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terça-feira, 3 de agosto de 2021

ADEUS, TINHORÃO

 

José Ramos Tinhorão partiu, mas deixou uma obra necessária para quem quiser conhecer a história da música e do Brasil.
Nascido em Santos, SP, José Ramos era formado em Direito e Jornalismo.
Começou a carreira de repórter como freelancer do Diário Carioca, em 1951.
Foi amado e odiado.
Quem amava Tinhorão, amava de verdade.
Quem odiava Tinhorão, odiava de verdade.
Certa vez lhe perguntaram o que achava da bossa nova. Uma bobagem, disse. E acrescentou: "O ritmo dessa bobagem é um pingo de chuva".
O "iê, iê, iê" era para Tinhorão, uma tradução mal feita do rock. "Uma coisa de otário, para otário", definiu.
Tinhorão foi o segundo jornalista que conheci quando troquei João Pessoa, PB, por Sampa. O primeiro foi o alagoano Audálio Dantas (1929-2018). À época, presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo.
A última vez que eu e Tinhorão nos encontramos foi na tarde do dia 25 de janeiro de 2019. Morávamos perto. Eu na alameda Eduardo Prado e ele na alameda Barão de Limeira, Campos Elíseos, SP. Ele costumava vir na minha casa (fotos acima) todas as quartas e sextas. Vinha bater papo. Vinha me distrair, especialmente depois que perdi a visão dos olhos.
Antes, dois dias depois de vir à minha casa, sofreu um AVC que o prostrou na cama até hoje 3, logo depois das 15h.
Tinhorão morreu cego.

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