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sábado, 30 de maio de 2020

ANASTÁCIA, 80 ANOS!



A cantora e compositora pernambucana Anastácia completa hoje 80 anos de idade. Começou a carreira em Recife, no começo dos anos de 1950. 
Anastácia viveu com o sanfoneiro Dominguinhos e com ele compôs duzentas e trinta músicas. No total, de sua autoria, já compôs, pelo menos, 700 músicas. No próximo mês, vai à praça, mais um CD trazendo-a como intérprete das suas músicas. 
Pra ela, fiz estes versos:

Nasceu em Pernambuco
De capiba e lampião
De frevo e maracatu
De xote, forro e baião
Anastácia é a tal
Desse nosso Brasilzão!

Aos oitenta lá vem ela
Cantando com alegria
Dançando, fazendo graça
Gingando nessa folia
Anastácia, boa marca
É prova de garantia!

Compositora de porte
Cantora de voz potente
Ela sozinha é festa
Na zoada, no repente
Ela brinca em todo canto
Fazendo forró pra gente!


A CULTURA ESTÁ DE LUTO, MORRE ARIEVALDO

A foto aí foi feita a mais de dez anos, em Brasília. Nela aparecem Arievaldo, o escritor paraibanos, Sinval Sá (1922-2014), e eu.  
Eu bem senti que algo esquisito pairava no ar.
A madrugada foi de um frio de lascar. Cá em Sampa chegou a cinco graus, segundo a moça do tempo.
O ponteiro marcava, se tanto, nove da manhã. A essa hora o querido Klévisson fez-se presente ao telefone tristonho, com voz embargada, contou que o mano Arievaldo se achava num hospital havia três dias. “O Ari é um teimoso, não ouve conselhos de consultar um médico”, começou Klévisson, acrescentando: “Ele diz que esse negócio de procurar médico é besteira, pois médico só arruma doença pra gente”.
No final da tarde, o querido Wilson Seraine, telefona pra dar “péssima notícia”. Pois é, revelou: “O nosso Ari morreu”.
Arievaldo Viana morreu aos 53 anos, deixou quatro filhos e viúva. Ele foi um dos talentos mais visíveis que já vi. Grande pesquisador da cultura popular, especialmente do cordel, Ari entra pra história como um grande cordelista e contador de histórias.
Que Deus o tenha.

AUDÁLIO, UM GRANDE BRASILEIRO

Uma historinha: certa vez Audálio perdeu o emprego e o convidei pra ser meu chefe no Metrô de São Paulo, convite aceito, fiquei feliz. A foto é da época. 

Pelo sim pelo não, o Brasil corre perigo.
Não custa lembrar: é preciso estar a postos, pois há muita gente má à espreita.
A história do Brasil é uma história triste, de escravidão, de violência.
Não podemos esquecer de tudo quanto sofremos.
A história está nos livros, nas ruas.
Apanhamos de todos os governantes, praticamente.
A ditadura varguista foi o que foi. Antes dele Deodoro, Floriano e outros marechais e generais.
Cuidemo-nos: não pode ser um ex capitão malássombrado, com a mente fixa em 64 e anos subsequentes de chumbo, que vai levar o Brasil de novo às trevas. Mas depende da gente, né?
A democracia está ferida, sofrendo.
Apesar da turbulência verbal provocada pelos filhotes e viuvinhas da ditadura, as instituições continuam nas suas funções.
O Brasil é berço de grandes intelectuais, de grandes artistas, de um povo incrível...
Ontem 29 morreu o jornalista paulistano Gilberto Dimenstein, aos 63 anos de idade. Dois dias antes foi a vez do potiguar Murilo Melo Filho partir, aos 91.
Há exatos dois anos, morria em São Paulo o jornalista alagoano Audálio Ferreira Dantas. Pra ele e todos os grandes cultores da liberdade, escrevi o poeminha matuto. Abaixo:

O Brasí é um barquim
Deslizano pelo má
Levano, trazeno gente
Daqui pralí, dali pracá

Nesse eterno vai-vem
Muita gente cai no má
Muita gente vai pro céu
Sem saber que trem tem lá

Desse jeito o Brasí vai
Se balançano no má
Pareceno u’a donzela
Convidano pra dançá

Esse barco já levô
Muita gente além do má
Já levô Audáio Dantá
Valdi Tele e Jão Bá

Barquero desse barco
Castro Alve foi pro má
Levano o bão Bandeira
Pra um dedo prosiá

Gente de todo tipo
Nesse barco foi pro má
Quereno sabe untudo
Querendo sábi ficá

Há muito ele nasceu
Num belo berço do má
Andô, correu pirigo
Mas sempre sôbe lutá

Lá vai ele
Leve e livre no má
Garboso, sinhô de si
Com o céu a li guardá

Viva o Brasí barquinho
Na sua missão no má
Levano, trazeno gente
Daqui pralí, dali pracá


sexta-feira, 29 de maio de 2020

DITADURA NUNCA MAIS! (2)



O que dizer de quem diz 
De modo tão prepotente 
Eu sou a Constituição!
Eu sou o Presidente!
Ora, só falta dizer
Eu sou Deus Onipotente!

O Brasil estarrecido acompanha passo a passo as peripécias malucas do endiabrado Presidente da República.
As diabruras do presidente não são de hoje.
Inspirado no seu ídolo, Trump, a quem parece ter dedicado amor eterno, o sempre enamorado presidente brasileiro bate em todos que lhe contrariam. Jornalistas, principalmente.
Nem antes nem depois da ditadura militar de 1964, que durou até 1985, nenhum presidente da República foi tão agressivo, grosso e mau humorado como o paulista Bolsonaro.
Até aqui, é a autoridade constituída que mais agrediu jornalistas.
A ignorância de Bolsonaro fez a Globo, a Bandeirantes, a Folha e outros órgãos da imprensa, abandonar a cobertura comumente feita nas manhãs de todos os dias à saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro sente exagerado prazer em agredir os profissionais da imprensa.



Meu amigo, minha amiga, você deve conhecer o famoso poema do niteroiense Eduardo Alves (No caminho com Maiakóvski), que diz: “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada./ Até que um dia,
o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada...”
Esse poema foi publicado originalmente em 1968 (capa do livro, ao lado).
Muita gente acreditou que a obra era de autoria do poeta russo Maiakóvski (1893-1930).
As ameaças de Bolsonaro, dos seus filhos e seguidores são preocupantes, por isso precisamos estar atentos.
Está claro, claríssimo que Bolsonaro quer subir nas botinas e virar presidente supremo, oxalá eterno.
Os versos abaixo, de minha autoria, integram o cordel Serpente Quer Pôr Ovo/ no Coração do Brasil:

Pena tudo, penam todos 
Penam jovens jornalistas 
Que quando podem perguntam
Sobre nazi-fascistas 
Irritado Presidente
Diz ser todos comunistas 

Da imprensa ele não gosta
Da justiça também não
O bicho é invocado
Só gosta de confusão
Anda com fogo no bolso
E gasolina na mão

O que vai fazer com isso
Tacar fogo na Nação
Dizer que é bicho macho
Como macho Lampião
Que na hora derradeira
Levou chumbo no Sertão?

