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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

POR QUE PERGUNTAMOS TANTO?

A felicidade é uma joia para ser repartida entre as pessoas, até porque ninguém é feliz sozinho...
Por que, porque, por quê, porquê?
O bom jornalista deve perguntar, perguntar, perguntar e ouvir o interlocutor, seu entrevistado.
Criança não é lá de ouvir muito bem, pois gosta mesmo é de chorar e logo após seu primeiro ano de vida pergunta, pergunta, pergunta e pouco fala, se é que me entendem.
E o que é que tem a ver o jornalista com a criança?
Ora, a mania de perguntar.
Um cientista não é muito de externar as suas perguntas, mas passa a respondê-las através de incansáveis pesquisas: por que nascemos, por que vivemos, porque morremos e ao morrer para onde vamos?
Por que o sol nasce todos os dias? Por que hora chove e ora não chove? Porque a água do mar é salgada? Por que os pés de caju dão caju? Porque pé de jaca dá jaca? Por que pé de limão não dá abacaxi ou cenoura? Por que Ravel compôs o bolero que ficou tão famoso?
Qual a finalidade da vida e por que perguntamos tanto?
Sei lá, acho que a mania de tanto perguntarmos é apenas uma forma de passatempo. 
O pôr-do-sol na praia do Jacaré, em João Pessoa.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

FALTA DE CHUVA INSPIRA COMPOSITOR

Oito dos nove estados Nordestinos continuam sofrendo as mazelas da seca.
Três dos quatro estados do Sudeste estão sofrendo da mesma causa.
Em Minas Gerais até a nascente do São Francisco secou.
Em São Paulo dezenas e dezenas de municípios estão com racionamento d’água, mesmo com o governador Alckmin dizendo  contrário. Mas ele está visivelmente aperreado.
A linha vermelha entre o Palácio dos Bandeirantes e o Palácio do Planalto está ativada, com o governador paulista estendendo o pires à presidente Dilma Rousseff.
E o povo sofrendo, sem saber o que lhe ocorrerá nos próximos dias ou meses com relação à crise hídrica que está se vivendo.
Aliás, a água, a falta d’água e o excesso d’água n’alguns momentos da vida brasileira têm sido secularmente um problema cruciante.

Em 1985 – quem não se lembra? – os artistas da música brasileira, à frente Chico Buarque e Fagner, se mobilizaram em torno do dilúvio que quase afoga todo o nosso Nordeste. Naquela ocasião, a pedido do Fagner, o poeta Patativa do Assaré (1909 – 2002) escreveu uma letra, “Seca d’água”, que Chico e Fagner inspiradamente melodiaram. A obra foi incluída no compacto simples e vendido com a grana resultante daí destinada às vítimas daquelas terríveis enchentes. Essa iniciativa foi inspirada no movimento de artistas norte-americanos que geraram o LP “We are the world”, naquele mesmo ano de 1985.
Enquanto a iniciativa brasileira chamou-se Nordeste, Já!, os americanos denominaram o movimento pró-africanos de USA Africa.
Os recursos arrecadados com iniciativa de Chico e Fagner rendeu pouco mais de zero, enquanto a iniciativa norte-americana rendeu  55 milhões de dólares.
Cerca de 150 vozes da nossa música popular se acham no disco Nordeste, Já!, desde os próprios Chico e Fagner, a Djavan, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Fafá de Belém e Caetano.
Fica o registro.

O tema água, falta ou excesso, se acha com muita frequência na discografia da música brasileira. Agora mesmo mais uma pode  ser acrescentada:  Súplica paulistana (abaixo), do Potiguar Germanno Júnior.

Súplica paulistana é uma belíssima canção inspirada no clássico da música popular Súplica Cearense, de Gordurinha e Nelinho (abaixo).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

HOMOFOBIA, SEPARATISMO E GUERRA

Ouvi no rádio que o recém eleito deputado estadual Coronel Telhada, do PSDB, externou na rede social o seu apreço pela homofobia.
O mesmo coronel também externou seu desejo de dividir o Brasil.
Disse o coronel que está na hora de São Paulo virar uma simples unidade da República Federativa do Brasil.
Isso é um despropósito. É feio, ilegal e dói, que o digam os gaúchos, que anos atrás criaram um movimento para também se separar do Brasil.
Anos atrás dois artistas compuseram uma música induzindo que o Brasil fosse separado do nordeste. A música, NordesteIndependente, foi gravada pela cantora Elba Ramalho, em 1984. Como peça musical é uma bela obra.
Detalhe: logo depois, o poeta repentista Lourinaldo Vitorino compôs e gravou uma composição rebatendo o conteúdo de Nordeste Independente. E diga-se de passagem, uma bela composição a de Lourinaldo, em que diz que o Brasil não tem que ser dividido coisa nenhuma.
Chega desse tipo de pensamento , inclusive porque não levará a nada, a não ser incutir nas pessoas uma ideia de raiva por nosso país.
O nosso país é fantástico, é maravilhoso.
Viva o Brasil!

