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terça-feira, 4 de agosto de 2015

DE CRISE, FADO E PORTUGAL

O Brasil anda em crise há mais de 500 anos. A primeira ocorreu com a invasão dos portugueses a partir da Costa da Bahia. Naturalmente, e como não poderia deixar de ser, as primeiras vítimas foram os primeiros habitantes do nosso País. E outras crises se seguiram, com a invasão dos holandeses, franceses, ingleses, espanhóis, norte-americanos... Os americanos do Norte aprontaram e aprontaram e continuam aprontando. 
Atualmente, nesta década e meia do terceiro milênio, as crises continuam a infernizar a vida de nós pobres mortais, “sem dinheiro no banco, sem parentes importantes...”. (Belchior)
Mas uma coisa curiosa: mesmo sufocados por crises seculares e contínuas, continuamos vivendo, abraçados à esperança...
E assim, temos motivos inúmeros para rirmos e choramos ao mesmo tempo.
Inegavelmente, somos um País rico de todas as formas: em dor, miséria, tristeza e tudo mais.
O poeta baiano Castro Alves dizia que a praça é do povo. Ele era, seguramente, um otimista imbatível em prosa e verso, um poeta incrível; enfim, um poeta da Paz e da Liberdade. Ele era um pouco de nós...
O Brasil é rico também na forma ou formas de criar, de fazer arte.
No comecinho dos anos de 1950, o rei do baião Luiz Gonzaga (1912/1989) e seu parceiro Humberto Teixeira (1915/1979), depois de gerarem duas dezenas de grande sucesso, como os baiões ‘Paraíba’ e ‘Asa Branca’, geraram também o fado-toada ‘Ai, Ai Portugal’, originalmente lançado à praça pela portuguesinha Estér de Abreu (1921/1997). E por falar em Luiz Gonzaga, não custa lembrar que domingo (2) fez 26 anos do seu desaparecimento entre nós. Nesse dia fui levado ao bairro paulistano do Caxingui , na zona Sul, para falar umas palavras a seu respeito e a respeito da cantora mineira Fatel Barbosa, que aniversariava nesse mesmo dia. E lá encontrei amigos como Luiz Wilson, Anastácia, Tio Joca, do Trio Sabiá, entre outros.
Pois bem, hoje é o Dia do Fado.

Os portugueses são uma parada, são ou não são?


Um comentário:

  1. Meu amigo Diângelus, quando estive em Lisboa em 1986, uma amiga lusitana comentou: "Eu ouço desde pequenininha falar que o Brasil está no fundo do poço, mas ele nunca desaparece. Eu acho que o Brasil é maior do que o poço". E disse a verdade, porque desde que me entendo de gente também ouço isso. Agora
    com muito mais força. Abraços, Gilvan de Brito.

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