Disso eu já sabia, eu lhe disse.
Eu sabia porque o próprio Vandré havia me telefonado, quatro ou cinco dias antes, pra contar que estava por lá. E que a sua presença lá na sua terra (ele nasceu em João Pessoa) tinha razão de ser: conversas com o governador sobre a sua obra em tom sinfônico...
Pois bem, e para minha alegria hoje chegam à minha casa os queridos Fausto (cartunista) e Vitor Nuzzi.
Eu tenho dito para meu querido Audálio Dantas, cangaceiro de todas as belas letras, que é preciso discutir o Brasil, de todas as formas. E um momento muito apropriado seria agora, neste ano que começa, a partir de "Pra não Dizer que não Falei de Flores"...
Neste ponto, Fausto e Vitor concordam.
Vitor, Assis e Fausto, com obra de Miguel dos Santos ao fundo |
Eu tenho conversado sobre este mesmo assunto com o maestro Júlio Medaglia.
Júlio é uma das maiores expressões musicais que conheço desde que sou quem sou, antes mesmo de jornalista.
Uma pena: o Brasil conhece pouco o Brasil, e menos ainda a obra dos seus gênios – Carlos Gomes, Joaquim Callado, Patápio Silva, Machado de Assis, José de Alencar, Lima Barreto, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Noel Rosa, Caymmi, Villa-Lobos, Antenógenes Silva, Luiz Gonzaga, Dalva de Oliveira, Millôr Fernandes, Fortuna, Anselmo Duarte (este muito especialmente precisa ser revisto), Gláuber Rocha, Sivuca...
Eu aproveitei o momento, hoje, em minha casa, para perguntar a Vitor Nuzzi sobre dificuldades e curiosidades que encontrou para publicar o livro que escreveu sobre o autor de "Quem Quiser Encontrar Amor", "Fica Mal com Deus", "Disparada", "Caminhando". E ele disse que foram 10 anos pesquisando e procurando gente, falou da procura a editoras, sobre a dificuldade de publicar uma biografia não autorizada no Brasil e sobre a resistência do próprio biografado. E perguntei ainda: faz quanto tempo isso? E o Vitor contou que, quando conversou com Vandré, ele perguntou: "Quantos anos você tem?". Surpreso, Vitor respondeu: 43. "Quando você tiver 50, você vai entender", completou Vandré. E eu de novo perguntei ao Vitor: quantos anos você tem hoje? "Eu nasci no dia 1º de setembro de 1964".
Meus amigos, minhas amigas, não está na hora de discutir o Brasil pra valer? De lembrarmos esses grandes nomes esquecidos, jogados fora, abandonados na poeira do tempo?
O Brasil é muito maior do que pensamos.
Ah, sim! Ia me esquecendo que uma das melhores interpretações da guarânia "Pra não Dizer que não Falei de Flores" é do trio potiguar Marayá. Confiram:
OLá meu amigo Assis, devo lembrar-lhe que falta citar outro escritor, considerado maldito e com traduções em sete linguas: João Antonio autor entre outras de Perus,Malagueta e Bacanaço, devidamente premiado.
ResponderExcluirUm baitabraço do Paulo Barbosa
De fato João Antonio foi um gênio. Um gênio quando vivo e não lembrado quando morto. Mas a sua obra está ai e o Brasil estirando a língua para nós. Quer dizer: o Brasil dos poderosos que não dá bola para arte, para música, para dança, para literatura, para poesia tão pouso; para o cinema e para o Coco de Roda iê iê! mas eu não sou gênio, não sou nada apenas um moleque de 65 anos nascido com destino de conhecer o seu berço: Brasil
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