DIÁLOGO
E o senador Aloísio Nunes, vice da chapa derrotada do Aécio à Presidência da República, hein?
Aloísio, senador de São Paulo pelo PSDB, raivoso, subiu ontem à tribuna para dizer que não aceita dialogar com a presidente reeleita Dilma Rousseff. Uma pena. Política e tudo na vida são feitos com diálogo. Sem diálogo há guerra e guerra é guerra.

Numa guerra todos perdem.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

PAÍS DIVIDIDO E FORTUNA

Esse negócio de que as últimas eleições à presidência dividiram ou racharam o Brasil é uma balela saída de cabeça oca. Aliás, esse tipo de raciocínio é muito perigoso. Não nos esqueçamos que os golpistas de 64 convenceram os Estados Unidos de que o Brasil estava assim, dividido.E foi o que se viu: um golpe civil-militar dado na calada da noite e que deixou na escuridão o nosso país por 21 anos seguidos.
Não há esse negócio de Brasil dividido entre nordestinos e não nordestinos, como andou espalhando a oposição.
O mundo, claro, é injusto, sempre foi injusto, desde o tempo em que o homem ganhou fôlego e desceu das árvores, subjugando seu semelhante e outros bichos mais fortes, como a mulher.
Triste.
Claro, isso é tristíssimo, e nesse ponto a nossa raça não tem jeito; pois se quisesse, viveríamos bem melhor, pois a paz é o ponto para o bom-viver.

SÃO JUDAS
Hoje é dia de um dos santos mais adorados da igreja católica. São Judas Tadeu.
São Judas, nascido na Palestina no século I d.C., é um dos pilares da igreja, considerado o santo das "causas impossíveis". Hoje, na igreja que leva seu nome, localizada no bairro de Jabaquara, são esperados cerca de 30 mil fiéis. Uma lembrança: foi nessa igreja, exatamente no dia 27 de setembro de 1994, que eu e os irmãos Paulo e Chico Caruso, entre outros amigos, assistimos à missa de sétimo dia pela alma do cartunista Fortuna, de batismo Reginaldo, nascido na capital do Maranhão, no ano de 1931.
Viva Fortuna!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

VITÓRIA DE DILMA É UMA APOSTA NA ESPERANÇA

Dilma: 54 501 118 X Aécio: 51 041 155.

Esse placar do jogo político que levou Dilma Rousseff à reeleição tisnou de luto brabo a plumagem tucana.
Isso ainda vai dar pano pra manga, numa espécie de vingança.
E nesse próximo jogo, quem ganhará e perderá?
Dilma ganhou de Norte a Sul, mas à exceção de Minas perdeu no Sudeste.
Essa história eu conheço um pouco e tem um nome que a define: dis-cri-mi-na-ção.
Eu tinha 24 anos quando cheguei em São Paulo e um ano depois, quando decidi ficar, passei a sofrer discriminação 
Isso é terrível, inclusive porque perante Deus e a Constituição Brasileira, somos todos iguais.
Essa discriminação, essa briga, esse desencontro de iguais foi incrementada por parte da mídia.
A Folha é pluralista, o Estadão é conservador, para muitos, reacionário; a Veja é oportunista e a Gigante rádio Jovem Pan é tucana, fortemente tucana.
A edição de Veja que foi às bancas na quinta passada, véspera do último debate político do 2º turno promovido pela TV Globo, nos deu uma lição triste e lamentável de como não fazer bom jornalismo.
Aprendi há uns 40 anos que o bom jornalismo é feito com seriedade, com fidelidade
à verdade. Simples: as partes envolvidas numa reportagem têm que ser ouvidas. E no caso em pauta, há o agravante de se dar credibilidade a uma denúncia sem provas.

Isso é grave, sim. 
Sinceramente eu gostaria de ouvir ou ler opiniões de representantes da minha categoria.
Será que isso vai ficar assim mesmo? Caso positivo, rasguem-se os ensinamentos aprendidos décadas atrás.
Por enquanto é rezar e chorar.
No primeiro pronunciamento público após a confirmação da vitória para o segundo mandato, Dilma falou de esperança e agradeceu às suas bases, aliados, eleitores e prometeu dialogar com todas as representações políticas do país. Prometeu também levar avante a Reforma Política e outras reformas necessárias que o país precisa. Prometeu ainda dar prioridade à Educação, à Cultura e à Ciência. 
E mais: na parte de agradecimento, agradeceu ao seu mentor e criador político, Lula (abaixo), chamando-o por "militante número um das massas populares".
Como na eleição anterior, escrevi neste mesmo espaço que acreditava na Presidente Dilma como gestora.
Continuo firme nessa crença.