O Capitão é muito louco
Esse bicho é anormal
Se pudesse fecharia
O Supremo Tribunal
Mas isso ele não pode
Nem se fosse General

Jornalistas levam pau
De graça do presidente 
Que adora bater forte
No lombo de sua gente 
Que a Deus pede rezando 
Um futuro diferente...

quinta-feira, 28 de maio de 2020

PNEUMOULTRAMICROSCOPICOSSILICOVULCANOCONIÓTICO, PORRA!


O cara sai de casa numa boa, assoviando e tal.
De repente, dá uma topada e, em alto e bom som...
O cara vai trocar a lâmpada queimada e leva um choque. Em alto e bom som...
O cara vai tentar estancar a água da torneira que não para de pingar e, de repente, o cano estoura. Em alto em bom som...
Pois é, o palavrão está na boca de todo mundo. De quase todo mundo. Na verdade, o palavrão tá na boca do mundo.
Em 1974 o folclorista, advogado e político pernambucano Mário Souto Maior (1920-2001) publicou o curioso Dicionário do Palavrão e Termos Afins, com prefácio do sociólogo Gilberto Freyre (). Nesse livro há cerca de 3.500 palavras pouco dicionarizadas. E cabeludas, como se diz.
A ditadura militar caiu de pau e soltou seus sabujos pra recolher o livro.
A menor palavra da nossa língua começa com “c”.
Todo mundo diz palavrão, mas há quem exagere. Na reunião ministerial de 22/4, tornada pública exatamente um mês depois, um raivoso presidente da República poluiu o ar soltando 29 palavrões em menos de duas horas. Palavrões de grosso calibre.
Envergonhado, um dos participantes, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, retirou-se antes de terminar a reunião. Um palavrão, porém, nem sempre soa como tal, dizia o mestre Souto Maior.
A opinião de Souto Maior foi compartilhada pelo discreto poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade.
Aplaudidos artistas brasileiros como Costinha, Aracy de Almeida, Hilda Hilst, Isaurinha Garcia e Dercy Gonçalves adoravam soltar palavrões. Faziam isso com graça, alegria, ao contrário do candidato a ditador. Esse que aí está: Bolsonaro.
Todo mundo já ouviu falar da palavra anticonstitucionalissimamente.
Há, porém, outra que desbanca essa encontrável no dicionário Houaiss:
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico.                                      
O desbocado presidente Bolsonaro continua poluindo o ar.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, há centenas e centenas de livros, folhetos de cordel, compactos, lps’s e revistam antigas que tratam de palavrão.
Sobre palavrão e putaria, clique:

quarta-feira, 27 de maio de 2020

MORTOS PELA COVID-19 SUPERA CANUDOS


Em três meses a Covid-19 matou 25 mil pessoas, o total da população do arraial de Canudos, BA, que soldados atacaram a região, isso, no corre de onze meses.
Os conflitos que resultaram em tantas mortes no interior da Bahia começaram em novembro de 1896 e teve seu ponto final, em outubro do ano seguinte.
As três últimas expedições do Exército foram dizimadas pelos seguidores do cearense Antônio Conselheiro (1830-97).
Todas as casas e a igreja do arraial foram incendiadas. Ao fim, restaram um homem, um velho e uma criança, segundo narrativa do escritor jornalista Euclides da Cunha (1866 - 1909)
Em 1902, Euclides escreveu o que a gente pode chamar de uma grande reportagem sobre Canudos.
Para comemorar o centenário de Os Sertões, de Euclides da Cunha, a geração editorial convidou alguns autores pra falar a respeito da obra (acima). Estou entre os convidados
No Brasil, o Coronavírus deu as caras três meses atrás.
O Corona dá “forma” à Covid.
Só em São Paulo, a Covid já matou mais de 6000 pessoas, o Ministério da Saúde continua sem titular.

URGENTE
O Presidente da República acaba de convocar reunião extraordinária com seus Ministros. Na pauta, a decisão do Ministro Moraes depor na rua em busca de provas contra o chamado Gabinete do Ódio.
Tensão no ar.


segunda-feira, 25 de maio de 2020

CÉLIA E CELMA: UM BEIJINHO DOCE...



O tempo tem sido complacente com Célia e Celma.
Aos 77 e 50 de carreira, as duas irmãs mineirinhas de Ubá, continuam trinando feito passarinhos.
A memória das duas, permanecem em ponto dinâmico.
O repertório do disco que celebra os 50 anos de música de Célia e Celma traz, à lembrança, clássicos da nossa música. Entre esses Casinha Branca, Beijinho Doce, Meu Primeiro Amor, Pé de Ipê e No Rancho Fundo.
Meu Primeiro Amor, uma versão paraguaia de José Fortuna, ficou bem legal na voz das duas.
O novo disco de Célia e Celma traz à tona um retrospecto de carreira.
Para o futuro, ficam a voz das Galvão e do Renato Teixeira.
O Renato, com sua voz pequena, mostra que continuará grande por muito tempo.
Célia e Celma 50 anos trás 14 faixas. A melhor delas, pra mim, é Meu Primeiro Amor. Não sei porque, mas essa guarânia na voz das duas irmãs me tocou fundo. Gosto também, de Beijinho Doce...
O disco traz a chancela da Kuarup.



