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sexta-feira, 4 de novembro de 2022

TRISTE FIM DE NÃO SEI QUEM

O escritor Lima Barreto legou ao Brasil histórias incríveis publicadas ora em folhetins, ora no formato de livros.
Dentre as histórias de Barreto, destaque para Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Triste fim de Policarpo Quaresma e Os Bruzundangas.
São histórias incríveis as histórias de Lima Barreto
Os personagens de Barreto são personagens tirados da imaginação e da vida real.
No livro Triste Fim de Policarpo Quaresma o autor misturou o real com a ficção e o resultado é uma obra-prima. Quaresma é, aparentemente, um personagem ingênuo ao extremo. Isso, ao extremo! Como funcionário público ganha pouco, vive sem luxo, com naturalidade, enfiado num sítio que comprou ao lado de uma irmã. É solteiro e tal. Politicamente é conservador e sonha com um Brasil feliz. É projeto seu trocar a língua portuguesa pelo Tupy-Guarany. Não dá.
No tempo vivido por Quaresma, que é o tempo do marechal Floriano Peixoto, muita coisa louca acontece no Rio de Janeiro. Até a Revolta da Armada, planejada e posta em prática por marinheiros insatisfeitos com os rumos do Brasil traçados por Peixoto.
As ideias de Policarpo Quaresma o levam a ser considerado louco e como louco, internado num hospício. Depois de uma temporada no hospício, o personagem volta para casa. E numa hora qualquer, insatisfeito com o levante dos marinheiros, apresenta-se ao Exército para combater os revoltosos. Mata um deles e agora é ele mesmo que se considera louco. Como se não bastasse isso, Quaresma é acusado de "traidor da Pátria". Condenado à morte, morre no fundo de uma prisão.
Hmmm...

Presidente também morre
De morte matada ou não
Lugar de quem não presta
É lá no fundo da prisão!
 
A cadeia te espera 
Presidente predador
Hoje quem foge é caça
Amanhã é caçador
 
Ingenuidade à moda de Quaresma é alienação.
Há milhões e milhões de brasileiros e brasileiras alienados. A prova disso é o número absurdo de votos que o candidato a reeleição à presidência recebeu no 2º turno das eleições deste ano inesquecível de 2022.
Fred Ghedini e Assis Angelo durante a entrevista
Meu amigo, minha amiga, você já leu Os Bruzundangas, do nosso Lima Barreto? Sugiro leitura imediata. Tem tudo a ver com o que ora vivemos.
Lima Barreto publicou Os Bruzundangas no ano de sua morte, em 1922. Há 100 anos, portanto.
O texto de Os Bruzundangas continua atualíssimo.

ENTREVISTA

Ontem 3 andei falando pelos cotovelos, instigado que fui por colegas jornalistas. Falei de tudo e mais um pouco, inclusive sobre jornalismo. Do papo, ao vivo, participaram Leda Beck, Jorge Araújo, o cartunista JAL e Fred Ghedini, ex-presidente do Sindicato dos Jornalista no Estado de São Paulo. Durou três horas. Virge, como esse povo fala! Pra ver e ouvir o que falamos, clique:
 

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