MINISTÉRIO:
Com a Vitória de Dilma Rousseff, o Secretário do Município de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, deverá voltar ao cargo de Ministro da Cultura.




Foto acima: Debate mediado por mim nos tempos em que eu chefiava a Editoria Política do Estadão, em 1988.

domingo, 26 de outubro de 2014

DIA DE ESPERANÇA E PASSARINHO

O dia hoje foi bonito do começo ao fim. Com sol, brisa e esperança pairando no ar.
Acordei ali pelas quatro da madruga ouvindo o trinado de um curió desgarrado numa árvore perto da minha janela.
Perecia estar só e chamando a sua companheira.
Foi quando me lembrei do humorista Chico Anísio, que era doido por mulher, viciado em casamento e em democracia, mas dizia que a ultima vez que votara para presidente da República fora a favor do marechal Lott, que perdeu.
E como uma coisa puxa a outra, lembrei também de Vandré que este ano mesmo também me disse que fora no Lott que ele votara pela ultima vez.
Isso faz tempo!
Da minha parte eu tinha trinta e nove anos quando votei pela primeira vez.
Eu sou da safra de 1952.
E como uma coisa puxa a outra...
Agora a pouco Roniwalter Jatobá me telefonou para dizer da sua satisfação com a edição do seu novo livro Sina (Ed. Objetiva).
É um conto maravilhoso distribuído em trinta páginas, cujo enredo começa no ano de 1952 e segue até 1976, com idas e vindas de membros de uma família humilde dos fundões do Brasil, que tenta na capital de São Paulo uma condição melhor de vida. Mas a tragédia permeia a história dessa família.
Sina é um conto de mestre.

CHICO ANTONIO
Eu conheci Chico Antonio personagem carismático de Mário de Andrade. Chico era natural do Rio Grande do Norte e se acha nas páginas do livro O Turista Aprendiz.
Eu era repórter da Folha e fui com o colega Dirceu Soares entrevistá-lo no programa odo Rolando Boldrim, à época da Globo. Pois bem, Chico Antonio pode ser visto amanhã 27 no Canal Brasil, às 22hs, no documentário O Herói com Caráter assinado por Eduardo Escorel, que será entrevistado por Amir Labaki.

sábado, 25 de outubro de 2014

REPENTISTAS GLOSAM DILMA EM CANTORIA

Políticos intelectuais como Euclides da Cunha, Ronaldo Cunha Lima, Saulo Ramos, Ariano Suassuna, Paulo Vanzolini, Manuel Bandeira e Rachel de Queiróz eram grandes entusiastas da poética musical do repente brasileiro. Esses nomes me levam a outros, como Almir Pazzianotto, Peter Alouche e Aldo Rebelo, ex-deputado federal e atual ministro dos esportes.
Certa vez, na década de 70, veio da França o professor Raymund Cantel, titular da cadeira de cultura popular universal da Sorbonne, para desenvolver pesquisa sobre literatura de cordel e a arte do Repente. Agora mesmo, seguindo seus passos, chega à São Paulo a estudante Elvina Le Poul.  Ela já ouviu dezenas de repentistas e no Instituto Memória Brasil disse que os europeus, especialmente os franceses, têm grande admiração pelos poetas improvisadores ao som de viola.
Pois bem, de muito bom grado atendi ontem o convite do amigo Aldo Rebelo para almoçar ao lado de alguns desses artistas tão admirados. Foi um encontro e tanto no tradicional restaurante Andrade, especializado em pratos típicos da culinária nordestina.
O encontro reuniu Sebastião Marinho, Andorinha, João Bernardo, Luiz Wilson, Zé Teotônio, Téo Azevedo e Moreira de Acopiara, entre outros (foto acima no clic de Darlan Ferreira).
O secretário de cultura do município de São Caetano, Jander Lira também esteve presente.
Houve momentos marcantes de uma verdadeira cantoria.
Sebastião Marinho e Andorinha abriram a roda glosando o mote O Brasil está Querendo dona Dilma Novamente (Click abaixo). 
https://www.youtube.com/watch?v=BQr-2id_2A8&feature=youtu.be
Outro momento bonito foi quando o aboiador Zé Teotônio desenvolveu um tema em que os vaqueiros do sertão estão sendo substituídos por motoqueiros.
Demonstrando estar ainda totalmente integrado às suas raízes nordestinas, Aldo Rebelo chegou a se emocionar por instantes enquanto aplaudia os artistas em performance. Ele mesmo chegou a informar que na sua terra, Alagoas, as vaquejadas também contam com motoqueiros com suas máquinas endiabradas a correr atrás de boi. Uma tristeza.
Euclides da Cunha, Ronaldo Cunha Lima, Saulo Ramos, Paulo Vanzolini, Manuel Bandeira e Rachel de Queiróz não tiveram tempo para ver com seus próprios olhos a tragédia da substituição da vaqueirama por motoqueiros.
Ariano viu e sofreu.
Saulo Ramos gostava tanto de cantador repentista que chegou a levar alguns para tocar na casa de Roberto Carlos, entre eles Otacílio Batista e Oliveira de Panelas.
Alias, numa certa ocasião o poeta pernambucano Manuel Bandeira escreveu:
Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João...

