Quem proclamou a República do Brasil, você sabe?
Mesmo antes de novembro de 1889, militares golpistas assediavam o marechal Deodoro com o propósito de convencê-lo a comandar tropas para depor o imperador Pedro II.
E como todo mundo sabe, o milicão de pijama topou a parada, mesmo contra a fala da sua mulher, Mariana.
À época o Brasil todo, e não só o Rio, vivia momentos de grandes tensões. Era uma revolta aqui, outra acolá e tudo mais.
Os escravocratas temiam a queda de Pedro II que fazia vistas grossas ao comportamento dos proprietários de pessoas escravizadas.
A Lei do Ventre Livre já fora posta em prática.
Grupos abolicionistas se multiplicavam, à frente Joaquim Nabuco e José Carlos do Patrocínio (1854-1905).
Patrocínio, farmacêutico, jornalista e escritor, era um admirável orador. Seus discursos tinham o poder de mobilizar multidões. Além do mais, os textos de Patrocínio publicados nos jornais eram muito bons, muito bem escritos.
Começou a publicar artigos nos jornais em 1870, quando tinha apenas 17 anos de idade.
Foi dono de dois jornais: Gazeta da Tarde e A Cidade do Rio.
Foi no jornal do Rio que o João do Rio iniciou prestigiosa carreira de jornalista.
Em 1877, uma seca dos infernos assolou o Ceará e parte dos demais Estados nordestinos.
Sensível às dores humanas, Patrocínio esteve na capital e em outras cidades cearenses registrando as misérias que via.
Além de publicar sua opinião nos jornais do seu tempo, em 1879 José do Patrocínio publicou um livro meio romanceado contando as agruras do povo cearense. Título: Os Retirantes.
Humanista e dono de boas ideias, não demorou muito José do Patrocínio candidatou-se e ganhou cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Pois é, a pergunta que não cala: quem proclamou a República?
Meu amigo, minha amiga, se você disser que o proclamador da nossa República foi o marechal Deodoro.... Erra re-don-da-men-te!
Pois bem, se não sabe, saiba: foi naquele 15 de novembro de 89 que o vereador aí citado foi a plenário e mandou ver com uma moção proclamando a República que dura até os dias de hoje. Esse gesto levou o povo às ruas.
José Carlos do Patrocínio, o Tigre da Abolição, deixou inacabado um romance e a tradução de Guerra e Paz de Tolstói.
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