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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SEREMOS UM PAÍS SEM FUTURO?



Um País que não dá bola à educação e à cultura para no tempo, quando não volta ao tempo mais atrasado da Idade Média. Infelizmente, é o que se vê hoje no Brasil.
Particularmente, eu gostaria de saber qual o pensamento dos garotos e garotas nascidos nos últimos 13 anos, e dos jovens em geral. Se a programação do rádio e da televisão forem amostras disso estaremos perdidos.
Que futuro teremos, se o futuro for amanhã?
Há poucos dias, o editor potiguar José Cortêz voltou de um giro pelo nordeste. Contou-me de algumas surpresas que teve.
Em Acari, cidadezinha localizada a 201 quilômetros de Natal, ele contou que palestrara para estudantes. A surpresa que teve em Acari foi quando lhe disseram que a prefeitura local estava desenvolvendo um projeto pra lá de curioso: toda criança que nasce na cidade tem como padrinhos pessoas achegadas à leitura. Essas pessoas assumem o compromisso de presentear seus afilhados a cada aniversário, com livros, com boas leituras.
Interessante, não?
Tomara que esse projeto pegue.
Noutra cidade da região, São Tomé, a 101 quilômetros de Natal, Cortêz constatou um dos inúmeros absurdos do nosso “Brasil brasileiro”, como diria o compositor mineiro Ary Barroso.
Em São Tomé, Cortêz constatou que havia duas pontes construídas dentro do mato, com dinheiro público. Uma ligando à outra e outra ligando a canto nenhum, ou seja,  a-b-a-n-d-o-n-a-d-a-s.
Ainda no seu giro pelo Rio Grande do Norte, o editor proferiu palestra noutra cidade (São Miguel do Gostoso), incluindo um matador de aluguel e um traficante, presos e condenados, mas cumprindo pena em regime aberto. Os dois o ouviram por alguns minutos, viraram as costas e foram embora sem nada dizer.
E assim é o nosso País, e é assim que sucede nos grotões do nosso País.
A educação, não custa dizer, é a salvação da lavoura humana.
Sem educação e cultura nós, filhos do Brasil, estaremos todos perdidos; é o que se vê, aliás, no dia a dia do nosso Brasil brasileiro.
Meu Deus, até quando continuaremos cegos, perdidos no universo das crises e da falta de respeito ao próximo?
Não à toa, o cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré, autor da pérola Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores (acima), continua de luto, recusando-se a cantar em público. Quer dizer, além de luto, ele permanece em greve por um País melhor. 

Assis Ângelo e Geraldo Vandré

Um comentário:

  1. É totalmente absurda a atitude de Geraldo Vandré. Da mesma forma a de João Gilberto. Duas cabeças pensantes da melhor qualidade se trancam em apartamentos, pedem pizza ou sei lá o quê pelo telefone, com medo de serem abordados por vizinhos, fãs ou curiosos, e só produzem merda. Em seguida, dão descarga no banheiro.
    Assim, o público se priva de belas letras e canções que poderiam enriquecer nossa MPB, tão vilipendiada pelos funk, punk, rack, rec, e sei lá quantos novos ritmos que pululam por aí.
    Acorda Vandré! Acorda João Gilberto!

    Flávio Tiné
    flavio.tine@gmail.com

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