domingo, 24 de maio de 2020

DIATRIBES DE UM MAL EDUCADO MINISTRO

O vídeo da reunião do Planalto com Bolsonaro e turma é de arrepiar. Estou estupefato até agora.
Em menos de duas horas, foram pronunciados 37 palavrões. Desses, 29 proferidos pelo destabanado presidente da República.
Entre palavrões, ouviram-se outros horrores dos exaltados ministros da Educação, Meio Ambiente e da Ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos.
A encapetada Damares Alves jurou, do jeito lá dela, que iria processar prefeitos e governadores e prendê-los. Essa é do cão!
Também do cão é o Ricardo Sales, que disse ser agora a hora de fazer tramoias pra ganhar, depois, de "baciada", já que a Imprensa só fala de Covid-19. Na sua linguagem de violeiro de meia pataca, foi taxativo:"É hora de passar boiada".
Já o empedernido Weintraub, no seu jeito idiota de ser, achou de xingar os juízes da nossa  Corte. Segundo ele, são todos vagabundos e, por isso mesmo, deveriam estar na cadeia.
O Ministro Marco Aurélio, do STF, amenizou a fala do idiota dizendo que tudo não passara de um desabafo, de uma espécie de força de expressão. Aurélio, porém, disse que se fosse presidente teria demitido o empedernido titular da educação.
O ensino no Brasil começou com os Jesuítas que primeiro puseram os pés nesta nossa terra brasílis.
Em 1808, o fugitivo de Napoleão (D. João VI), trouxe o que pode se chamar de primeiros métodos escolares.
O que entendemos de ensino escolar começou, a rigor,  com as academias de ensino do Direito. Em Recife e em São Paulo.
Grandes intelectuais começariam a marcar o cotidiano brasileiro a partir de meados do século 19. E aí são muitos.
As primeiras universidades/faculdades surgiram no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A do Rio é a mais antiga.
Hoje existem 2448 instituições de ensino superior no País. Dessas, 199 são universidades públicas estaduais e federais.
O ensino brasileiro anda subindo pra baixo, se me entendem.
De acordo com números oficiais há 47,8 milhões de brasileiros matriculados em todos os níveis escolar.
Nunca, na vida brasileira houve um ministro da educação tão grosso e ignorante.
As diatribes do Ministro Sales fizeram me lembrar da cantiga bonitinha do piauienses Arnoud Rodrigues(1942-2010), que era humorista (parceiro do Chico Anísio) e eventual participante do programa São Paulo Capital Nordeste, que durante anos apresentei na Rádio Capital.

Ouça:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=208&v=eB6G38qKENU&feature=emb_title

SEM NOÇÃO!
MAIS UMA VEZ O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, IGNORANDO ORIENTAÇÃO DE AUTORIDADES SANITÁRIA FOI ÀS RUAS PARA ABRAÇAR O QUE ELE CHAMA DE SEU POVO. GANHOU ATÉ CACHORRO QUENTE. O CARA NÃO TEM JEITO. MAS FAZER O QUE SE ELE JÁ ESTÁ EM CAMPANHA.

sábado, 23 de maio de 2020

ÁGUA DE COCO NA VEIA!

A Segunda Guerra Mundial estourou em 1939 e findou em 1945, com pelo menos 60 milhões de mortos.
O ministro da Propaganda de Hitler, Goebbels, ficou doido que nem Bolsonaro e mandou queimar milhares e milhares de livros.
Goebbels, como Bolsonaro, achava que cultura era algo perigoso e por isso...
Ontem 22, dia que o Baião de Luiz Gonzaga completava 74 anos de lançamento mundial, o juiz decano do STF Celso de Melo autorizou a divulgação de vídeo gravado numa sala de reunião do Planalto. Nesse vídeo, horrores!
No mesmo dia que esse vídeo surpreendia o povo brasileiro, o seu principal personagem(Bolsonaro) dava entrevista ao vivo à rádio Jovem Pan. Mais horrores!
Nessa entrevista Bolsonaro dizia que cultura é ideologia. Por aí se vê.
Sobre Cloroquina, teceu maravilhas. Disse que sua mãe, 95 anos de idade, se pegar o vírus que anda solto por aí, "Cloroquina nela!".
Lembrou que alguém lhe disse que num conflito armado num lugar não sabe onde um soldado precisava de transfusão de sangue. Não tinha sangue. Solução? "E aí um cara injetou água de coco na veia do outro". Simples assim.
A segunda Guerra Mundial findou com 60 milhões de mortos.
A gripe espanhola, que originou-se nos EUA, matou mais de 60 milhões de pessoas. No Brasil, pelo menos 35 mil, dos quais 5.300 em São Paulo.
Bolsonaro tem tirado sarro o tempo todo da Covid-19, que já matou mais de 300 mil pessoas no mundo...
Esse Bolsonaro é o Cão.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

BAIÃO CHEGA AOS 74 ANOS


No dia 4/5/1937 o Brasil perdia o carioca Noel Rosa.
Em 5/5/2004 o Brasil perdia o grande flautista capixaba Carlos Poyares.
Em 10/5/1946 o Brasil perdia o maranhense Catulo da Paixão Cearense.
Em 14/5/2007 o Brasil perdia a pernambucana Marinês.
Em 25/3/1993 o Brasil perdia o Rei da Embolada Manezinho Araújo.
Em 30/5/2018 o Brasil perdia o jornalista alagoano Audálio Dantas.
Bom, maio é o mês das noivas...
Em 13/5/1888 os homens negros (e mulheres) escravizados no Brasil ficaram atônitos com a notícia de que, a partir daquela data, eram livres. Livres? Como ser livre por decreto, sem perspectiva de vida?
No dia 22/5/1946 o baião como gênero musical foi lançado nacionalmente pelo grupo cearense Quatro Ases e um Coringa, com este nome: Baião.
Os autores do gênero musical Baião foram o negro pernambucano Luiz Gonzaga e o branco cearense Humberto Teixeira.
O ano de 1946 foi um marco na história do Brasil.
Em 1930 o gaúcho Getúlio Vargas deu um golpe e encerrou a República Velha.
Em 1937, dois anos antes da eclosão da II Guerra, o mesmo Getúlio inaugurou o Estado Novo.
Em 1946, Getúlio caiu e em seu lugar assumiu o marechal Eurico Gaspar Dutra, para quem Gonzaga tocou sanfona. Essa história é contada no Dicionário Gonzagueano, de minha autoria.
Discos, partituras e outros materiais dos músicos citados neste texto fazem parte do acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.


DIA DO ABRAÇO
Hoje é o dia nacional do abraço, mas é bom evitar o contato físico, já virtualmente, pode. Quem diria que chegaríamos a esse ponto, hein?

SACANAGEM
Daqui a pouco é possível que o Brasil todo tome conhecimento de um vídeo cabeludo gravado com o Presidente e os seus Ministros. Isso ocorreu no dia 22 de abril, dia do "achamento" do Brasil, por Cabral. Vem coisa feia aí, preparemo-nos!   

quarta-feira, 20 de maio de 2020

ESQUERDA E DIREITA. E O POVO?

