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sábado, 14 de fevereiro de 2015

CARNAVAL VENDIDO!

Na última madrugada perdi o sono e pelos meus ouvidos entrou o manjado e - quase sempre - irritante baticumbum das escolas de samba do grupo especial paulistano, no sambódromo, criado pela conterrânea Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo.
O baticumbum começou com a Mancha Verde, cujo enredo tratou do centenário de criação do Esporte Clube Palmeiras, seguido dos Acadêmicos do Tucuruvi.
O enredo do samba da escola da Zona Norte da cidade tratou das antigas marchinhas de carnaval.
A última escola a desfilar no sambódromo paulistano foi a Nenê de Vila Matilde.
O baticumbum continua hoje.
Nas ruas do centro e da Vila Madalena, principalmente, o que se viu e ouviu foi a zoeira de dezenas de blocos de sujos.
Um bloco feminino, afro, chamado Ilu Obá de Min, foi um dos que, como sempre, encheram de alegria olhos e ouvidos dos foliões.
Hoje o desfile no sambódromo será aberto pelo samba da Vila Maria e encerrado com a X9 paulistana, escola pela qual desfilei há dois anos, em cima daqueles enormes carros alegóricos (acima, coisa que certamente jamais voltarei a fazer).
O baticumbum no Rio de Janeiro começará amanhã, na Marquês de Sapucaí.
Mas o carnaval de escola de samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, está vendido: quem paga mais, vai pra avenida.
A Beija-flor de Nilópolis, é um exemplo disso: o ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que detém a oitava fortuna pessoal do mundo, segundo o ranking da revista norte-americana Forbs, comprou a sua alegria pela bagatela de dez milhões de reais, em dinheiro vivo. E mais: ele ainda entendeu de enfiar um "verso" seu na letra do samba intitulado "um griô conta a história: um olhar sobre a áfrica e o despontar da guiné equatorial. caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade".
Que vergonha, ter os bolsos cheio de dinheiro sujo procedente de um país que vive na miséria, como a Guiné Equatorial.
Desde já, zero para os dirigentes da Beija-flor.

TV CULTURA
Depois de amanhã, segunda, estarei integrando a mesa de pitaqueiros do Jornal da Cultura, a partir das 21 horas. Meus pitacos serão expostos após a apresentação das mazelas em forma de notícia em destaque no correr daquele dia. Um exemplo? Digamos que o apresentador dê a notícia que o mundo acabou. O meu comentário certamente será: "já não era sem tempo, acabou porque não prestava". 
Quem não tiver muito o que fazer, sintonize a Cultura nesse horário.

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