O trecho aí faz parte de um longo poema que o poeta publicou na coluna que escrevia no jornal do Brasil, em 1959. Detalhe: Muitos anos depois, o compositor/cantor Djavan musicou e gravou  num LP os primeiros onze versos sem dar crédito ao autor...

Fica o registro.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

VIVA TAIGUARA


Na ocasião será lançado também um livro contando a trajetória do artista.
Eu conheci Taiguara há muitos anos.
Lembro dele chegando lá em casa, rindo e brincando com meus filhos.
Era uma figura e tanto!
Andei muito com ele pelas ruas da cidade. Aqui e ali, no bar, eu tomava uma cervejinha enquanto ele, sempre munido de bom chimarrão.
Conversávamos muito.
Ele falava muito da sua passagem por Londres, mas principalmente pela África.
Numa ocasião, na sua casa, ele me mostrou ao piano algumas canções ainda inéditas e muito bonitas, como Sol de Tanganica e O Cavaleiro da Esperança, essa última em homenagem ao líder guerrilheiro Luis Carlos Prestes.
Taiguara era uma pessoa afável, doce, amiga.
Lembro também dele falando a respeito da sua presença na televisão brasileira.
Ele xingava muito a TV Globo e dizia se arrepender de ter participado várias vezes do programa Silvio Santos.
Numa determinada ocasião, ele me telefonou me convidando a assistir um espetáculo que estrearia no Anhembi.
Eu trabalhava na TV Globo e lhe disse: vou mandar cobrir a passagem de som.
Ele deu uma gargalhada, duvidando.
Resultado: a passagem de som foi coberta e levada ao ar no Bom Dia São Paulo, jornalístico da Globo.
Sim, Taiguara era uma pessoa incrível, apaixonadíssima pelo Brasil.
Lembro de muitas passagens com ele, com seu amigo Líbero e o maestro Lindolfo Gaya (1921 – 1987), arranjador das músicas do seu último LP, Canções de Amor e Liberdade (Continental, 1983).
Lembro da gente andando pela rua das Palmeiras, ele entrando numa barbearia para fazer o cabelo...
Frequentei a sua casa no Tatuapé; Tatuapé tema aliás, de uma de suas últimas canções mais bonitas.
O disco que será lançado hoje na cultura tem por título Ele Vive, que é outra homenagem a Prestes.

Eu diria: eles vivem.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

TAIGUARA TÁ NA PRAÇA!

O livro Os Outubros de Taiguara - um Artista Contra a Ditadura: Música, Censura e Exílio
(Kuarup- 158 págs. 2014) da jornalista Janes Rocha e o CD Taiguara –Ele Vive (Kuarup) chegam à praça para mostrar que Taiguara Chalar da Silva sobreviveu a todas as intempéries do seu tempo.

Data e Hora 23 de outubro, às 18h30
Loja: Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073 - Bela Vista
Local: Piso do Teatro

Taiguara marcou fortemente o panorama musical brasileiro a partir da segunda metade dos anos de 1960. Ele começou a cantar e a mostrar as suas composições de amor à vida no Juan Sebastian Bar, famoso reduto da boemia musical paulista, onde também começaram Chico Buarque de Hollanda e Geraldo Vandré, entre outros nomes da nossa melhor música.
O livro de Janes Rocha traz à tona a trajetória pessoal e artística do mais importante intérprete dos memoráveis festivais da MPB.
Taiguara foi o artista da música popular brasileira mais perseguido pela censura do governo Militar (1964 – 1985). No total foram 181 músicas vetadas pelos censores de plantão, que nada ou muito pouco deixavam passar dos criadores musicais da época.
Os Outubros de Taiguara tem nove capítulos. Começa com “Tanto amor pra dar de graça” em que se fica sabendo as origens do cantor que ficou conhecido como “o vencedor dos festivais”. Fica-se sabendo também a razão que, em tese, teria levado Taiguara a optar politicamente pela esquerda: seu pai, o bandoneonista Ubirajara, que era do Partido Comunista. No último capítulo o livro trata – entre outros temas- da relação de Taiguara com sua última companheira Ana Lasevicius, grande guardiã da sua memória.
Do baú de preciosidades sonoras guardado por Ana, ganha agora a forma de CD um punhado de músicas, dentre as quais onze inéditas. O CD Taiguara - Ele vive reúne 15 faixas, todas tecnologicamente trabalhadas pelos craques Ricardo Cavalheira e Felipe Sander, que operaram verdadeiro milagre para trazer de volta a voz limpa, linda e emocionante do cantor de Universo no teu corpo.
A primeira faixa desse importantíssimo disco, pra mim já um dos melhores do ano, que se chama “Ele Vive”, é inspirada em Luiz Carlos Prestes – chamado de O Cavaleiro da Esperança -, “líder” do artista.
O disco traz ainda outras homenagens a figuras conhecidas do mundo artístico como Beth Carvalho, “Manhã na Candelária”; e Vanja Orico, “Te Quero”.
O disco e o livro são ótimos e se completam.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