O número de mortos no Brasil provocada pela Covid-19 já anda na casa dos 18 mil. Uma tragédia.
Tragédia chama tragédia.
Muito triste é ouvir o chefe da Nação tripudiar, gozar, fazer piada da pior espécie com a desgraça que ora toma conta do Brasil, a Covd-19. Ele disse: "A direita bebe Cloroquina. A esquerda, Tubaína".
Disse isso cercado de puxa sacos, que riam.
Ouvi também agora há pouco o ex-presidente Lula praticamente aplaudir o surgimento do Coronavírus. Disse que esse monstro, criado, pela Natureza está fazendo cego enxergar etc e tal. Pode?
Triste, muito triste tudo isso.
O Brasil nunca teve tantos partidos políticos. Uns 30 e outros tantos aguardando sinal do TSE para desfrutar das benesses do Estado.
Não faz muito tempo havia PDS, MDB, que virou PMDB, e agora, de novo, MDB; PSDB, PT.
O PSDB do FHC, do Alckmin e, agora, do Dória, desceu do muro e está fazendo o que o presidente da República deveria fazer. Exemplo?
Toda semana, praticamente, todos os dias, o governador de São Paulo reúne sumidades da ciência, da saúde, para dizer a população o que o Estado está fazendo para combater a Covid-19. Muito bom. Prestação de contas à sociedade paulista.
Hoje 20 ele, em discurso de improviso, colocou os pontos no "is". Disse muita coisa necessária, como o número de leitos, de espaço para atender os infectados com o Corona, que se multiplicam assustadoramente.
Dória não foi piegas em nenhum momento em seu discurso. Disse o que tinha de dizer, com as palavras certas. Discretamente, chegou a se emocionar.
Amanhã 21, às 10h, todos os 27 governadores do País participarão de uma reunião, a distância com o Presidente da República.
O tema será a Pandemia que atingiu, e continua atingindo, os brasileiros.
Não podemos esquecer que os governadores representam o povo de cada Estado.
Ainda é tempo de o presidente da República tomar vergonha na cara e assumir o cargo de presidente que o povo lhe deu.
O Presidente da República tem que governar para todos os brasileiros, independentemente da coloração política.
Pra encerrar, esses versinhos:

Presidente Cloroquina
Presidente sem noção
Feio bicho das trevas
Capeta filho do Cão!
Pô! O que mais o bicho quer
Detonar nossa Nação?

AMAZÔNIA CONTINUA SENDO DESTRUÍDA POR GRILEIROS, GARIMPEIROS E OUTROS  PREDADORES DA NATUREZA A MANDO DE FIGURÕES NACIONAIS E ESTRANGEIROS. TUDO ISSO COM O AVAL DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. PENA, NÃO É?

segunda-feira, 18 de maio de 2020

PAPA JOÃO PAULO, 100 ANOS. ADEUS!


O papa João Paulo II, de batismo Karol Wojtyła, morreu hoje aos cem anos de idade.
Ele nasceu no dia 18 de maio de 1920 na Polônia.
Em 1946, ano em que o brasileiro Luiz Gonzaga lançava o Baião como gênero musical, ordenava-se padre.
Em 1958, quando o brasileiro João Gilberto lançava a Bossa Nova como gênero musical, ordenava-se bispo
Em 1964, quando os militares assumiam o poder no Brasil, através de um golpe, Wojtyła virava arcebispo coma benção do Papa Paulo VI.
Em 1967, um ano antes do Ato Institucional nº5, virava cardeal.
Finalmente, em 1978, Karol Wojtyła era eleito Papa. Foi aí que trocou o nome para João Paulo II.
No dia 9 de julho de 1980, o Papa João Paulo II beijou o solo cearense antes de receber do Luiz Gonzaga com um beijo na mão. “Foi a maior emoção da minha vida”, disse-me depois o Rei do Baião. Recebido por Dom Aloisio Locheider (1924 – 2005), o Papa permaneceu durante dois dias em Fortaleza (CE).
Mai de 120 mil pessoas compareceram ao Castelão para aplaudir o Papa.
Ainda em 1980, Luís Gonzaga lançou à praça o compacto simples com a canção Obrigado, João Paulo (Gonzaga/Padre Gotardo Lemos). Ouça:



domingo, 17 de maio de 2020

E A CULTURA POPULAR, HEIN!

Eu não sei se disse ontem 16 que o Brasil, no ranking de suicídio, se acha atrás apenas da Índia, China, EUA, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.
Triste colocação.
Nos mais diversos rankings o Brasil se faz presente. É primeiro lugar, por exemplo, em recebimento de ligações indesejadas. Aquelas que fazem o telefone tilintar e quando a gente vai atender, cai. Ou é alguém tentando aplicar um golpe.
No ranking de perda de tempo na internet, o Brasil está em 2°lugar.
No 3° lugar se acha a nossa briosa seleção brasileira, atrás da França e da Bélgica.
O 4° lugar ocupado pelo Brasil se acha no ranking de mortos pela Covid-19.
No ítem feminicídio, o Brasil ocupa o quinto lugar.
O sexto lugar tem a ver de novo com a onda Covid-19. Pois é, estamos lá.
Esses números todos, essas coisas, impressionam.
Somos um país muito bonito, sem grandes tragédias naturais etc.
Mas parece que é da nossa natureza batalhar por lugares não muito agradáveis nos chamados rankings mundiais. Quer mais?
Ocupamos hoje, a centésima sétima posição no ranking dos países que não respeitam a liberdade de imprensa, de opinião. A pesquisa foi feita em 180 países, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Nessa história, um detalhe: a maioria dos brasileiros elegeu um presidente que faz o que faz.
É pra baixar a crista ou não?
Pra levantar a bola é sempre bom a gente ouvir coisa boa, da nossa terra, dos nossos artistas, muitos deles esquecidos por nós mesmos.
Aquarela do Brasil é obra prima. Ouça:
REGINA DUARTE
A ex-atriz global perdeu na semana que termina o seu chefe de gabinete. E não foi ela que demitiu, foi o General da Casa Civil, cujo o nome não lembro.
O que a Regina está fazendo lá na Secretaria da Cultura, chupando dedo?

sábado, 16 de maio de 2020

LACERDA, CULTO E BARULHENTO (II)


“O Estado brasileiro, hoje, já se parece muito mais com um Estado totalitário do que com uma estrutura democrática.”
A frase aí foi dita de improviso pelo Deputado Federal, RJ, Carlos Lacerda, em 1957.
Lacerda(1914-77) foi um poço de profundas e gloriosas polêmicas. Assustou a muita gente.
Novo, integrou a Juventude Comunista. Depois, imputado como traidor, foi expulso da agremiação.
No correr do tempo, entrou para a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Nela, assinou um manifesto em favor da cultura popular brasileira. Posteriormente, teria a seu lado o escritor Gustavo Corção, o crítico de arte Mário Pedrosa (tio de Geraldo Vandré), o humorista Millôr Fernandes e outras sumidades da intelectualidade tupiniquim da época.
Na meia dúzia de LPs que deixou, há preciosidades do seu talento de grande improvisador. Seus discursos, ao mesmo tempo que encantavam, deixavam muita gente de cabelo em pé.
No dia 15 de maio de 1957, Lacerda discursou à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal durante dez horas seguidas. Na ocasião, defendia o mandato de
deputado, que poderia perder. Nesse discurso, citou Pavlov,La Fontaine, Roosevelt, Homero e deuses do Olimpo, como Júpiter, Marte e Cupido. Interessantíssimo.
Lacerda, foi tradutor de Shakespeare. 
Lá pelas tantas, defendendo-se de acusadores, diz ser “um homem livre, por não ter ódio”.
Segundo ele, “quem odeia transforma-se no escravo do outro”.
Para o bem ou para o mal, Carlos Lacerda foi um dos maiores oradores que já passaram pelo Congresso Nacional.
Prova viva disso é o que está nos seus discos.
Não custa lembrar que Lacerda foi o gatilho que disparou a bala no peito do presidente Getúlio Vargas, em 1954.
Os discursos improvisados de Carlos Lacerda servem, ainda hoje, tanto para a direita quanto para a esquerda.
Sem dúvida, ele foi um mestre da palavra, cultíssimo.
Lacerda começou a carreira política como vereador.
Foi deputado federal e governador pelo extinto Estado da Guanabara (1960-1965).
Curiosidade: foi de esquerda (comunista), virou à direita (UDN) e, depois de exilado teve seus direitos políticos cassados pelo famigerado AI-5, em 1968.
Os discos que legou para a posteridade estão no acervo do Instituto Memória Brasil (IMB).

