominada TELEVISÃO, onde tecia comentários sobre programas de TV e, em seguida, colocava meia dúzia de pequenas notas sobre apresentadores, cantores ou quaisquer outros artistas que participavam dos diversos programas.
Walter Negrão era repórter e eu trabalhava na "cozinha" da revista, como redator, ao lado de Ágata Messina e Marilda Varejão, tendo como chefe de reportagem Giba Um, que por sua vez fazia uma coluna social na Folha da Tarde. Para qualquer um de nós era fácil fazer uma coluna desse tipo, pois passávamos 24 horas por dia lendo e pesquisando sobre televisão, bem como recebendo informações e caitituagens diversas. Éramoa assediados por gravadoras, empresários e pelos próprios artistas em busca de fama. Também viajávamos a serviço, acompanhando gravações de novelas, filmes e fazendo reportagens. Foi assim que conheci a fazenda de Eduardo Araújo em Joaíma (MG), o apartamento de Wanderley Cardoso em Copacabana, a casa de Roberto Carlos e Ronnie Von, no Morumby, nas quais almoçava algumas vezes em busca de notícias.
Era comum recebermos a visita de artistas novos, em fase de lançamento, conduzidos à redação pelos divulgadores das gravadoras. Eles levavam o disco, como brinde de divulgação, e o próprio artista, para ser entrevistado e fotografado. Foi assim que conheci, por exemplo, uma certa Maria da Graça, mais tarde famosa como Gal Costa. Antes de entrar na redação, pela manhã, passei batido por um pequeno grupo que se encontrava no corredor, esperando o atendimento por alguém da redação. O chefe de reportagem, Giba Um, mandava um dos repórteres atender o representante da gravadora. E lá fui eu conversar com Maria da Graça, linda e simpática baianinha lançando seu primeiro compacto simples.
O dia-a-dia na revista Intervalo me abastecia de informações suficientes para fazer não uma, mas várias colunas, se quisesse.
Foi nessa época também que me envolvi, sem querer-querendo, como diria o personagem de Chaves, num desagradável desentendimento. A revista, que circulava às quintas-feiras, decidira na véspera colocar Ronnie Von na capa, porque uma de suas composições, Meu Bem, chegara ao primeiro lugar. Precisava de um texto, mais ou menos 60 linhas, que me foi solicitado às pressas sob o argumento de que eu já o entrevistara várias vezes e até almoçara na casa dele, na época um apartamento na avenida Santo Amaro.
Perguntei a Giba Um se podia escrever o que eu quisesse, e ele prontamente concordou. Queria ver o circo pegar fogo, ou melhor, vender revista. Contei então o que ninguém ousaria falar à época. Ronnie Von mentia. Dizia-se solteiro, mas era casado com Aretusa.
No dia seguinte à publicação, Ronnie Von compareceu à diretoria da revista, acompanhado de um advogado e de seu empresário, para questionar minha petulância em tentar denegrir sua imagem. É bom lembrar que na época da Jovem Guarda os cantores faziam questão de esconder o estado civil. Acreditavam que a condição de solteiro era uma espécie de passaporte para o sucesso. Ronnie ameaçou me processar, mas eu não estava mentindo. Foi então dissuadido pelo diretor da revista, Odilo Licetti.
Na coluna do jornal A Gazeta eu tinha toda liberdade do mundo para opinar. Faço justiça aos diretores da emissora e da própria Fundação Cásper Líbero, que nunca me solicitaram para divulgar os programas da TV Gazeta ou seus artistas, apresentadores, locutores e demais persononalidades. Eu mesmo decidia o que prestigiar ou criticar, conforme meus própriois desígnios. Quarenta anos depois reconheço que exagerei algumas vezes, mas sabe como é. Todo mundo tem seu dia de dono do mundo. Eu tive alguns anos”.
Miguel atua na área das descobertas e das interpretações dos símbolos e mistérios que habitam a vida brasileira, a partir do negro e do índio.
É uma prática incansável a dele, por uma compreensão melhor de brasilidade.
As suas figuras únicas, míticas, emblemáticas, saídas de sua mente em constante ebulição, são o ponto de interseção entre o desconhecido e o descoberto.
Miguel é um dos mais originais pintores e ceramistas do Brasil.
Melhor: ele é um totem da tribo brasileira.
E vale quanto pesa.
TINÉ
O colega jornalista Flávio Tiné escreveu uma historinha dos tempos da jovem guarda. Esta:
“Algum dia me chamavam de Zé Flávio. Foi na década de 70, quando eu trabalhava na revista Intervalo, da Editora Abril, e o jornalista Walter Negrão me convidou para substituí-lo no jornal A Gazeta, da Fundação Cásper Líbero. Minha função era escrever uma coluna, denominada TELEVISÃO, onde tecia comentários sobre programas de TV e, em seguida, colocava meia dúzia de pequenas notas sobre apresentadores, cantores ou quaisquer outros artistas que participavam dos diversos programas.
Walter Negrão era repórter e eu trabalhava na "cozinha" da revista, como redator, ao lado de Ágata Messina e Marilda Varejão, tendo como chefe de reportagem Giba Um, que por sua vez fazia uma coluna social na Folha da Tarde. Para qualquer um de nós era fácil fazer uma coluna desse tipo, pois passávamos 24 horas por dia lendo e pesquisando sobre televisão, bem como recebendo informações e caitituagens diversas. Éramoa assediados por gravadoras, empresários e pelos próprios artistas em busca de fama. Também viajávamos a serviço, acompanhando gravações de novelas, filmes e fazendo reportagens. Foi assim que conheci a fazenda de Eduardo Araújo em Joaíma (MG), o apartamento de Wanderley Cardoso em Copacabana, a casa de Roberto Carlos e Ronnie Von, no Morumby, nas quais almoçava algumas vezes em busca de notícias.
Era comum recebermos a visita de artistas novos, em fase de lançamento, conduzidos à redação pelos divulgadores das gravadoras. Eles levavam o disco, como brinde de divulgação, e o próprio artista, para ser entrevistado e fotografado. Foi assim que conheci, por exemplo, uma certa Maria da Graça, mais tarde famosa como Gal Costa. Antes de entrar na redação, pela manhã, passei batido por um pequeno grupo que se encontrava no corredor, esperando o atendimento por alguém da redação. O chefe de reportagem, Giba Um, mandava um dos repórteres atender o representante da gravadora. E lá fui eu conversar com Maria da Graça, linda e simpática baianinha lançando seu primeiro compacto simples.
O dia-a-dia na revista Intervalo me abastecia de informações suficientes para fazer não uma, mas várias colunas, se quisesse.
Foi nessa época também que me envolvi, sem querer-querendo, como diria o personagem de Chaves, num desagradável desentendimento. A revista, que circulava às quintas-feiras, decidira na véspera colocar Ronnie Von na capa, porque uma de suas composições, Meu Bem, chegara ao primeiro lugar. Precisava de um texto, mais ou menos 60 linhas, que me foi solicitado às pressas sob o argumento de que eu já o entrevistara várias vezes e até almoçara na casa dele, na época um apartamento na avenida Santo Amaro.
Perguntei a Giba Um se podia escrever o que eu quisesse, e ele prontamente concordou. Queria ver o circo pegar fogo, ou melhor, vender revista. Contei então o que ninguém ousaria falar à época. Ronnie Von mentia. Dizia-se solteiro, mas era casado com Aretusa.
