Terminando
agosto, fim de mês, o Capeta se afastando...
Segundo
o folclore, no que há no folclore, fica-se sabendo que agosto “é o mês do
cachorro louco”.
Para
muita gente, o mundo acaba ou acabou em agosto.
O
Brasil todo, a exceção de São Paulo, enlutou-se com a morte do caudilho gaúcho
Getúlio Vargas, na manhã de 24 de agosto de 1954.
Eu
tinha dois anos de idade e não vou morrer nunca, pelo menos da forma acontecida
com Getúlio e narrada minuciosamente por cordelistas do nordeste- de-meu-Deus-do-céu.
Getúlio,
aliás, foi o presidente da nossa República mais cantando em verso e prosa até
hoje.
Foi
também num mês de agosto que o Brasil exasperou-se com a renúncia inexplicável
do mato-grossense Jânio Quadros.
Uma
vez entrevistando Jânio, perguntei a razão que o levou a renunciar a presidência
da República. Ele soltou uma risada que reboa até hoje nos recônditos invioláveis
da minha memória. A sua risada estrepitosa, emendei:
-
Presidente, o Sr. é um grande ator!
Ouvindo
o rádio, fiquei sabendo que o Brasil hoje é habitado por 204 milhões de pessoas
e São Paulo figura como o estado mais
populoso, com 44 milhões.
No
tempo de Jânio não havia nem 15 milhões de brasileiros aptos a votar. Hoje,
somos cerca de 120 milhões. Mas tanto ontem como hoje é enorme o número de
brasileiros judiados, analfabetos, sem rumo nem prumo, perdidos, desprovidos de
educação e distantes, também, da cultura que forma uma nação.
Ontem
a Câmara Municipal de São Paulo , representando o povo, homenageou em sessão
solene, um dos mais visíveis artífices da cultura popular, Téo Azevedo, 72
anos, mineiro de Alto Belo.
Téo
Azevedo é compositor e violeiro. No seu alforje de cantador se acham mais de 80
mil fonogramas por ele produzidos. Ele é o artista com o maior número de músicas
próprias gravadas em disco.
A
primeira música que Téo gravou foi de cunho religioso, Deus te Salve Casa
Santa. Isso, em 1965; ou seja, a exatos 50 anos.
Onde
estão os responsáveis do Guiness Book, para registrar as façanhas do mais novo Cidadão
Paulistano?
Eu
abri a sessão falando de crises e crises históricas que o Brasil tem vivido
desde o século 16. A sessão foi encerrada, hora e meia depois, com Téo Azevedo
cantando a canção São Paulo de todos Nos, dele e de Peter Alouche.
https://www.youtube.com/watch?v=zOViTnEHrGI
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