ARTISTAS ENGAJADOS

De um lado, Fagner e Fafá de Belém; do outro, Chico e Beth Carvalho; no meio, Aécio e Dilma.
Não é de hoje que artistas da música popular se juntam a políticos e partidos políticos para defender interesses populares.
Em 1909, o grande Ruy Barbosa, então senador, candidatou-se à Presidência da República, mas perdeu para Hermes da Fonseca.
Dez anos depois, o mesmo Ruy voltou a disputar a cadeira de chefe da Nação, mas de novo perdeu. Dessa vez para o paraibano Epitácio Pessoa, que – lembremos – inauguraria o rádio no Brasil, em 1922.
Detalhe: a segunda campanha de Ruy à Presidência contou com o inestimável apoio do tieteense Cornélio Pires, humorista, contador de causos e pioneiro na gravação de discos independentes no Brasil.
Mas, como se viu o apoio de Cornélio, nada ou pouco valeu a Ruy.
Na verdade, não são poucos os artistas da música popular envolvidos na conquista de votos para seus candidatos.
Foi assim sempre, desde os primeiros anos da República.
E esses apoios, além de constantes, vão num crescendo.
Resta saber até que ponto, de fato, esses apoios rendem resultados para os candidatos.



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ANALFABETISMO POLÍTICO-CULTURAL

Com relação à cultura popular e o programa de governo de Dilma e Aécio, a minha curiosidade tem se aguçado a cada dia.
A Dilma andou resgatando do bisaco do folclore algumas frases expressivas, como “saco vazio não para em pé”.
Agora mesmo foi a vez do neto do Tancredo de excursionar pelas veredas da cultura popular.
Referindo-se ao programa mais médicos, Aécio disse que se trata simplesmente de um “mito”.


Ora, é muito simplismo.
Mito é uma palavra de origem grega que nos leva ao conhecimento de muitas coisas, muito além de “médico” e “medicina”.
Pois é, dá nisso desconhecer cultura. Isso é simplesmente prova analfabetismo político-cultural.
Recomendo a leitura do Dicionário do Folclore Brasileiro, de autoria do estudioso da cultura popular Luís da Câmara Cascudo (1898 – 1986).


Pandora, de John William Waterhouse (1896)

sábado, 18 de outubro de 2014

EM PAUTA, A CULTURA POPULAR

Não é de agora que eu tenho falado neste Blog da ausência da cultura popular no programa dos presidenciáveis.
Nos últimos dias, para minha surpresa, Dilma tem se expressado aqui e ali com vocabulário popular, usando frases do povo. Exemplo? “Nem que a vaca tussa”, “Pingo nos is” e “Saco vazio não para em pé”.
Ela também fez referência a “lenda” e “fábula”, especialmente quando  rebateu a paternidade do programa Bolsa Família, que segundo seu concorrente fora uma criação do governo FHC.
Acho bom isso pois, enfim, a cultura popular é a digital de um povo. Aliás, as frases lembradas por Dilma, se ajustadas, ficariam assim: Pois é, saco vazio não para de pé, por isso vou por os pingos nos is nem que a vaca tussa.
E viva a cultura popular!

JOÃO DO VALE

Foi de fato uma noite muito bonita a de ontem no Centro cultural da Penha, no Teatro Martins Penna, no bairro da Penha, como programado, abrimos o espetáculo Na Asa do Vento pontualmente às 20h. Plateia aconchegante e participativa em todos os momentos da apresentação de Papete, Sapiranga, Ana e Daniel, cantando e trocando obras-primas do maranhense João do Vale. Perdeu quem não foi. Fica o registro no clique de Darlan Ferreira, abaixo..