No dia seguinte à publicação, Ronnie Von compareceu à diretoria da revista, acompanhado de um advogado e de seu empresário, para questionar minha petulância em tentar denegrir sua imagem. É bom lembrar que na época da Jovem Guarda os cantores faziam questão de esconder o estado civil. Acreditavam que a condição de solteiro era uma espécie de passaporte para o sucesso. Ronnie ameaçou me processar, mas eu não estava mentindo. Foi então dissuadido pelo diretor da revista, Odilo Licetti.
Na coluna do jornal A Gazeta eu tinha toda liberdade do mundo para opinar. Faço justiça aos diretores da emissora e da própria Fundação Cásper Líbero, que nunca me solicitaram para divulgar os programas da TV Gazeta ou seus artistas, apresentadores, locutores e demais persononalidades. Eu mesmo decidia o que prestigiar ou criticar, conforme meus própriois desígnios. Quarenta anos depois reconheço que exagerei algumas vezes, mas sabe como é. Todo mundo tem seu dia de dono do mundo. Eu tive alguns anos”.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
BATMAN VERTE LÁGRIMA DE SANGUE
A próxima edição da revista norte-americana The Hollywood Reporter a ir às bancas no próximo dia 3 de agosto, traz na capa a imagem do personagem de quadrinhos Batman, o Cavaleiro das Trevas, com uma lágrima de sangue escorrendo no rosto.
É uma bela capa, jornalista e artisticamente falando.
A revista trata do caso do psicopata James Eagan Holmes, que matou aparentemente sem motivo algum, num cinema de Aurora, no Colorado, EUA, uma dúzia de pessoas no último dia 20 e feriu outras 58, algumas ainda internadas em estado grave.
A capa da revista diz tudo.
Por que esse tipo de crime ocorre com tanta frequencia lá nos Estados Unidos da América, hein?
É uma bela capa, jornalista e artisticamente falando.
A revista trata do caso do psicopata James Eagan Holmes, que matou aparentemente sem motivo algum, num cinema de Aurora, no Colorado, EUA, uma dúzia de pessoas no último dia 20 e feriu outras 58, algumas ainda internadas em estado grave.
A capa da revista diz tudo.
Por que esse tipo de crime ocorre com tanta frequencia lá nos Estados Unidos da América, hein?
SOCORRO LIRA E RONIWALTER JATOBÁ
A cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira (aí ao lado) está neste momento se apresentando no Sesi unidade da Vila Leopoldina, zona Oeste da capital paulista, ao lado do sanfoneiro Olívio Filho, o Olivinho, sobre quem tantas vezes aqui neste blog já falei; e de quem, também, falei com carinho e respeito desde o século passado no programa que durante anos apresentei na Rádio Capital, ao vivo, e ainda tão lembrado por tanta gente: São Paulo Capital Nordeste.
É muito bom o profissional Olivinho.
Talentosíssimo no instrumento que escolheu para nos emocionar.
Ele corre o mundo mostrando as nossas belezas musicais ao lado de artistas como Elba Ramalho, minha amiga e conterrânea.
Pois é, o Brasil é belo.
Tão belo que o querido Luís da Câmara Cascudo dizia que o que há de melhor no nosso País é o brasileiro; frase que os marqueteiros de tempos atrás usaram e abusaram sem creditar a autoria.
Pois é: o melhor do Brasil é o brasileiro.
E Socorro Lira e Olivinho estão inseridos nesse contexto.
A grande maioria dos políticos, não.
Político com cargo eletivo não é povo.
Socorro, das mais sensíveis intérpretes e compositoras brasileiras da atualidade, recebeu há pouco o primeiro reconhecimento do seu talento: a confirmação de melhor cantora regional, pelos jurados do 23º Prêmio da Música Brasileira.
Ei, mas podemos tirar esse negócio de “regional”.
Ela é uma das melhores cantoras do Brasil.
E ponto.
E Olivinho um dos maiores sanfoneiros que temos.
RONIWALTER
Quero agora compartilhar com você o que o coleguinha Renato Pompeu escreveu sobre o escritor Roniwalter Jatobá, que acaba de pôr mais um livro na praça, via Nova Alexandria:
“A literatura sempre avança em relação à mais requintada teoria literária. O principal teórico do realismo crítico, o húngaro György Lukács, julgava que não era possível fazer arte a partir do singular, por não ser universal. Somente a partir do singular-universal, ou seja, a partir do particular, é que seria possível fazer arte. Mas Roniwalter Jatobá, neste livro Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, prova o contrário. Ele chega a estesias melancólicas e encantadoras a puros enlevos, a partir de uma féerica feira de singularidades; o conjunto se torna universal. É o que tenho a dizer”.
E precisava mais?
LAURA OKUMURA
E a querida cantora Laura Okumura acaba de telefonar para me parabenizar pelo Dia do Escritor, hoje. Mas eu escrevo muito mal, Laura. De qualquer maneira, obrigado pela lembrança. Faz tempo que não nos vimos, não é mesmo?
É muito bom o profissional Olivinho.
Talentosíssimo no instrumento que escolheu para nos emocionar.
Ele corre o mundo mostrando as nossas belezas musicais ao lado de artistas como Elba Ramalho, minha amiga e conterrânea.
Pois é, o Brasil é belo.
Tão belo que o querido Luís da Câmara Cascudo dizia que o que há de melhor no nosso País é o brasileiro; frase que os marqueteiros de tempos atrás usaram e abusaram sem creditar a autoria.
Pois é: o melhor do Brasil é o brasileiro.
E Socorro Lira e Olivinho estão inseridos nesse contexto.
A grande maioria dos políticos, não.
Político com cargo eletivo não é povo.
Socorro, das mais sensíveis intérpretes e compositoras brasileiras da atualidade, recebeu há pouco o primeiro reconhecimento do seu talento: a confirmação de melhor cantora regional, pelos jurados do 23º Prêmio da Música Brasileira.
Ei, mas podemos tirar esse negócio de “regional”.
Ela é uma das melhores cantoras do Brasil.
E ponto.
E Olivinho um dos maiores sanfoneiros que temos.
RONIWALTER
Quero agora compartilhar com você o que o coleguinha Renato Pompeu escreveu sobre o escritor Roniwalter Jatobá, que acaba de pôr mais um livro na praça, via Nova Alexandria:
“A literatura sempre avança em relação à mais requintada teoria literária. O principal teórico do realismo crítico, o húngaro György Lukács, julgava que não era possível fazer arte a partir do singular, por não ser universal. Somente a partir do singular-universal, ou seja, a partir do particular, é que seria possível fazer arte. Mas Roniwalter Jatobá, neste livro Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, prova o contrário. Ele chega a estesias melancólicas e encantadoras a puros enlevos, a partir de uma féerica feira de singularidades; o conjunto se torna universal. É o que tenho a dizer”.
E precisava mais?
LAURA OKUMURA
E a querida cantora Laura Okumura acaba de telefonar para me parabenizar pelo Dia do Escritor, hoje. Mas eu escrevo muito mal, Laura. De qualquer maneira, obrigado pela lembrança. Faz tempo que não nos vimos, não é mesmo?
quarta-feira, 18 de julho de 2012
AUDÁLIO, QUINO E JOSÉ NÊUMANNE
Uma multidão de intelectuais, incluindo jornalistas e escritores (no clic de Darlan Ferreira, ao lado), compareceu ontem à festa de lançamento do novo livro de Audálio Dantas: Tempo de Reportagem, Histórias que Marcaram Época no Jornalismo Brasileiro (Ed. LeYa, SP, 287 pág.), num badalado restaurante da Vila Madalena, cá em Sampa.
