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domingo, 22 de dezembro de 2019

OS 90 ANOS DA MODA DE VIOLA PASSAM EM BRANCAS NUVENS



Mais um ano chega ao fim. Quem viveu, viu. O desafio agora é encarar o que nos espera.
Neste 2019, foi lembrado em boa parte do País o centenário nascimento de um grande artista nordestino: Jackson do Pandeiro, paraibano de Alagoa Grande. Até um filme foi lançado sobre sua vida pessoal e trajetória artística.
Enquanto comemoravam-se os cem anos de Jackson, completamente esquecido passou o centenário de morte do pioneiro das gravações musicais no Brasil: Eduardo das Neves.
Eduardo, Bahiano, Cadete e Mario Pinheiro foram os primeiros cantores profissionais a gravar discos em nosso País.
Em 1929 foi a vez de o Brasil ouvir em disco as primeiras anedotas e modas de viola. O responsável por essas gravações foi o paulista de Tietê Cornélio Pires (1884-1958).
Saiu do bolso de Cornélio o dinheiro que ele usou para produzir 52 discos de 78 RPM. Esses discos foram à praça com a chancela da extinta gravadora Columbia.
O primeiro disco produzido por Cornélio trazia duas anedotas: Entre Italiano e Alemão e Anedotas Norte-Americanas (na foto), por ele mesmo contadas.
Esse disco deu início à Série Cornélio Pires, lançada em maio de 1929. Em outubro desse mesmo ano sairia novo suplemento trazendo a primeira moda de viola, que logo se transformaria num clássico do gênero. Essa moda, apresentada pelo próprio Cornélio, tinha interpretação de Mariano e Caçula.
Nos 52 discos de Cornélio Pires não há nenhum que traga nenhuma referência ao Natal ou a Papai Noel.
No começo do segundo semestre de 1951, a dupla Palmeira e Luizinho lançou ao mercado a toada Vespra de Natá, de Arlindo Pinto e do próprio Palmeira. Nessa cantiga, o personagem lamenta-se de, ao chegar em casa após assistir a uma missa, não encontrar mais a mulher, que fugira sabe-se lá com quem, um caso claro de traição. A propósito: há muitas bobagens e tragédias nas letras e canções que tratam de Natal e Papai Noel.
Em dezembro de 1932, a cantora Madelou Assis lançou à praça a canção Papai Noel (Felicidade). A letra dessa canção, de autoria de Custódio Mesquita, remete o ouvinte a um rapto. Confira!
Os discos da Série Cornélio Pires estão no acervo do Instituto Memória Brasil (IMB). Acesse: www.institutomemoriabrasil.com.br

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