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

AMOR E TORCIDA

Os sentimentos humanos são todos antigos, e o mais sublime talvez seja o amor.
O amor é o que move a vida, seja o amor filial seja o amor amor ou qualquer pessoa.
O amor é mola-mestra para o bom caminhar da humanidade.
O amor é somatória, o amor é vida, o amor engrandece quem ama.
O amor é união, sem amor a vida fica mais pobre, mais cinza, mais nada.
Amor não combina com separação, o abandono, com raiva ou vingança.
O amor é compreensão, é entrega entre as pessoas.
O que se viu anteontem no Beira-Rio, em Minas Gerais, foi uma prova muito bonita de amor, carinho e respeito de uma torcida por seu time.
O Atlético precisava de quatro gols contra o Corinthians.
Os quatro gols foram alcançados, com o apoio incrível da torcida. Essa foi uma prova definitiva de que o amor, nas suas formas e aparências diversas, esteve presente no modo torcida.
E o Corinthians voltou a São Paulo de cabeça baixa, com menos quatro gols na sua história centenária.

Viva o amor. E abaixo o abandono.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A FARSA DO ENSINO NO BRASIL

Aprender ou ensinar é uma decisão pessoal ou de sociedade.
A decisão formal de ensinar, no Brasil, partiu de  Pedro I, ainda na primeira metade do século XIX, quando foi instituído o ensino da educação escolar.
Muita gente aprendeu bonito.
E hoje?
Até o final da primeira ditadura no Brasil, com Getúlio, apostava-se na importância do professor e no que ele ensinava.
Grandes faculdades de direito, como a de São Paulo e a de Recife,  geraram nomes que chegaram até a dirigir os destinos do nosso país.
E hoje?
Houve um tempo que para concorrer ao cargo de Presidente da República era preciso que seus postulantes fossem donos de notório saber, como Rui Barbosa.
Mas Rui perdeu.
O ensino formal no Brasil perdeu muito com o correr do tempo, enfraquecendo-se enormemente com o advento da segunda ditadura, iniciada em 1964.
Os militares chegaram ao ponto de excluir do currículo a matéria de iniciação musical.
N’alguns programas que pilotei no rádio paulistano bati muito forte na necessidade de se trazer de volta o ensino musical às escolas.
Essa insistência levei ao Congresso Nacional há uns anos (ouça abaixo), quando justifiquei essa necessidade, logo depois transformada em projeto aprovado pela então senadora Roseana Sarney. Mas, infelizmente, essa lei não pegou e, consequentemente, ainda não foi de todo cumprida.
Hoje a realidade é a seguinte: o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende, e o resultado é essa incógnita que nos remete a um futuro sombrio.
Apostar na educação é apostar num país livre, vivo, inteligente e feliz. Enfim, como certa vez disse Monteiro Lobato: "um país se faz com homens e livros"!
Viva o saber!

Ouça trecho de Música Brasileira em Debate: 
https://www.youtube.com/watch?v=LDUd0j7zICs

 Esta postagem (vídeo acima) é uma edição da minha participação nas discussões do seminário Música Brasileira em Debate, realizado no Congresso Nacional no dia 30 de maio de 2006. Na ocasião, eu fiz uma explanação da importância da cultura popular para um país, qualquer país, deixando clara a ideia de trazermos de volta às escolas o ensino da música, notadamente da nossa música folclórica tão rica e que tantas pérolas tem dado ao Brasil, como Boi Barroso, Tutu Marabá, Boi da Cara Preta, Prenda Minha e Asa Branca. A íntegra do seminário pode ser acessada pelo Portal da Câmara (Assis Ângelo).



Que tal ler também?
 Sobre Educação e Cultura, na barra lateral direita

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

BRASIL, UM ESTADO LAICO


Por definição, o Brasil é um Estado laico.
Aqui proliferam as preferências políticas e religiosas ou religiosas-políticas.
Mais ou menos de modo pacífico, convivemos com dezenas de legendas supostamente de amor a Deus e à Pátria.
Aqui no Patropi, são muitos os caciques-proprietários de partidos políticos, de seitas e de outros agrupamentos de víeis religiosos.
Desde há muito as estatísticas indicam que o Brasil é o País com o maior número de católicos, seguido dos Estados Unidos.
Não à toa, ontem _ Dia da Santa Padroeira _ quase 200 mil pessoas foram rezar na Basílica de nossa Senhora Aparecida, aqui perto da capital paulista.
No norte, isto é em Belém do Pará, quase 3 milhões de pessoas acorreram ao Círio de Nazaré para igualmente rezar e pedir coisas boas aos céus.
Somos, sim, um País altamente religioso desde tempos e memoriais. E em nome de Deus muitas desgraças são praticadas. Exemplo? O Massacre a Canudos e outra guerras santas ocorridas por ai a fora
Em 1988, o cacique Sarney meteu sua colher de pau na Constituição e tascou a frase no nosso rico dinheirinho:
“Deus seja louvado”.

