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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

VIVA O BREGA BRAGA!

Eu sou um ser puro e simples, nascido nas beiradas da linha do Equador. Todo mundo sabe disso, não é mesmo?
Desde tempos imagináveis frequentei ambientes habitados por mulheres desprezadas pela sociedade canalha.
Frequentei essas casas no velho Varadouro pessoense.
As casas a que me refiro eram casas simples, cheias de moçoilas e mulheres simples.
Nessas casas eu molhava o bico com cervejas cujas marcas nem existem mais. Meu tempo.
Apaixonei-me até uma ou duas vezes por moçoilas habitantes daquelas casas. Bons tempos foram aqueles. Elas achavam que eu era uma coisa e eu achava que elas eram muito mais. E eram.
À época, ali pela metade dos anos 70, eu era repórter e editor de página do jornal Correio da Paraíba.
Naquelas casas do Varadouro e proximidades, Maciel Pinheiro por exemplo, eu relaxava depois do dia corrido que era sempre aquele em que eu saía do jornal tenso. E lá, naquelas casas, eu ouvia da vitrola Orlando Silva, Waldick Soriano, Nelson Gonçalves, Agnaldo Timóteo e tantas e tantas outras belíssimas vozes bregas. 
Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar de um cara cantor chamado Evaldo Braga?
Evaldo Braga era um fluminense de Campos. Nasceu em 1947. Não conheceu nem pai nem mãe, nem mãe nem pai. Fodido. Pobre. Vozeirão. Passou o tempo e virou um grande cantor.
Eu amava Evaldo.
A voz forte e sincera desse cantor me entusiasmava.
Dizer mais o que sobre brega, breguice e Evaldo Braga?
No começo dos anos de 1970, Braga lançou o 2º volume do LP Ídolo Negro. Nesse disco, há uma faixa que cativou os corações mais sensíveis.
Ah! Hoje, 31 de janeiro de 2023, faz exatos 50 anos que Evaldo Braga morreu vítima de um acidente de carro ocorrido na BR3 (Rio/Minas).

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