LACERDA, CULTO E BARULHENTO


Hoje eu ia falar sobre o poeta gaúcho Mário Quintana (1906-1994) – aquele que dizia que “todos passarão/eu, passarinho” –, cujo aniversário de morte foi nesse 5/5, mas decidi à última
hora fazê-lo sobre o presidente da República carente de camisa de força chamado Jair Bolsonaro. De passagem, claro.
Em 2019, ele esculhambou jornalistas e imprensa 208 vezes (dados da Fenaj). E continua dando porrada em jornalistas e imprensa. E sempre passando do suportável.
Domingo (3/5), diante dos seus olhos, jornalistas foram espancados por seus seguidores politicamente fanatizados.
A imprensa chegou ao Brasil em 1808, trazida por D. João VI e família.
O primeiro jornal impresso em terras brasileiras foi A Gazeta do Rio de Janeiro, que depois trocou de nome para A Gazeta. Mas sem grande importância, pois tratava-se de um jornal oficial.
Os jornais de verdade começaram a pipocar no Brasil depois da proclamação da Independência. O proclamador, D. Pedro I, foi o cara que aplicaria o primeiro golpe de Estado no País.
Depois da Independência, centenas de jornais apareceram no Brasil. Alguns foram alvo de empastelamento e surras em seus editores.
No século XX, a imprensa passou a ganhar forma profissional e industrial.
O paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, o Chatô, foi o primeiro imperador da imprensa brasileira, O segundo, a família Marinho.
O ano de 1950 começou com o jornalista, empresário e político Carlos Lacerda (1914-1977) fazendo barulho com o jornal que criou, A Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro.
Encurtando a história: Lacerda, com seus artigos, incomodou o então presidente Getulio Vargas (1882-1954). Isso quer dizer que ele, Lacerda, também levou muitas porradas. Seu jornal, aliás, foi empastelado várias vezes.
O que se viu no último dia 3 em Brasília, sob a batuta de Bolsonaro, foi algo abominável.
Cena igualmente grotesca Bolsonaro regeu nessa terça-feira (5/5) de manhã à saída do
Palácio da Alvorada, quando mandou jornalistas calarem a boca.
Tristes tempos vivemos.
Em 1960, Lacerda, que na vida política foi de esquerda e de direita, ganhou o governo da extinta Guanabara e continuou dialogando com todos. Era de alto nível. Culto, chegou a traduzir Shakespeare e gravou meia dúzia de LPs, hoje raríssimos. No primeiro, Rio, cidade indomável, narra uma belíssima crônica do jornalista e escritor Gastão Cruls (1888-1959). Nela, Cruls lembra grandes nomes do Rio de Janeiro, como o cantor Eduardo das Neves, o  jornalistas João do Rio(inventor da reportagem). Belíssimo disco.
E como dizia o poeta gaúcho Quintana: “Todos esses que aí estão/Atravancando meu caminho,/Eles passarão.../Eu passarinho!”,
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem todos os discos de Lacerda.

SEXO E SUICÍDIO AINDA SÃO TABUS

Hoje, em pleno século 21 ainda é tabu falar de sexo e suicídio.
Não deveria ser tabu tema nenhum, mas...
Pesquisas indicam que os sites mais acessados na Internet são os sites de conteúdo pornô.
Até hoje não ouvir no rádio ou televisão especialistas falarem do sexo nestes tempos terríveis de Pandemia.
Falar de putaria tudo bem, mas falar de sexo como algo importante e natural na vida não pode. Ixe!
Suicídio...
Dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), indicam que pelo menos 10,5 milhões dividem a moradia consigo próprio.
Quer dizer, milhões e milhões de brasileiros optaram por viverem sozinhos.
É solidão que não acaba mais!
Anualmente cerca de 800 mil pessoas procuram o caminho da morte por meios próprios. Isso quer dizer que a cada 40 minutos uma pessoa se mata.
Mais de 30 pessoas no Brasil, dia-ri-a-men-te.
Não adianta negar: todo mundo dono de si já pensou em suicídio. Eu mesmo, mas já sair dessa.Viver é coisa boa, apesar da violência e do cotidiano político. Exemplo? Daqui a pouco, às 20h, o atual presidente vai, mais uma vez em pouco dias, dizer asneiras ao povo.
Já falei muito sobre tudo, ou quase tudo,  neste blog. Quer ler? Clique:

http://assisangelo.blogspot.com/search?q=suic%C3%ADdio

http://assisangelo.blogspot.com/2017/05/o-suicidio-na-historia.html


Ainda nos dias de hoje continua sendo tabu falar de sexo. Hipocrisia pura. A pornografia é filha do sexo, a temática é antiga e não escandalizava tanto. Os velhos gregos falavam abertamente sobre sexo e putaria em geral. Eram devassos na compreensão extrema do termo. Os romanos também não eram brinquedo na cama, no chão, sei lá!
Na obra de Aristófanes (447 a.C - 385 a.C), há putaria explícita. Na obra de Ovídio (43 a.C - 17 d.C) também. Ele chegou a fazer até um guia para iniciantes
Calígula (12 d.C a 41 d.C) fazia coisas de arrepiar poste.
E o Marquês de Sade hein? Esse botou pra lascar.
E Henry Miller.
Mais pra cá, Jorge Amado também andou botando suas unhas pra fora. Ele gostava da coisa.
Entre as mulheres, Adelaide Carraro e Hilda Hilst deixaram marcas profundas no imaginário popular.
Hilda, que chegou a assinar parceria musical com Adoniran Barbosa, deixou de lado a sua obra bem comportada e partiu para o “vamos ver”. Queria ser lida de qualquer jeito, por isso partiu para a pornografia explícita.
E como esquecer os “catecismos” de Carlos Zéfiro, que faziam a alegria da molecada?
Zéfiro começou a publicar seus catecismos em 1949. Eram proibidos, vendidos ás escondidas. Publicou uns 500 até o começo dos anos de 1970. Viraram clássicos. São cult, raríssimos hoje. Zéfiro fez escola e com o seu nome verdadeiro, Alcides Aguiar Caminha, também assinou música com Nelson Cavaquinho. Incrível, não é?
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acha uma quantidade enorme de catecismos e que tais sobre o fabuloso mundo do sexo. É vasta a literatura pornográfica em quase todas as línguas. A propósito, quem  não conhece ou nunca ouviu falar do clássico Kama Sutra? Escrito há mais de 500 anos por um indiano, Nesse livro há centenas de posições diferentes de como fazer sexo.