O livro é importantíssimo, especialmente para os jovens iniciantes na profissão de jornalista. Nele, lê-se uma história melhor do que outra.
No lançamento reencontrei muitos colegas, entre os quais o conterrâneo José Nêumanne.
Indignado ele me contou da perseguição que está sofrendo na internet, o que o levou a prestar depoimento numa audiência pública na Câmara Federal, no último dia 3. E hoje o Estadão publicou um importante artigo seu abordando a questão redes sociais e internet, que merece ser lido e discutido.
O PAI DA MAFALDA
E ontem foi o dia do 80º aniversário de vida do argentino de Mendoza Quino, de batismo Joaquín Salvador Lavado Tejón, criador de Mafalda, incrível personagem de histórias em quadrinhos conhecida no mundo todo.
Mafalda apareceu pela primeira vez numa tirinha em 1962, mas o seu criador considera que ela nasceu no dia 29 de setembro de 1964.
Numa noite de dezembro de 2003, Quino compareceu ao programa São Paulo Capital Nordeste, que durante pouco mais de seis anos apresentei, ao vivo, na Rádio Capital.
Com Quino e os cartunistas Paulo Caruso e Custódio, mais o estudioso de HQ Álvaro de Moya (foto abaixo, na qual ainda aparecem Quino e o cantador Sebastião Marinho), discorremos sobre a importância da arte do cartum e das histórias em quadrinhos para a cultura contemporânea.
Viva Quino!
No fim do mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a recurso do Google contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio que o obrigava a deixar de oferecer fotos e filmes de apelo erótico e sugestões de pedofilia da estrela de cinema e televisão Xuxa Meneghel. A jurisprudência foi firmada sob a alegação de que o provedor de internet não pode ser inculpado e punido por material que não produz nem fiscaliza, mas apenas faz circular. Antes disso, a Terceira Turma do STJ manteve condenação ao Orkut, de propriedade do Google, por ter mantido ofensas feitas por um blogueiro ao diretor de uma faculdade em Minas. Aquela turma fixou em 24 horas, depois de denunciada a ofensa, o prazo para o veículo suspender a exibição dela, sob pena de ser corresponsabilizado judicialmente.
Para qualquer leigo em meandros do jurisdiquês, caso do autor destas linhas, há uma contradição em termos. E certamente a confusão é provocada pela ausência de uma legislação clara e rigorosa para coibir a circulação de infâmias covardes e anônimas em redes sociais e quaisquer veículos que acolham e divulguem informações de todo tipo num dos meios mais utilizados de comunicação deste século da alta tecnologia, que é a rede mundial de computadores. A omissão jurídica a respeito do assunto não é uma exclusividade tupiniquim, mas nos países desenvolvidos alguns avanços têm sido registrados para impedir abusos sem violação de direitos elementares da liberdade de informação, expressão e opinião. A praticidade e a comodidade oferecidas pelo banco de informações vendido pelo Google são de tal ordem que tem passado ao largo dessas decisões o fato elementar de que esse provedor vende um produto que obtém de graça, o que caracteriza, obviamente, pirataria. E também que a tecnologia capaz de facilitar qualquer pesquisa ou informar algo relevante a alguém que trabalhe com informação ainda não desenvolveu meios que tornem possível separar o joio do trigo. Não se sabe como distinguir um dado correto de uma reles falsificação.
Na verdade, não é realista reivindicar a erradicação da falsidade proibindo que o instrumento funcione, pois isso provocaria uma revolta mundial de usuários já habituados à facilidade da obtenção dos dados necessários para uma pesquisa ou um texto. Mas urge mudar radicalmente o enfoque que tem sido dado à proteção das mensagens veiculadas - reais ou falsas. As redes sociais e os provedores dessas informações não são – como querem fazer crer os executivos de um dos mais bem-sucedidos negócios de alta tecnologia do mundo – apenas formas de relacionamento interpessoal, mas seu alcance permite defini-los como meios de comunicação social. Quem duvidar está convidado a refletir sobre a importância dada a esses meios pela publicidade comercial e pela propaganda política.
Por mais riscos que a falta de vigilância possa provocar, seja na boa imagem de produtos, seja na honra de cidadãos, ninguém resiste a anunciar, promover ou simplesmente se expor por esses meios. Neste ano de eleições municipais, o caluniômetro nacional ganhará velocidade maior até do que a do impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, fazendo parecer folguedos de crianças as infâmias divulgadas na última campanha presidencial, tais como fotos de Luiz Inácio Lula da Silva com uma mancha de urina na calça ou lendo um livro de cabeça para baixo e de sua candidata, Dilma Rousseff, exibindo um fuzil a tiracolo. Dilma também foi citada falsamente como impedida de entrar nos Estados Unidos por causa de sua militância na guerra bruta e suja contra a ditadura militar brasileira, na qual os americanos simpatizavam com os militares.
No entanto, ainda que vítima, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) nunca manifestou interesse algum em reprimir a covarde rede de infâmias que circula impunemente entre os usuários de computadores no Brasil, como se ela fosse de somenos importância.
O petista Marco Maia (RS), presidente da Câmara dos Deputados, tem tratado com displicência acima do razoável a tramitação na Casa do Marco Civil da Internet, que, em teoria, poderia pôr fim à confusão a respeito da responsabilidade de provedores e redes sociais em crimes contra a honra, como exposto no início deste texto. Aliás, a expressão em teoria merece uma explicação. A proposta a ser debatida e votada no Congresso é de uma platitude que não assusta caluniadores pela internet nem tranquiliza suas vítimas eventuais – quaisquer que sejam. Seria ingênuo imaginar que os parlamentares, cujos partidos são vítimas e algozes da rede mundial da maledicência, enfrentassem temas que tampouco empolgam seus colegas nos países mais ricos, como a pirataria do Google ou os serviços prestados pelas redes sociais às agências de espionagem. Mas é sua obrigação precípua impedir que se confunda – como vem ocorrendo, e não só nos meios cibernéticos – liberdade de expressão com licença para enxovalhar a honra alheia.
A indiferença dos legisladores ao problema torna-os cúmplices de quem se aproveita da ausência de leis que impeçam expressar ressentimentos, manifestar desvios de comportamento e até tirar vantagem da difamação. Não há mais tempo hábil para evitar que essa prática daninha provoque turbulências indesejáveis nas campanhas eleitorais que estão para começar. Mas é preciso desde já empenhar a energia e o poder político que os membros do governo federal têm para pôr fim a esse massacre de reputações na telinha, em vez de gastá-los na discussão de marcos regulatórios da mídia e outros eufemismos a pretexto de disfarçar tentativas de controlar a informação ou a opinião desagradáveis ou nocivas aos donos do poder.
O primeiro passo a ser dado é a conscientização de que combater a veiculação da infâmia anônima em quaisquer meios, computadores pessoais inclusive, não é ferir as liberdades individuais, mas acudi-las, salvaguardando a honra do cidadão.