E ai?

sábado, 11 de outubro de 2014

LIÇÃO NO BOTEQUIM

Conversa entre dois angustiados filósofos cervejeiros, no bar da esquina:

 
 - O que é cultura popular?

 - Coisa muito boa.

- Cultura popular tem a ver com egoísmo, individualismo, centralismo...?

- Claro que não.

- E com ensinamento?

- Claro. Tem a ver com cidadania, solidariedade, respeito, carinho, amor à Pátria, ao próximo, às pessoas.

- Então cultura popular tem a ver com tudo?

- Pois é. Cultura popular tem a ver com quase tudo na vida. Cultura popular é um tesouro construído pelo povo do mundo todo. É a cultura popular que dá a identidade e enriquece um país. Um país sem identidade cultural é um país pobre, sem nada, carente, perdido, à deriva, sem dono, onde todos mandam. Culturalmente, um país rico é o que tem muitas histórias pra contar. Um país rico é também um país que preserva a cultura do seu povo, a memória de seu povo, a sua memória.

- Hic! E cachaça também é cultura popular?

- O ato de beber e ficar bêbado não. Isso é safadeza. Mas cachaça tem a ver, sim, com cultura popular.

- É mesmo?! Eu sabia que sabia de alguma coisa! Hic!

- Pois é. Um exemplo, esta quadrinha: "Jiribita, jiribita/Tu me puxas, eu te puxo/Tu bates comigo no chão/Eu bato contigo no bucho".

- Poxa...

- Pois é. Na cultura popular se acha tudo o que vem do povo ou o que o povo faz. Os ditos, os benditos, as rezas, as procissões, as festas, as brincadeiras, os jogos infantis, cantos de trabalho, cantigas de fazer dormir, contos, fábulas etc.

- Caramba! Contos infantis também? Aquelas histórias da Branca de Neve e os Sete Anões, o Pequeno Polegar, Soldadinho de Chumbo...?

- E amanhã é o dia da criança. Dia de muita brincadeira!

- Hic!
 
Ouça um trecho de conversa entre Câmara Cascudo e Assis Ângelo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PAPETE E SAPIRANGA CANTAM JOÃO DO VALE

Na Asa do Vento
Papete e Sapiranga
Cantam
João do Vale


Da terra de Gonçalves dias, Ferreira Gullar e Papete, de batismo (José de Ribamar Viana) João Batista do Vale
Completaria amanhã, 11 de Outubro, 81 anos de idade.
João do Vale, foi um cidadão brasileiro.
Ajudante de pedreiro, pedreiro, marmiteiro, garimpeiro, compositor, cantor, tudo de forma autodidata esse cidadão foi na vida.
A sua vida não foi fácil, como se vê.
Quinto entre os oito filhos da família, sumiu de casa sem as bênçãos dos pais. Arriscou-se a cada esquina. Dançou miudinho. Comeu o pão que o diabo amaçou. E chorou gritando o nome da mãe que não o via.
E assim fez-se gente o João da terra de Gonçalves Dias, Fereira Gullar e Papete.
Enquanto garimpava pepitas, ainda adolescente, dava vida a palavras em cascalho.
Marlene foi a primeira cantora a gravar uma musica sua.
Depois vieram dezenas e dezenas de outros artistas e ele ficou famoso, mas não guardou dinheiro e morreu pobre, sozinho, numa cama de varas de casebre da sua Pereira Natal. (1933-1996).
Esta história será contada no Teatro Martins (Penha-SP), pelo cantor e compositor SAPIRANGA e pelo Multi-instrumentista PAPETE, em única apresentação no dia 17 de Outubro, às 20h. (Centro Cultural da Penha - Penha-SP.
‘Resolvemos contar a história de João do Vale, por ser uma história bem brasileira, de um grande brasileiro, infelizmente já quase esquecido entre nós’, disse ao Bolg o cantor compositor baiano SAPIRANGA, idealizador do espetáculo junto ao pesquisador de música brasileira Bruno Reis. Na Asa do Vento é um espetáculo que reuni 14 músicas e tem a duração de 1:10. Dele participam: O convidado especial Papete (Percussão e Canto), Daniel Velloso (Violão 7 Cordas, Bandolim) e Ana Eliza Colomar (Violoncelo e Flauta). Direção Artística de Marina Machado.
Ah, sim! Participarei do espetáculo lembrando umas ‘coisinhas’ que me ficaram guardadas na memória, dos meus encontros com João.
FERREIRA GULLAR
Ontem, o Poeta maranhense, Ferreira Gullar, de batismo José Ribamar Ferreira, 84 tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras, ABL. Gullar que publicou o seu primeiro livro aos 19 anos,(
Um pouco acima do chão) passa a ocupar a cadeira nº 37, que já pertenceu a Antonio Gonzaga, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e Ivan Junqueira. Parabéns ao Poeta!