A VOLTA DO FUTEBOL

O futebol como tal conhecemos existe desde a segunda parte de século 19. Começou na Inglaterra e foi de lá que veio para o Brasil, pelas mãos de Charles Muller (1874-1953). O primeiro jogo de futebol no Brasil, aconteceu numa várzea paulistana. Pari, por ali. A seleção brasileira de futebol surgiu em 1914. A seleção masculina, a feminina em 1986. No caso não é tabu, é preconceito. Essa história o Carlos Sílvio estará abordando na conversa que terá com o craque esportivo Rodrigo Bueno da TV Fox Sports. Não perca, é coisa boa.
Siga o Instagram: @cspaiaia




domingo, 10 de maio de 2020

UM BEIJO, MAMÃE...

Tocante a cena em que uma mulher sai correndo, chorando, e gritando o nome do filho de 17 anos que ia aventurar-se na cidade grande. Esse menino virou homem e compositor dos mais aplaudido: Wilson Aragão.
Essa história se acha no programa Em Quarentena, edição de ontem 9.
Luiz Gonzaga, rei do baião, tinha 17 anos quando levou uma surra do pai e da mãe e fugiu, para aventurar-se no Exército.
Em 1967, Gonzaga lançou o LP O Sanfoneiro do Povo de Deus com a cantiga, Bença Mãe. Ouvir abaixo.
Eu era menino de uns 3 anos, pixote como se diz.
A minha mãe, Maria, tinha 27 anos quando partiu.
Ouvir sensibilizado o depoimento espontâneo que o ator mineiro Lima Duarte registrou num vídeo que se acha na Internet.
Lima falou pesaroso sobre seu amigo e colega de palco, Flávio Migliaccio.
Flávio foi encontrado morto na manhã da última segunda 4, num sítio em Rio Bonito, RJ, enforcado.
O ator estava com 85 anos de idade. Segundo o filho Marcelo, jornalista, o pai andava triste, surumbático, com todos os sinais de depressão. Falava em morte constantemente, suicídio.
Toda vida é importante, embora figuras lamentáveis como o atual presidente da República, achem o contrário.
Flávio, em curto texto de despedida, lamentou o abandono em que se acham muitas pessoas da sua idade, no Brasil. Depois de pedir desculpas do gesto que iria praticar, disse que "a humanidade não deu certo". E pediu, quase rogando, que cuidássemos das crianças.
Cada vida que parte, é uma dor que fica. principalmente nestas circunstâncias.
Já escrevi muito a respeito do tema suicídio. É coisa séria, seriíssima.
Eu sou o caçulas de dona Maria e seu Severino.
A única vez que o meu pai me repreendeu e tentou dá-me uns cascudos, a minhão de pressa me acudiu. Essa cena jamais vou esquecer. Ela pôs-me no seu colo e no seu colo fez-me dormir no balancear da rede.
Pois bem, eu tinha uns 3 anos de idade quando a minha Maria partiu.
Somente muitos anos depois é que fiquei sabendo como decidira partir. Foi assim:ela pegou uma corda, pois no pescoço e pronto!

sábado, 9 de maio de 2020

UMA FANTÁSTICA VIAGEM AO MUNDO REAL

O mundo é fantástico!
Só não acha fantástico o mundo quem é bobo, quem não ler porque não quer e vive a vida à toa, coçando o saco e aperreando os outros.
Acabo de ouvir a belíssima  entrevista do baiano de Monte Santo Claudio Vieira de Oliveira, 43 anos, ao também baiano Carlos Sílvio.
Formado em Ciências Contábeis em Feira de Santana, BA, Claudio nasceu com uma doença rara: braços e pernas atrofiados e sua cabeça ao contrário. Mas muita vontade de viver. Um exemplo. Ele é um cara super alegre, cheio de onda, cheio de vida. Até já escreveu um livro contando sua história: A biografia, intitulada "O Mundo está ao Contrário", foi lançada no Museu de Arte de São Paulo (Masp), pela Bella Editora.

Claro, comeu o pão que o diabo amassou até chegar onde chegou.
O dia a dia de Claudio é um dia normal e corrido como costumam ser os dias dos bons profissionais. Acorda cedo, toma café, trabalha bastante, e meche com a internet etc.
Nas horas vagas, digamos assim, Claudio Vieira pinta e borda. Seus desenhos, "flagrantes" da Natureza, são por pessoas sensíveis muito elogiados.
Claudio é um danado: chegou a trocar prosa com o falecido Papa João Paulo II e com o atual, Francisco, Zico, cantar com o cantor Luciano, da dupla sertaneja e viajar pelo mundo.
É comum artistas famosos o procurar para conversas em sua casa em Monte Santo, cidade da região do município de Canudos, onde aconteceu a tragédia que dizimou pelo menos 25 pessoas entre outubro de 1896 e novembro 1987. No caso, aqui, recomendo a leitura do livro Os Sertões (1902), do carioca Euclides da Cunha.
Em suas palestras, por todo Brasil, Claudio fala de motivação e esperança. Siga-o o no Instgram dele: @claudiopalestrante.
"Até hoje, posso dizer sem titubear que foi uma das entrevistas mais bonitas que já fiz", resumiu o apresentador Carlos Sílvio (Paiaiá, Rádio Conectados).
Bom, melhor do que falar é ouvir a entrevista feita ontem, 8, no programa Em Quarentena, do Sílvio, no Instagram: @cspaiaia.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

EM TEMPO DE QUARENTENA, BONS LIVROS!