O livro é importantíssimo, especialmente para os jovens iniciantes na profissão de jornalista. Nele, lê-se uma história melhor do que outra.
No lançamento reencontrei muitos colegas, entre os quais o conterrâneo José Nêumanne.
Indignado ele me contou da perseguição que está sofrendo na internet, o que o levou a prestar depoimento numa audiência pública na Câmara Federal, no último dia 3. E hoje o Estadão publicou um importante artigo seu abordando a questão redes sociais e internet, que merece ser lido e discutido.
O PAI DA MAFALDA
E ontem foi o dia do 80º aniversário de vida do argentino de Mendoza Quino, de batismo Joaquín Salvador Lavado Tejón, criador de Mafalda, incrível personagem de histórias em quadrinhos conhecida no mundo todo.
Mafalda apareceu pela primeira vez numa tirinha em 1962, mas o seu criador considera que ela nasceu no dia 29 de setembro de 1964.
Numa noite de dezembro de 2003, Quino compareceu ao programa São Paulo Capital Nordeste, que durante pouco mais de seis anos apresentei, ao vivo, na Rádio Capital.
Com Quino e os cartunistas Paulo Caruso e Custódio, mais o estudioso de HQ Álvaro de Moya (foto abaixo, na qual ainda aparecem Quino e o cantador Sebastião Marinho), discorremos sobre a importância da arte do cartum e das histórias em quadrinhos para a cultura contemporânea.
Viva Quino!
A Rede Covarde da Maledicência Impune, artigo publicado na edição de hoje do jornal
O Estado de S.Paulo:
Provedores e redes sociais na internet devem ser tidos como meios de comunicação.No fim do mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a recurso do Google contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio que o obrigava a deixar de oferecer fotos e filmes de apelo erótico e sugestões de pedofilia da estrela de cinema e televisão Xuxa Meneghel. A jurisprudência foi firmada sob a alegação de que o provedor de internet não pode ser inculpado e punido por material que não produz nem fiscaliza, mas apenas faz circular. Antes disso, a Terceira Turma do STJ manteve condenação ao Orkut, de propriedade do Google, por ter mantido ofensas feitas por um blogueiro ao diretor de uma faculdade em Minas. Aquela turma fixou em 24 horas, depois de denunciada a ofensa, o prazo para o veículo suspender a exibição dela, sob pena de ser corresponsabilizado judicialmente.
Para qualquer leigo em meandros do jurisdiquês, caso do autor destas linhas, há uma contradição em termos. E certamente a confusão é provocada pela ausência de uma legislação clara e rigorosa para coibir a circulação de infâmias covardes e anônimas em redes sociais e quaisquer veículos que acolham e divulguem informações de todo tipo num dos meios mais utilizados de comunicação deste século da alta tecnologia, que é a rede mundial de computadores. A omissão jurídica a respeito do assunto não é uma exclusividade tupiniquim, mas nos países desenvolvidos alguns avanços têm sido registrados para impedir abusos sem violação de direitos elementares da liberdade de informação, expressão e opinião. A praticidade e a comodidade oferecidas pelo banco de informações vendido pelo Google são de tal ordem que tem passado ao largo dessas decisões o fato elementar de que esse provedor vende um produto que obtém de graça, o que caracteriza, obviamente, pirataria. E também que a tecnologia capaz de facilitar qualquer pesquisa ou informar algo relevante a alguém que trabalhe com informação ainda não desenvolveu meios que tornem possível separar o joio do trigo. Não se sabe como distinguir um dado correto de uma reles falsificação.
Na verdade, não é realista reivindicar a erradicação da falsidade proibindo que o instrumento funcione, pois isso provocaria uma revolta mundial de usuários já habituados à facilidade da obtenção dos dados necessários para uma pesquisa ou um texto. Mas urge mudar radicalmente o enfoque que tem sido dado à proteção das mensagens veiculadas - reais ou falsas. As redes sociais e os provedores dessas informações não são – como querem fazer crer os executivos de um dos mais bem-sucedidos negócios de alta tecnologia do mundo – apenas formas de relacionamento interpessoal, mas seu alcance permite defini-los como meios de comunicação social. Quem duvidar está convidado a refletir sobre a importância dada a esses meios pela publicidade comercial e pela propaganda política.
Por mais riscos que a falta de vigilância possa provocar, seja na boa imagem de produtos, seja na honra de cidadãos, ninguém resiste a anunciar, promover ou simplesmente se expor por esses meios. Neste ano de eleições municipais, o caluniômetro nacional ganhará velocidade maior até do que a do impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, fazendo parecer folguedos de crianças as infâmias divulgadas na última campanha presidencial, tais como fotos de Luiz Inácio Lula da Silva com uma mancha de urina na calça ou lendo um livro de cabeça para baixo e de sua candidata, Dilma Rousseff, exibindo um fuzil a tiracolo. Dilma também foi citada falsamente como impedida de entrar nos Estados Unidos por causa de sua militância na guerra bruta e suja contra a ditadura militar brasileira, na qual os americanos simpatizavam com os militares.
No entanto, ainda que vítima, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) nunca manifestou interesse algum em reprimir a covarde rede de infâmias que circula impunemente entre os usuários de computadores no Brasil, como se ela fosse de somenos importância.
O petista Marco Maia (RS), presidente da Câmara dos Deputados, tem tratado com displicência acima do razoável a tramitação na Casa do Marco Civil da Internet, que, em teoria, poderia pôr fim à confusão a respeito da responsabilidade de provedores e redes sociais em crimes contra a honra, como exposto no início deste texto. Aliás, a expressão em teoria merece uma explicação. A proposta a ser debatida e votada no Congresso é de uma platitude que não assusta caluniadores pela internet nem tranquiliza suas vítimas eventuais – quaisquer que sejam. Seria ingênuo imaginar que os parlamentares, cujos partidos são vítimas e algozes da rede mundial da maledicência, enfrentassem temas que tampouco empolgam seus colegas nos países mais ricos, como a pirataria do Google ou os serviços prestados pelas redes sociais às agências de espionagem. Mas é sua obrigação precípua impedir que se confunda – como vem ocorrendo, e não só nos meios cibernéticos – liberdade de expressão com licença para enxovalhar a honra alheia.
A indiferença dos legisladores ao problema torna-os cúmplices de quem se aproveita da ausência de leis que impeçam expressar ressentimentos, manifestar desvios de comportamento e até tirar vantagem da difamação. Não há mais tempo hábil para evitar que essa prática daninha provoque turbulências indesejáveis nas campanhas eleitorais que estão para começar. Mas é preciso desde já empenhar a energia e o poder político que os membros do governo federal têm para pôr fim a esse massacre de reputações na telinha, em vez de gastá-los na discussão de marcos regulatórios da mídia e outros eufemismos a pretexto de disfarçar tentativas de controlar a informação ou a opinião desagradáveis ou nocivas aos donos do poder.
O primeiro passo a ser dado é a conscientização de que combater a veiculação da infâmia anônima em quaisquer meios, computadores pessoais inclusive, não é ferir as liberdades individuais, mas acudi-las, salvaguardando a honra do cidadão.
terça-feira, 17 de julho de 2012
HOJE É DIA DE AUDÁLIO DANTAS RECEBER AMIGOS
Ontem à tarde, uma colega da TV Cultura bateu à minha porta para saber o que acho do cidadão alagoano Audálio Dantas.
