Um País que não dá bola à educação e à
cultura para no tempo, quando não volta ao tempo mais atrasado da Idade Média.
Infelizmente, é o que se vê hoje no Brasil.
Particularmente, eu gostaria de saber
qual o pensamento dos garotos e garotas nascidos nos últimos 13 anos, e dos
jovens em geral. Se a programação do rádio e da televisão forem amostras disso
estaremos perdidos.
Que futuro teremos, se o futuro for
amanhã?
Há poucos dias, o editor potiguar José
Cortêz voltou de um giro pelo nordeste. Contou-me de algumas surpresas que
teve.
Em Acari, cidadezinha localizada a 201
quilômetros de Natal, ele contou que palestrara para estudantes. A surpresa que
teve em Acari foi quando lhe disseram que a prefeitura local estava
desenvolvendo um projeto pra lá de curioso: toda criança que nasce na cidade
tem como padrinhos pessoas achegadas à leitura. Essas pessoas assumem o
compromisso de presentear seus afilhados a cada aniversário, com livros, com
boas leituras.
Interessante, não?
Tomara que esse projeto pegue.
Noutra cidade da região, São Tomé, a
101 quilômetros de Natal, Cortêz constatou um dos inúmeros absurdos do nosso
“Brasil brasileiro”, como diria o compositor mineiro Ary Barroso.
Em São Tomé, Cortêz constatou que
havia duas pontes construídas dentro do mato, com dinheiro público. Uma ligando
à outra e outra ligando a canto nenhum, ou seja, a-b-a-n-d-o-n-a-d-a-s.
Ainda no seu giro pelo Rio Grande do
Norte, o editor proferiu palestra noutra cidade (São Miguel do Gostoso),
incluindo um matador de aluguel e um traficante, presos e condenados, mas
cumprindo pena em regime aberto. Os dois o ouviram por alguns minutos, viraram
as costas e foram embora sem nada dizer.
E assim é o nosso País, e é assim que
sucede nos grotões do nosso País.
A educação, não custa dizer, é a
salvação da lavoura humana.
Sem educação e cultura nós, filhos do
Brasil, estaremos todos perdidos; é o que se vê, aliás, no dia a dia do nosso
Brasil brasileiro.
Meu Deus, até quando continuaremos
cegos, perdidos no universo das crises e da falta de respeito ao próximo?
Não à toa, o cantor e compositor
paraibano Geraldo Vandré, autor da pérola Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores
(acima), continua de luto, recusando-se a cantar em público. Quer dizer, além
de luto, ele permanece em greve por um País melhor. Assis Ângelo e Geraldo Vandré |
É totalmente absurda a atitude de Geraldo Vandré. Da mesma forma a de João Gilberto. Duas cabeças pensantes da melhor qualidade se trancam em apartamentos, pedem pizza ou sei lá o quê pelo telefone, com medo de serem abordados por vizinhos, fãs ou curiosos, e só produzem merda. Em seguida, dão descarga no banheiro.
ResponderExcluirAssim, o público se priva de belas letras e canções que poderiam enriquecer nossa MPB, tão vilipendiada pelos funk, punk, rack, rec, e sei lá quantos novos ritmos que pululam por aí.
Acorda Vandré! Acorda João Gilberto!
Flávio Tiné
flavio.tine@gmail.com