Nestes tempos bicudos de distopia, e para ocupar o excesso de tempo ocioso, bom mesmo é ler um bom livro. No meu caso, ouvir um bom livro.
Outro dia o editor José Cortez telefonou pedindo sugestão de leitura. De cara sugeri que lesse Os Sertões, de Euclides da Cunha; e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
Os Sertões foi publicado originalmente em 1902. A rigor, é o primeiro livro-reportagem de um brasileiro. Conta a história de Antônio Conselheiro, seus seguidores e do fim que todos tiveram em Canudos, interior da Bahia.É leitura imprescindível. Leitura também imprescindível é Grande Sertão: Veredas, lançado em 1956. É um romance incrível, baseado na vida sertaneja.
Euclides morreu de morte matada e Rosa, de morte morrida.
Como sempre fui atrevido, ousei interpretar a abertura do livro de João Guimarães Rosa.
Clique:

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A CEGUEIRA DE BOLSONARO LEVA À JUSTIÇA


A manhã de hoje 7 terminou com o rádio dizendo que Bolsonaro estava indo, a pé, à sede do STF. Pensei:
Bolsonaro saindo do palácio armado de empresários e ministros pra tomar satisfação com a Justiça.
Meio bang-bang.
E foi assim mesmo.
O Brasil é menino novo, de chupeta na boca.
O Brasil está chorando...
Hoje dos olhos sou um cego. E como cego vejo um país de cegos, no sentido mais completo do termo.
Brasília na mira.
Pergunto: Bolsonaro é cego ou idiota?
Hoje, 7 de maio, é o Dia dos Oftalmologistas.
Aproveito a data para sugerir a todo mundo, incluindo os loucos, que não esfreguem os olhos.
É preciso ter cuidado com os olhos.
Os olhos, tanto quanto a mente, veem a vida em todos seus ângulos.
Bolsonaro é um ditador em busca de uma ditadura.
Existem inúmeras doenças que atacam os olhos humanos e de animais...
A cada cinco minutos, mais ou menos isso, uma pessoa fica cega no mundo. Segundo a ONU.
A luz dos meus olhos perdi a quase sete anos.
Eu estou cego, mas eu vejo. Eu vejo com teus olhos...



terça-feira, 5 de maio de 2020

Viva Aldemario Coelho!

Adelmario Coelho é mais um Silva brasileiro, com autenticidade e beleza musical.
Umas de suas entrevistas de que mais gostei foi dada, ao vivo, ontem 4, à noite, ao apresentador do programa Em Quarentena, Carlos Sílvio, no Instagram.
No programa Adelmario falou sobre suas origens e trajetória artística.
Os dois falaram de Luiz Gonzaga e de outros grandes artistas nordestinos como Rosil Cavalcanti, Jackson do Pandeiro, etc. Lembrou da safona e demais instrumentos da nossa cultura. Mas ele gosta mesmo é de cantar com a mulher e filhos, no palco.
O Brasileiro Adelmario Coelho sempre foi apaixonado pelo forró e, em especial, o Trio Nordestino.
Nascido no distrito de Barro Vermelho, no município de Curuçá, norte da Bahia, Barro Vermelho tem cerca de 800 habitantes. É um pouco maior do que o Paiaiá (Nova Soure, BA), que tem cerca de 600 habitantes.
Com 16 anos,  se mudou para Salvador, capital baiana, na década de 70, com intenção de servir o Exército. Ele foi Cabo do Exército por 6 anos. A música veio bem depois.
O primeiro disco, um vinil, ele gravou quando tinha 23 anos de idade.
Achei engraçado quando ouvir no programa de Sílvio, coisa que eu não sabia, Adelmario contou
ao Carlos Sílvio a história que o primeiro disco dele foi levado pelo povo.
E explicou: o caminhão que transportava os 3 mil exemplares do seu primeiro disco, de Vinil (No Balanço do Forró), o caminhão que os transportava, de São Paulo para a Bahia, sofreu um acidente e a carga foi saqueado pelo povo. Os discos tinham sido levados embora, para tristeza de Adelmario. Um colega de Adelmario, radialista da Rádio FM Porto, contou que uma senhora entrou na rádio com uns cds e ele começou a tocar a música Não Fale Mal do País.
A música virou um sucesso Nacional.
Com 26 anos de carreiras, 25 cds, 3 DVDs e 1 livro, escrito pelo filho que é jornalista.
Eu conheci Adelmario Coelho, quando ainda tinha a visão dos olhos. Adelmario é e merece nossas reverências por atravessar décadas levando a cultura nordestina através da música.
Adelmario é cultura nordestina.
O programa Em Quarentena é do "baralho".
Viva Adelmario Coelho!

Confiram a entrevista:






CAMISA DE FORÇA PRA BOLSONARO!

O atual presidente da República não faz jus ao cargo que ocupa, pois se tivesse o mínimo de responsabilidade não falaria o que fala. Ele agride povo, quando dá de ombros à Pandemia que nos massacra.
Bolsonaro é inimigo da liberdade, das leis, da democracia.
Bolsonaro é um ditador em busca de Ditadura.
Em 2019, Bolsonaro atacou jornalistas 208 vezes. Daqui a pouco, indo assim, baterá o recorde como o mais agressivo (no pior sentido) presidente que o Brasil já teve.
Domingo 3 ele, mais uma vez, estimulou seus seguidores politicamente fanatizados a bater em jornalistas. Cenas horríveis registradas pela imprensa.
Hoje 5 de manhã o Bolsonaro saiu com a alma virada e de novo voltou a agredir jornalistas à saída do Alvorada.
Jornalistas apanha de poderosos desde sempre, é verdade.
No Brasil, jornalistas apanham desde fins do primeiro Império.
Se apanhei como jornalistas?
Pois, é.
Acho que o atual presidente da República necessitam urgentemente de uma camisa de força.
O compositor Aldir Blanc (1946-2020), médico especializado em psiquiatria compôs com João Bosco esta pérola: 

Serpente Quer Por Ovo No Brasil

O repórter do tempo antigo era o cordelista, poeta que narrava os acontecimentos em versos. Mais ou menos o que fiz no cordel SERPENTE QUER PÔR OVO NO CORAÇÃO DO BRASIL.
Leiam e opinem:

https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1522493/serpente-quer-por-ovo-no-brasil/