Nota 10, eu disse.
E como jornalista?
Nota 10, também.
Eu conheci Audálio Ferreira Dantas à frente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo no começo da segunda metade dos anos de 1970, durante o “lento, seguro e gradual” processo de transição política, chamado de Abertura, posto à prática pelo general Geisel, em 1974, e encerrado em 1985, com a eleição do mineiro Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral.
Paraibano de João Pessoa, eu chegara à capital paulista em 1976. Estava adoentado, com bacilos de Kock a me incomodar o peito.
Bati à porta do Sindicato para conhecer colegas e fui recebido por Audálio.
Depois embarquei a Campos do Jordão para uma estadia não propriamente espontânea.
Após oito meses voltei decidido a encarar a vida por aqui, e novamente nos vimos.
E nos tornamos amigos.
Comecei fazendo bicos na redação da TV Cultura, no tempo que Aizita Nascimento apresentava o telejornal.
Depois fui trabalhar na Folha, onde permaneci por uns sete anos.
Depois Estadão, como chefe de reportagem da Editoria de Política.
Depois TVs Manchete, Globo etc.
Audálio fez uma carreira incrível no jornalismo.
A sua contribuição ao jornalismo e à literatura de denúncia é muito grande, coisa que faz desde os tempos da Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo, nos anos de 1950; passando em seguida por revistas marcantes, como O Cruzeiro, Realidade, Quatro Rodas etc.
Audálio Dantas é pra virar estáuta, certo? E vou abraçá-lo daqui a pouco, às 19 horas, no restaurante Jacaré Grill, à Rua Harmonia, 321, Vila Madalena, quando ele estará autografando mais um livro, Tempos de Reportagem (Editora LeYa).
Vamos lá?
A Vanira Kunk – todo homem importante tem uma mulher, idem – manda dizer que não vão faltar cervejas, quitutes e caldinho de feijão.
Há como resistir?
FEIRA DE CORDEL
Começa hoje às 16 horas, prossegue amanhã e termina depois, dia 19, a I Feira Brasileira do Cordel, em Fortaleza. A iniciativa é da Aestrofe, com apoio do Minsitério da Cultura e do Governo do Ceará. O local é o Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura. O baiano Marcus Haurélio, que reside na capital paulista e é um dos mais expressivos cordelsitas brasileiros da atualidade, acaba de embarcar para participar da feira.
PS - A primeira ilustração desta postagem, em p&b, é reprodução de página de parte de reportagem de Audálio Dantas, com chamada de capa, publicada na revista O Cruzeiro velha de guerra, edição de 16 de junho de 1962.
Nota 10, eu disse.
E como jornalista?
Nota 10, também.
Eu conheci Audálio Ferreira Dantas à frente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo no começo da segunda metade dos anos de 1970, durante o “lento, seguro e gradual” processo de transição política, chamado de Abertura, posto à prática pelo general Geisel, em 1974, e encerrado em 1985, com a eleição do mineiro Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral.
Paraibano de João Pessoa, eu chegara à capital paulista em 1976. Estava adoentado, com bacilos de Kock a me incomodar o peito.
Bati à porta do Sindicato para conhecer colegas e fui recebido por Audálio.
Depois embarquei a Campos do Jordão para uma estadia não propriamente espontânea.
Após oito meses voltei decidido a encarar a vida por aqui, e novamente nos vimos.
E nos tornamos amigos.
Comecei fazendo bicos na redação da TV Cultura, no tempo que Aizita Nascimento apresentava o telejornal.
Depois fui trabalhar na Folha, onde permaneci por uns sete anos.
Depois Estadão, como chefe de reportagem da Editoria de Política.
Depois TVs Manchete, Globo etc.
Audálio fez uma carreira incrível no jornalismo.
A sua contribuição ao jornalismo e à literatura de denúncia é muito grande, coisa que faz desde os tempos da Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo, nos anos de 1950; passando em seguida por revistas marcantes, como O Cruzeiro, Realidade, Quatro Rodas etc.
Audálio Dantas é pra virar estáuta, certo? E vou abraçá-lo daqui a pouco, às 19 horas, no restaurante Jacaré Grill, à Rua Harmonia, 321, Vila Madalena, quando ele estará autografando mais um livro, Tempos de Reportagem (Editora LeYa).
Vamos lá?
A Vanira Kunk – todo homem importante tem uma mulher, idem – manda dizer que não vão faltar cervejas, quitutes e caldinho de feijão.
Há como resistir?
FEIRA DE CORDEL
Começa hoje às 16 horas, prossegue amanhã e termina depois, dia 19, a I Feira Brasileira do Cordel, em Fortaleza. A iniciativa é da Aestrofe, com apoio do Minsitério da Cultura e do Governo do Ceará. O local é o Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura. O baiano Marcus Haurélio, que reside na capital paulista e é um dos mais expressivos cordelsitas brasileiros da atualidade, acaba de embarcar para participar da feira.
PS - A primeira ilustração desta postagem, em p&b, é reprodução de página de parte de reportagem de Audálio Dantas, com chamada de capa, publicada na revista O Cruzeiro velha de guerra, edição de 16 de junho de 1962.
sábado, 14 de julho de 2012
A BASTILHA E SAUDADE DO FUTURO, O FILME
Conta a história que foi numa manhã como esta, num dia como hoje – 14 de julho –, que boa parte da população parisiense, instigada por um jornalista, invadiu a Bastilha e a destruiu.
A Bastilha, um portal que virou uma fortaleza em Saint-Antoine, foi construída no correr da Guerra dos Cem Anos pelo rei Carlos V e governada com mão de ferro pelo marquês de Launay, morto e decapitado após a invasão, pelos invasores.
Esse acontecimento, ocorrido em 1789, mudou radicalmente a situação social e política da França, culminando com a ação militar de Napoleão Bonaparte, um ano depois.
Vem daí a frase marcante do filósofo do Iluminismo Jean-Jacques Rousseau (1712-78) que o mundo livre conhece: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Isso tudo para dizer que depois de 200 anos da tomada da Bastilha veio ao mundo a minha caçula, Clarissa, que hoje faz 23 anos e daqui a meses conclui o curso de Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo; e que no dia daqueles 200 anos eu compus uns versos que posteriormente foram musicados pelo mineiro Téo Azevedo e gravados pela cantora Fatel.
Essa gravação foi incluída na trilha sonora do filme Saudade do Futuro, produção franco-brasileira de Cesar Paes e Marie-Clémence, em 2000.
O filme tem por base um dos meus livros, A Presença dos Cordelistas e Cantadores em São Paulo, lançado pela Ibrasa.
PS - Acima, os versos inseridos no encarte do CD de 2001, com a trilha do filme. Para ler melhor, clique sobre. Tanto o filme quanto o CD podem ser adquiridos via Livraria Cultura.
A Bastilha, um portal que virou uma fortaleza em Saint-Antoine, foi construída no correr da Guerra dos Cem Anos pelo rei Carlos V e governada com mão de ferro pelo marquês de Launay, morto e decapitado após a invasão, pelos invasores.
Esse acontecimento, ocorrido em 1789, mudou radicalmente a situação social e política da França, culminando com a ação militar de Napoleão Bonaparte, um ano depois.
