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terça-feira, 14 de julho de 2020
MÁRIO SOUTO MAIOR, 100 ANOS
Estudiosos da cultura popular brasileira são, podemos dizer, uma raça em extinção.
O pernambucano de Bom Jardim Mário Souto Maior foi uma espécie de Câmara Cascudo. Levava a sério tudo o que fazia, principalmente no que se referia às coisas do cotidiano popular.
Deixou mais de meia centena de livros publicados, entre os quais Dicionário do palavrão e termos afins. Proibido pela ditadura militar, esse livro só chegaria às mãos dos leitores no começo dos anos 1980.
O dicionário do palavrão tem cerca de 3.500 verbetes. Similares da França e da Alemanha registram mais ou menos 9.000 termos de baixo calão. Mas foi um começo. Quem sabe um dia teremos um livro mais completo reunindo a baixaria popular.
Souto Maior foi jornalista, poeta, contista, advogado, promotor público e até prefeito de Orobó (PE). Foi também pesquisador emérito da Fundação Joaquim Nabuco.
Tive a alegria de ter um dos meus livros prefaciados por Mário. Esse livro, Dicionário Catrumano (1966), eu escrevi em parceria com o violeiro cantador Téo Azevedo. É um livro que reúne cerca de 3.000 palavras até então não dicionarizadas.
Dois anos depois foi a minha vez de prefaciar um livro de Mário: Orações que o povo reza (Ibraza, 1998). Mário Souto Maior nasceu em 14 de julho de 1920. Há cem anos, portanto; e morreu em 25 de novembro de 2001, em Olinda (PE).
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem quase todos os livros dele.
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