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segunda-feira, 1 de abril de 2024

PAZ, SEMPRE PAZ!

A tomada do poder pela força militar em 1964 não pode ser esquecida. A coisa foi violenta, terrivelmente violenta.
Tudo começa quando Jânio Quadros renuncia à presidência da República no dia 25 de agosto de 1961.
O vice de Jânio, Jango, se achava em missão oficial na China. Ao tomar conhecimento da renúncia, Jango volta com as orelhas de pé.
Depois de muito empurra empurra e disse me disse, assume a faixa presidencial.
Jango tinha relações muito próximas com os sindicatos, com todos os sindicatos. Isso foi o suficiente para os militares chamarem-no de comunista. E aí já viu, né?
A tomada de poder ocorreu na manhã de 1º de abril de 1964.
Os generais gostaram da coisa e foi assim que permaneceram chafurdando no Brasil durante a eternidade de 21 anos seguidos. 
Durante aqueles 21 anos, os militares fecharam a boca do povo e dos artistas.
Muitos livros foram censurados e tirados de circulação.
Muitos discos foram proibidos de tocar e cantores e compositores, como Chico e Caetano, partiram para o exílio.
Vandré por pouco não foi pego e morto.
Que tal loucura nunca mais se repita.
O cantor, compositor e instrumentista Jean Garfunkel nos mandou o texto abaixo. Uma pérola. Confiram:

Bodas de Chumbo

Há que lembrar da desdita
Pa que jamais se repita
A dura dita, a dita dura
Da mentira e da impostura
Da mordaça e da censura
Da porrada e da tortura
Que rasura nossa história
De sessenta anos atrás
Nódoa escura na memória
Amarguras ancestrais
Que enxaguamos de lembranças
Pra que as gerações futuras
Construam sua esperança
Justa, lúcida e segura
Sabendo a fragilidade
Da palavra liberdade
Sabendo da relevância
Da palavra vigilância
Sabendo da inconsequência
Da palavra violência
Sabendo da desventura
Da palavra ditadura

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