Vem daí a frase marcante do filósofo do Iluminismo Jean-Jacques Rousseau (1712-78) que o mundo livre conhece: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Isso tudo para dizer que depois de 200 anos da tomada da Bastilha veio ao mundo a minha caçula, Clarissa, que hoje faz 23 anos e daqui a meses conclui o curso de Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo; e que no dia daqueles 200 anos eu compus uns versos que posteriormente foram musicados pelo mineiro Téo Azevedo e gravados pela cantora Fatel.
Essa gravação foi incluída na trilha sonora do filme Saudade do Futuro, produção franco-brasileira de Cesar Paes e Marie-Clémence, em 2000.
O filme tem por base um dos meus livros, A Presença dos Cordelistas e Cantadores em São Paulo, lançado pela Ibrasa.
PS - Acima, os versos inseridos no encarte do CD de 2001, com a trilha do filme. Para ler melhor, clique sobre. Tanto o filme quanto o CD podem ser adquiridos via Livraria Cultura.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
LUA ESTRELA BAIÃO, A HISTÓRIA DE UM REI
Hoje é sexta 13.
Dizem que é de agouro etc.
Não acredito, embora saibamos que no dia 13 de dezembro de 1968 foi decretado o Ato Institucional nº 5.
E o resultado disso todo mundo sabe: torturas, mortes e desaparecimentos de brasileiros, no Brasil.
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, nasceu numa sexta-feira como esta, no longínquo ano de 1912.
E ele foi o que foi, e deixou o que deixou como herança para um povo carente do que é bom.
O meu novo livro, Lua Estrela Baião, a História de um Rei, começa assim:
“Naquele fim de noite, começo de longa e agitada madrugada, uma estrela cadente riscou o céu escuro anunciando o nascimento de um menino num dos casebres da fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, a 12 quilômetros de Novo Exu, Pernambuco, lugar distante muitas e muitas léguas da capital, Recife.
A noite abafada e calorenta, de verão, prometia festa e emoção”.
Aguardem.
Dizem que é de agouro etc.
Não acredito, embora saibamos que no dia 13 de dezembro de 1968 foi decretado o Ato Institucional nº 5.
E o resultado disso todo mundo sabe: torturas, mortes e desaparecimentos de brasileiros, no Brasil.
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, nasceu numa sexta-feira como esta, no longínquo ano de 1912.
E ele foi o que foi, e deixou o que deixou como herança para um povo carente do que é bom.
O meu novo livro, Lua Estrela Baião, a História de um Rei, começa assim:
“Naquele fim de noite, começo de longa e agitada madrugada, uma estrela cadente riscou o céu escuro anunciando o nascimento de um menino num dos casebres da fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, a 12 quilômetros de Novo Exu, Pernambuco, lugar distante muitas e muitas léguas da capital, Recife.
A noite abafada e calorenta, de verão, prometia festa e emoção”.
Aguardem.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
NOITE DE FESTA, COM CHEIRO DE CHOCOLATE
Ontem a noite foi de festa e confraternização em torno do escritor Roniwalter Jatobá e seu novo livro, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias (Ed. Nova Alexandria, SP, 148 pág.), lançado com toda pompa na Livraria Martins Fontes, na Paulista, e que li hoje de manhã de uma tacada só.
A obra (reprodução da capa, ao lado), muito bem editada, reúne duas dezenas de histórias curtas; uma melhor do que a outra.
Algumas, porém, são marcantes; como a que dá título ao livro.
No conjunto pode se dizer que é uma obra em que o autor se mistura com seus personagens, todos aparentemente reais.
Enfim, como dizia Goethe na citação oportuna de Ronaldo Cagiano na orelha do livro: “O começo e o fim de toda atividade literária é a reprodução do mundo que me cerca por meio do mundo que está dentro de mim”.
São histórias de gente simples, comum; de vida e morte, de lembranças na cidade grande.
Algo a ver, provavelmente, com a sua chegada à maior cidade do Hemisfério Sul nos 70, São Paulo, hoje a 5ª mais densa do mundo em população e extensão territorial, segundo dados da Organização das Nações Unidas, ONU.
No festivo local de lançamento ontem, presentes inúmeros amigos do autor, a destacar artistas e intelectuais como Luís Avelima, que acaba de traduzir diretamente do russo o livro Gente Pobre, de Dostoievski; Marco Haurélio e Pedro Monteiro, grandes cordelistas; Enio Squeff, autor das ilustrações do livro; José Donizete, Celso de Alencar, Álvaro Alves de Faria, Darlan Ferreira, as irmãs cantoras Celia & Celma; e o decano da imprensa brasileira, Audálio Dantas (no clique aí abaixo, ladeado pelas irmãs).
A obra (reprodução da capa, ao lado), muito bem editada, reúne duas dezenas de histórias curtas; uma melhor do que a outra.
Algumas, porém, são marcantes; como a que dá título ao livro.
No conjunto pode se dizer que é uma obra em que o autor se mistura com seus personagens, todos aparentemente reais.
Enfim, como dizia Goethe na citação oportuna de Ronaldo Cagiano na orelha do livro: “O começo e o fim de toda atividade literária é a reprodução do mundo que me cerca por meio do mundo que está dentro de mim”.
São histórias de gente simples, comum; de vida e morte, de lembranças na cidade grande.
Algo a ver, provavelmente, com a sua chegada à maior cidade do Hemisfério Sul nos 70, São Paulo, hoje a 5ª mais densa do mundo em população e extensão territorial, segundo dados da Organização das Nações Unidas, ONU.
No festivo local de lançamento ontem, presentes inúmeros amigos do autor, a destacar artistas e intelectuais como Luís Avelima, que acaba de traduzir diretamente do russo o livro Gente Pobre, de Dostoievski; Marco Haurélio e Pedro Monteiro, grandes cordelistas; Enio Squeff, autor das ilustrações do livro; José Donizete, Celso de Alencar, Álvaro Alves de Faria, Darlan Ferreira, as irmãs cantoras Celia & Celma; e o decano da imprensa brasileira, Audálio Dantas (no clique aí abaixo, ladeado pelas irmãs).
terça-feira, 10 de julho de 2012
HÁ 80 ANOS COMEÇAVA A GUERRA DE 32
Na capital paulista o domingo 10 de julho de 1932 amanheceu nublado e num rebuliço só, com o comércio fechado e meio mundo correndo pra todo lado com medo, muito medo, pois era o primeiro dia de combates entre brasileiros em São Paulo.
Sim, era a revolução que estourara na noite anterior dando agora a cara contra os abusos do golpista gaúcho Getúlio Dornelles Vargas.
Jornalistas e radialistas se engajaram imediatamente, exigindo eleições e uma nova Constituinte. As mulheres e até futebolistas como Arthur Friedenreich (no destaque, ao lado) também não ficaram indiferentes à causa do levante já desenhado no dia 23 de maio.
Trens foram mobilizados para levar soldados e voluntários para batalhas de campo no interior do Estado.
Uma enorme campanha para angariar fundos junto à população foi deflagrada. Slogan: Ouro pra São Paulo.
O movimento, que duraria 87 dias, era chefiado pelos generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger.
O governador era o embaixador Pedro de Toledo.
A Revolução Constitucionalista, também chamada Guerra dos Paulistas, resultou em 934 mortos.
Extraoficialmente, os números variam de 2000 a 2500 e o dobro disso de feridos.