domingo, 3 de maio de 2020

DIA DO PARLAMENTO E DA BAGUNÇA

Hoje 3 de maio, Dia do Parlamento, brasileiros politicamente fanatizados foram as ruas de Brasília armados de faixas com dizeres que pediam o fechamento do Congresso e do STF. Sobrou também para o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro.
Por que tudo isso, já não basta a Pandemia que o mundo vive?
Antes de Cabral desembarcou no Brasil o navegador Duarte Pacheco em 1498, em missão autorizada pelo rei Manuel I.
Quando Cabral chegou, no dia 22 de abril de 1500, trouxe com ele bagunça e problema.
Posto pra correr por Napoleão Bonaparte, Dom João VI e família desembarcaram no Brasil em 1808.
E tome problema!
Em 1822 o filho famoso de D. JoaoVI, Pedro I, Proclamou a Independência do País. Esse mesmo Pedro foi quem, antes de renunciar à Coroa, detonou o primeiro golpe de estado.
E aí os problemas do países foram cada vez mais se agravando.
Em 1889, o marechal alagoano Deodoro da Fonseca pôs pra correr Pedro II e família, depois de assumir a Presidência República , fechar o Congresso e renunciar.
O dia 3 de maio foi o dia da inauguração da primeira Assembléia Constituinte. O ano? 1823. Quer dizer, logo depois do tal grito da Independência.
O dia do parlamento é comemorado desde julho de 1975, quando o presidente do Congresso nacional era o mineiro Magalhães Pinto.
Curiosidade: entre os constituintes de 1823 se achava o padre, jornalista e deputado  José Martiniano Pereira de Alencar, pai do escritor cearense José de Alencar.
José de Alencar é autor de muitos livros, entre os quais O Guarany, Iracema, O Gaúcho e O Sertanejo. Esse livro, lançado em 1875, tem sua história baseada na região de Quixeramobim, no Ceará. Antes de adentrar na história propriamente dita, o autor detalha a geografia do lugar como faria, quase 30 anos depois, o jornalista e militar carioca Euclides da Cunha no seu incrível Os Sertões.
E como hoje é também o Dia da Liberdade da Imprensa e do Sertanejo que ouvirmos uma cantiga do povo do campo.


sábado, 2 de maio de 2020

O EM QUARENTENA EMPLACOU

Desde menino ouço conterrâneos e brasileiros em geral tentando falar ou cantar na língua do Tio San. Bobagem. Mas, pergunto: por que isso?
Nada contra alguém falar ou cantar noutra língua. Ou noutras línguas, por que não?
O danado disso tudo é que tudo é feito de modo inconsciente.
O cantor e compositor baiano Carlos Silva que fala mais ou menos do que aqui falo. Ouça:https://www.youtube.com/watch?v=7suPAaEJmdY&t=1s
A continuar assim, já já algum brilhante deputado haverá de apresentar proposta instituindo o Dia Nacional da Língua Norte-americana. Enfim...
Nestes tempos de quarentena braba, muita gente está virando artista na Internet. Ou firmando-se.
Todo dia tem live. Todo dia, toda hora tem live pra se ver.
 Lives quer dizer entradas ao vivo na maquininha fantástica de fazer doido, como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta, Sérgio Porto (1923-63).
Tem muita bobagem na Internet, mas também tem muita coisa boa.
Nas últimas semanas entraram ao vivo na telinha da Internet artistas do porte e Andrea Boccelli, Paul, Lady Gaga. No Brasil Roberto Carlos, Invete Sangalo, Criolo, Chico César.
Ontem Dia do Trabalhador surgiram no espaço vivo da Internet os ex-presidentes FHC e Lula. Gostei, embora tenha eu dificuldade de afirmar qual dos dois é o mais chato. O FHC chegou até a me negar entrevista. Mas essa é outra história...
É como eu disse, muita coisa boa se acha na Internet. Mais um exemplo?
Um lance legal, mesmo, que ora ocorre nessa onda de lives é o programa Em Quarentena feito diariamente por Carlos Sílvio, baiano arretado!
Em Quarentena apareceu pela primeira vez na telinha da internet na noite de 28 de março.
O primeiro entrevistado do programa foi o escritor Nova-sourense Darlan Zurc, que discorreu sobre os mistérios da Internet e segredos da culinária.O Zurc frita ovo como ninguém. Beiram a perfeição. Nem salgado, nem insosso .Enfim, o papo foi bom, foi solto, como bons e soltos são os papos de  Sílvio com entrevistados.
Desde a estreia Carlos Sílvio recebeu no seu Em Quarentena cantores, políticos, jornalistas, filósofos, Infectologistas, Neurologistas, cartunistas e até um ex-jogador do São Paulo, Aloísio Chulapa. Aliás, Chulapa, foi o entrevistado que mais rendeu comentários no programa."Ele é um cara cheio de vida e graça, simples. A impressão que tive foi como se já o conhecesse há muito tempo. A nossa conversa foi acompanhada por cerca de 4 mil pessoas", diz o apresentador.
Já passaram pelo programa 37 convidados. os que mais chamaram atenção do público foram, além de Chulapa,o prefeito Cassinho, Ernesto, Nuno Mindelis, Jota Jr., Marco Bianchi, Sérgio Martins, e Chambinho do Acordeon...
A impressão que tenho é que Em Quarentena já emplacou. E pode ir até mais longe, derrubar, nesse pique, a audiência do JN. Esse Carlos Sílvio vai longe! Confira o que digo, clicando:

https://www.youtube.com/watch?v=2Z57FqP-MGM&t=298s

https://www.youtube.com/watch?v=fCwzN2RwMMk&t=268s

https://www.youtube.com/watch?v=fVn-PVYfjUc&t=50s

https://www.youtube.com/watch?v=HhMrWgAb44k

https://www.youtube.com/watch?v=9-XqqLf7zqE&t=986s

https://www.youtube.com/watch?v=2JTTNJ8TYxE&t=6s

https://www.youtube.com/watch?v=MNEUGyMNAQA&t=85s

https://www.youtube.com/watch?v=SZbX2-reQcg&t=2s



sexta-feira, 1 de maio de 2020

MORO E BOLSONARO SÃO PERSONAGENS DE CORDEL


O futuro está chegando

Já cansado de viver
Triste com tanta besta
Que só pensa no poder
Do Brasil o que será
Se o futuro morrer?

Crises econômicas
Política e social
O Capitão bate no peito
De modo bem natural
Lembrando ser o Supremo
Da vida nacional

Político é tudo fela
Incluindo o Presidente
Foi numa madrugada
Que nomeou de repente
Mais um apaniguado
Pra defender sua gente 

...
Confira: www.institutomemoriabrasil.com.br

EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS!

No dia 1° de maior de 1994, marcou a morte do corintiano Ayrton Senna, aos 34 anos de idade. Paulistano, foi campeão 3 vezes. O caso se deu na Itália. Pessoa simples, tinha a admiração do mundo todo.
o 1° de maior deste ano, hoje, ocorre quando boa parte das pessoas no mundo inteiro se acham reclusas em casa, temendo serem contagiadas pelo Coronavírus.
O Corona, que resulta na Covid-19, já contaminou mais de 3 milhões de pessoas mundo a fora e levou ao túmulo ou algo parecido cerca de 300 mil pessoas. Só nos EUA caíram no cemitério mais 60 mil norte-amerocanos.
Em 1918, a Gripe Espanhola, matou no Brasil, cerca de 350 mil pessoas. Isso em 3 meses e dias.
Pela televisão, na manhã de domingo, 1° de maior de 1994, vi o acidente que culminou na morte de Senna.
No dia 04 de julho daquele ano, a seleção brasileira dedicou o tetra campeonato ao ás brasileiro da F1.