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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

VEREDAS DO PLANALTO

Dia desses fui dormir com a notícia de que dona Dilma se reunira com vinte e poucos governadores, para discutir os destinos do Brasil e de si própria. Falou-se de apoio político e coisas que tais.  E se ouvi bem, ouvi também uma palavra mágica: travessia.
Pensei, atravessar o quê?

Pensando bem, faz sentido atravessar... Atravessar um tempo difícil, uma situação difícil, uma doideira qualquer. E é o que estamos vivendo: uma doideira.

A palavra travessia dita de modo quase desesperado, me fez lembrar uma situação interessantíssima, que foi o primeiro encontro de Diadorim e Riobaldo, personagens do clássico nacional Grande Sertão: Veredas, do mineiro, de Cordisburgo, João Guimarães Rosa (1908-1967).

Cheguei a imaginar, em sonho, que Dilma era Diadorim; Riobaldo, o povo; e nessa representação toda, a canoa era o Governo.

E aí acordei rindo, meio cantarolando a velha marchinha carnavalesca que diz:
   “Se a canoa não virar, olé, olé, olá;
   Eu chego lá...”.

No primeiro encontro de Diadorim e Riobaldo, Riobaldo é convidado por Diadorim para atravessar o mar de água do São Francisco. A canoa, feita de madeira de lei, era daquelas que ao virar leva para o fundo das águas os seus ocupantes. No caso, Riobaldo não sabia nadar. E por não saber nadar, pediu arreglo a Diadorim, que foi perguntado se não tinha medo.  A resposta foi mais ou menos esta: “E devera de ter?”

Diadorim, descobre-se nos finais da história, que é uma mulher, uma bela mulher. 

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