quinta-feira, 9 de outubro de 2014

TEMPOS DE CRIANÇA

Num tempo ali distante em que, de calças curtas, eu brincava rua a fora, construindo sonhos, erguendo castelos, eu era sem saber a criança mais feliz do mundo.
Todos os cuidados a mim dispensados por minha tia Benedita e minha avó Alcina, pois meus pais Maria e Severino, já haviam partido, reforçavam a beleza da vida que desabrochava.
Qualquer topada era sinal de preocupação.
Um espirro provocava imediatamente uma “Ave Maria cheia de graça”.
Hoje, tantos anos passados, o tempo mudou ou mudamos nós?
As topadas parecem que já nem existem. Existem brigas, desavenças, incompreensões, disputas acirradas por nada...
O tempo mudou ou mudamos nós?
Aqui de lado da janela da cozinha ouço o “gralhar” animado de uma molecada incrível, em formação na escola Conselheiro Antônio Prado, rindo, correndo, repetindo palavras a mando do mestre-educador.
Isso me faz lembrar de brincadeiras como corre-corre, esconde-esconde,  pula-pula, passa anel e até o mais simples dos simples: dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos (ou maior de todos), fura bolo e mata piolho (ou cata-piolho)... E o tempo...
Domingo é dia da criança.
Na verdade, dia da criança é todo dia.
Ah! E você já comeu feijão-capitão?

Pois então domingo é dia...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

NO TEMPO DOS ORADORES


Foto pendurada na parede da sede provisória do Instituto Memoria Brasil mostrando o momento de descontração entre mim e o jogador Sócrates me leva a velha Grécia e à lembrança dos grandes oradores.
Sócrates foi um dos fundadores e líderes do movimento reivindicatório Democracia Corinthiana, aqui em São Paulo.
Esse Sócrates era um bom falador. (Ao lado)
Na Grécia de um punhado de séculos antes do nascimento, andanças e morte do cristo, os púlpitos se multiplicavam pelas praças públicas. Neles, Aristóteles e seus pares os ocupavam para ouvir e dirimir dúvidas da população.
Grandes pensadores, grandes oradores. Era um tempo em que o cego Diógenes andava na luz do meio dia, no sol apino, com uma lanterna acessa procurando o homem honesto.
O nosso Sócrates, de certo modo, fez isso também.
De grandes oradores no Brasil, se tem pouca notícia. O primeiro deles, e talvez o maior de todos, foi, como se sabe – ou se deveria saber - o baiano Rui Barbosa, que chegou ao Senado, mas não à Presidência.
Enquanto rolava a Democracia Corinthiana, praticamente ao mesmo tempo, rolavam as manifestações de liberdade em nosso País.
Lembro de Tancredo Neves o presidente que foi sem ser; Ulisses Guimarães, Mario Covas...
Lembro também de grandes juristas como Afonso Arinos e filósofos como Miguel Reale, com quem tive o prazer de aprender no correr de algumas entrevistas que me concedeu no tempo em que eu chefiava a Editoria de Politíca do jornal O Estado de S.Paulo.
Grandes homens, grandes vozes, grandes oradores! E onde estão os grandes oradores hoje?
Eu sou novo, mas de um tempo em que se ia às praças para assistir – e participar – dos comícios cujos grandes personagens eram os políticos, os próprios candidatos.
E aqui, lembro também, de Leonel Brizola orando num palanque do meu tempo de menino, em Alagoinha, PB.

domingo, 5 de outubro de 2014

MISSÃO CUMPRIDA

Hoje eu acordei logo cedo para votar.
Não, não acordei.
Passei a noite toda passeando pelas estações de rádio: Pan, Estadão, CBN, Band, Globo, entre outras.
Em todo o mesmo assunto: eleições.
Mas às sete horas eu já havia tomado banho, feito a barba penteado o cabelo etc., e tomado um café de luxo com tapioca, bolinho de macaxeira e cuscuz, tudo isso com suco de pêssego bem geladinho, feitos com amor e carinho pela filhona Ana Maria.
Após isso, fui votar numa seção aqui perto de casa.
Missão cumprida, lembrou a história de um passarinho que vendo uma mata pegando fogo sobrevoou sobre ela e depositou do bico um bingo d’água.
Hoje, na urna democrática daquela seção, com o segundo turno ou não, eu também fiz a minha parte.