Friedenreich, grande cartaz da época e chamado de El Tigre, o nº 1 do futebol brasileiro, engrossou as fileiras em defesa de São Paulo no dia 1º de agosto, quando foi enviado como comandante de um batalhão a Eleutério, distrito de Itapira, divisa com Minas Gerais.
Não se sabe se ele matou ou feriu alguém, mas por certo a sua presença numa frente de combate serviu para o futebol ser melhor visto e avaliado, pois não o era até então.
Antes, em 1919, sem que soubesse, Friedenreich fora homenageado numa música por Pixinginha, 1 x 0, que somente seria gravada quase 30 anos depois, pelo próprio Pixinguinha e seu parceiro predileto, Benedito Lacerda.
A música, um chorinho, traz no título o resultado do placar entre Brasil x Uruguai, pelo campeonato Sul-Americano, atual Copa América.
O único gol da partida levou a assinatura de El Tigre.
JACKSON DO PANDEIRO
Hoje faz 30 anos que o alagoa-grandense José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, também chamado de Rei do Ritmo, partiu para a Eternidade, vítima de embolia cerebral num leito de hospital em Brasília.
Jackson nasceu no mesmo ano que Pixinguinha compôs 1 x 0.
Da mesma forma que Luiz Gonzaga ficou conhecido como Rei do Baião, Jackson ficou conhecido como o criador do Rojão.
RONIWALTER JATOBÁ
O escritor Roniwalter Jatobá está neste momento reunindo amigos e admiradores na Livraria Martins Fontes, 509, ao lado da estação Brigadeiro do metrô. O momento marca o lançamento de mais um belo livro dele, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, com a chancela da Editora Nova Alexandria. Começou às 18h30 e vai até às 21h30. Vamos? Eu estou indo.
Sim, era a revolução que estourara na noite anterior dando agora a cara contra os abusos do golpista gaúcho Getúlio Dornelles Vargas.
Jornalistas e radialistas se engajaram imediatamente, exigindo eleições e uma nova Constituinte. As mulheres e até futebolistas como Arthur Friedenreich (no destaque, ao lado) também não ficaram indiferentes à causa do levante já desenhado no dia 23 de maio.
Trens foram mobilizados para levar soldados e voluntários para batalhas de campo no interior do Estado.
Uma enorme campanha para angariar fundos junto à população foi deflagrada. Slogan: Ouro pra São Paulo.
O movimento, que duraria 87 dias, era chefiado pelos generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger.
O governador era o embaixador Pedro de Toledo.
A Revolução Constitucionalista, também chamada Guerra dos Paulistas, resultou em 934 mortos.
Extraoficialmente, os números variam de 2000 a 2500 e o dobro disso de feridos.
Friedenreich, grande cartaz da época e chamado de El Tigre, o nº 1 do futebol brasileiro, engrossou as fileiras em defesa de São Paulo no dia 1º de agosto, quando foi enviado como comandante de um batalhão a Eleutério, distrito de Itapira, divisa com Minas Gerais.
Não se sabe se ele matou ou feriu alguém, mas por certo a sua presença numa frente de combate serviu para o futebol ser melhor visto e avaliado, pois não o era até então.
Antes, em 1919, sem que soubesse, Friedenreich fora homenageado numa música por Pixinginha, 1 x 0, que somente seria gravada quase 30 anos depois, pelo próprio Pixinguinha e seu parceiro predileto, Benedito Lacerda.
A música, um chorinho, traz no título o resultado do placar entre Brasil x Uruguai, pelo campeonato Sul-Americano, atual Copa América.
O único gol da partida levou a assinatura de El Tigre.
JACKSON DO PANDEIRO
Hoje faz 30 anos que o alagoa-grandense José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, também chamado de Rei do Ritmo, partiu para a Eternidade, vítima de embolia cerebral num leito de hospital em Brasília.
Jackson nasceu no mesmo ano que Pixinguinha compôs 1 x 0.
Da mesma forma que Luiz Gonzaga ficou conhecido como Rei do Baião, Jackson ficou conhecido como o criador do Rojão.
RONIWALTER JATOBÁ
O escritor Roniwalter Jatobá está neste momento reunindo amigos e admiradores na Livraria Martins Fontes, 509, ao lado da estação Brigadeiro do metrô. O momento marca o lançamento de mais um belo livro dele, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, com a chancela da Editora Nova Alexandria. Começou às 18h30 e vai até às 21h30. Vamos? Eu estou indo.
domingo, 8 de julho de 2012
HOJE É DIA DE AUDÁLIO DANTAS!
Como o fabulista francês La Fontaine ou o cantor e instrumentista baiano Morais Moreira, o jornalista alagoano Audálio Ferreira Dantas nasceu num 8 de julho, como hoje.
Fontaine em 1621, Moreira em 1947 e Audálio em 1929, três meses depois de o estudioso tieteense Cornélio Pires iniciar a série de 104 gravações para a extinta Columbia em discos de 78 RPM que ficaria famosa por conter os primeiros registros de modas rurais.
La Fontaine se preocupou com o mundo infantil e, portanto, com a educação das pessoas em formação.
Morais Moreira nunca será descartável num repertório de boa música, da mesma forma que Audálio Dantas jamais deixará de ser lembrado no mundo do bom e responsável jornalismo.
Por isso é de se aplaudir a iniciativa da direção do mais importante newsletter do Brasil, Jornalistas&Cia, por elaborar e lançar com tanto carinho e respeito um caderno especial sobre a vida do brasileiro Audálio e sua trajetória impecável na imprensa.
Esse caderno é para ser lido num só fôlego, depois indicá-lo aos amigos e guardá-lo.
Audálio Dantas começou a carreira na extinta Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo.
Ele tem muita história pra contar.
Como diria a cantora e amiga Inezita Barroso:
- E é tão compriiiiiiiiida!
Tim, tim, Audálio.
Nos veremos terça 17, para um bota-fora no Jacaré Grill, ali na Vila Madalena.
Ninguém faz 80 anos à toa, não é mesmo?
CANTORIA
O feriadão tirou público da roda de violeiros repentistas ontem, à tarde, no espaço cultural Gam Yoga, na Vila Madalena. Mas foi bonita a festa sim, com direito a cobertura da TV Brasil.
De surpresa compareceram a grande improvisadora Mocinha de Passira e o presidente da Ucran, Sebastião Marinho, acompanhado do apologista de cantoria Heleno Barros.
Numa beira da roda apresentaram-se Erivaldo da Silva, Zé Milson Ferreira e Chico Pereira, depois de discorrermos um pouco sobre a magia do mundo do repentismo e suas modalidades.
Um baião em décimas, na linha dos Dez-de-Queixo-Caído, foi desenvolvido em homenagem à memória do poeta e político paraibano Ronaldo da Cunha Lima, que ontem de manhã se despediu deste mundinho besta.
A modalidade Dez-de-Queixo-Caído é feita com versos de sete sílabas, tendo rimas obrigatórias em "ido" o sexto e o sétimo versos.
Cliquem:
sábado, 7 de julho de 2012
RONALDO CUNHA LIMA PARA A ETERNIDADE
Através do amigo poeta cearense Moreira de Acopiara, que está com o cantador Geraldo amâncio participando de um congresso de repentistas em Palmas, no interior de São Paulo, eu acabo de receber a informação de que outro amigo poeta – esse, paraibano de Guarabira - acaba de partir para a Eternidade: Ronaldo Cunha Lima.
O caso se deu no meio da manhã de hoje, na UTI domiciliar instalada no apartamento onde ele morava no bairro de Tambaú, à beira mar da capital pessoense.
Tenho boas lembranças de Ronaldo, que na vida foi tudo: advogado, vereador, prefeito, deputado, governador, senador, poeta e declamador dos melhores que já vi.
Deixou muitos livros publicados.
No começo dos 90, à época prefeito de Campina Grande, ele participou do programa de televisão Show Sem Limite, respondendo sobre a vida e obra do poeta Augusto dos Anjos.
A final do programa foi emocionante (clique abaixo).
Ronaldo quase sempre estava com um sorriso na cara, pronto para uma boa prosa.
Era bem humorado e brincalhão.
Uma vez, um sábado como hoje, chegando a São Paulo ele me telefonou para almoçar junto com o conterrâneo jornalista José Nêumanne Pinto, uma das canetas e línguas mais afiadas e lúcidas do País, na atualidade.
Ronaldo perguntou:
- O que vamos almoçar?
E eu:
- Pode ser uma peixada, um baião-de-dois...
E ele:
- Eu venho lá da nossa terrinha, Assis, pra comer peixe e baião aqui?
E foi então que ainda caí na besteira de perguntar se ele se comeria um bode; e nem deu tempo pra dizer se grelhado etc. A resposta foi rápida:
- Se alguém segurar...
A risada de nós três reboou no saguão do hotel e fomos comer não sei o quê no Dinhos ou no Rubaiyat, ali na alameda Santos.
Que Deus o tenha num bom lugar.
PS – A foto que ilustra estas mal traçadas linhas foi feita numa das edições da Bienal do Livro cá na capital paulista, quando eu autografava no stand da União Brasileira de Escritores, UBE, o livro O Coronel e a Borboleta e Outras Histórias Nordestinas. Fica a lembrança que enriquece a saudade.
O caso se deu no meio da manhã de hoje, na UTI domiciliar instalada no apartamento onde ele morava no bairro de Tambaú, à beira mar da capital pessoense.
Tenho boas lembranças de Ronaldo, que na vida foi tudo: advogado, vereador, prefeito, deputado, governador, senador, poeta e declamador dos melhores que já vi.
Deixou muitos livros publicados.
No começo dos 90, à época prefeito de Campina Grande, ele participou do programa de televisão Show Sem Limite, respondendo sobre a vida e obra do poeta Augusto dos Anjos.
A final do programa foi emocionante (clique abaixo).
Ronaldo quase sempre estava com um sorriso na cara, pronto para uma boa prosa.
Era bem humorado e brincalhão.
Uma vez, um sábado como hoje, chegando a São Paulo ele me telefonou para almoçar junto com o conterrâneo jornalista José Nêumanne Pinto, uma das canetas e línguas mais afiadas e lúcidas do País, na atualidade.
Ronaldo perguntou:
- O que vamos almoçar?
E eu:
- Pode ser uma peixada, um baião-de-dois...
E ele:
- Eu venho lá da nossa terrinha, Assis, pra comer peixe e baião aqui?
E foi então que ainda caí na besteira de perguntar se ele se comeria um bode; e nem deu tempo pra dizer se grelhado etc. A resposta foi rápida:
- Se alguém segurar...
A risada de nós três reboou no saguão do hotel e fomos comer não sei o quê no Dinhos ou no Rubaiyat, ali na alameda Santos.
Que Deus o tenha num bom lugar.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
JORNALISTAS&CIA TRAZ ELEAZAR DE CARVALHO
Amanhã é dia de cantoria no espaço cultural Gam Yoga, ali à Rua Fradique Coutinho, 1004, na Vila Madalena.
O baião de violas começará às 15 horas, com a dupla Erivaldo da Silva e Zé Milson Ferreira.
A entrada é gratuita e livre para todas as idades; ou seja dos 8 aos 80, com direito a cobertura especial da TV Brasil.
O projeto Violas e Repentes é uma proposta da Associação Raso da Catarina, iniciada no dia 3 de março com Sebastião Marinho e Andorinha.
No local já se apresentaram, além de Marinho e Andorinha, as duplas Titico Caetano & Vicente Reinaldo, Dedé Laurentino & Zé Cândido e Luzivan Matias & Manoel Soares.
O projeto, do qual participo como apresentador, tem término previsto para o dia 4 de agosto, com Zé Francisco & Sebastião Cirilo.
MOCINHA DE PASSIRA
Mocinha de Passira, uma das poucas mulheres do mundo da cantoria se acha em São Paulo, de passagem. Aproveita para cantar ao som de viola para seus fans, na sede da União dos Cantadores, Repentistas e Apologistas do Nordeste, à Rua Teixeira Leite, 263, Liberdade.
ELEAZAR DE CARVALHO
Vocês já leram o caderno especial MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR deste mês, resultado de parceria do Instituto Memória Brasil com o newsletter Jornalistas&Cia? O caderno traz reprodução integral de uma entrevista que fiz com o maestro Elezar, em 1985. Acho que vocês vão gostar.
O baião de violas começará às 15 horas, com a dupla Erivaldo da Silva e Zé Milson Ferreira.
A entrada é gratuita e livre para todas as idades; ou seja dos 8 aos 80, com direito a cobertura especial da TV Brasil.
O projeto Violas e Repentes é uma proposta da Associação Raso da Catarina, iniciada no dia 3 de março com Sebastião Marinho e Andorinha.
No local já se apresentaram, além de Marinho e Andorinha, as duplas Titico Caetano & Vicente Reinaldo, Dedé Laurentino & Zé Cândido e Luzivan Matias & Manoel Soares.
O projeto, do qual participo como apresentador, tem término previsto para o dia 4 de agosto, com Zé Francisco & Sebastião Cirilo.
MOCINHA DE PASSIRA
Mocinha de Passira, uma das poucas mulheres do mundo da cantoria se acha em São Paulo, de passagem. Aproveita para cantar ao som de viola para seus fans, na sede da União dos Cantadores, Repentistas e Apologistas do Nordeste, à Rua Teixeira Leite, 263, Liberdade.
ELEAZAR DE CARVALHO
Vocês já leram o caderno especial MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR deste mês, resultado de parceria do Instituto Memória Brasil com o newsletter Jornalistas&Cia? O caderno traz reprodução integral de uma entrevista que fiz com o maestro Elezar, em 1985. Acho que vocês vão gostar.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
SÃO JORGE, TIMÃO E LUA CHEIA
São Jorge fez a parte dele, iluminando o Brasil com uma belíssima lua cheia.
O presente de ouro foi para anunciar a grande partida que ocorrerá daqui a pouco entre Corinthians x Boca Juniors pela Libertadores da América no estádio do Pacaembu, pertinho cá de casa.
O Boca já papou seis taças desse campeonato.
O Timão, nenhuma.
Mas hoje pode ser a quebra desse enorme jejum.
Arriba, Coringão!
O presente de ouro foi para anunciar a grande partida que ocorrerá daqui a pouco entre Corinthians x Boca Juniors pela Libertadores da América no estádio do Pacaembu, pertinho cá de casa.
O Boca já papou seis taças desse campeonato.
O Timão, nenhuma.
Mas hoje pode ser a quebra desse enorme jejum.
Arriba, Coringão!