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segunda-feira, 29 de junho de 2020

O CEGO E O DUBLADOR

Não é de hoje que penso como era a vida humana no passado remoto.
Como era a fala do homem, da mulher, das pessoas?
Será que a fala do povo antigo, quando nem povo era, era apenas um gruído? Um som diferente vindo lá de dentro?
Muito tempo passou até que as ínguas passaram a se entender. Isto é, o povo passou a se entender verbalmente.
Até chegar aqui muita água passou debaixo da ponte.
Penso essas coisas todas por lembrar da importância da fala: eu falo, tu falas, ele fala...
Hoje é o Dia do Dublador.
O que esse dia tem haver com o que falei até aqui?
O cinema é uma invenção de fins do século 19. Era mudo. As cenas, os movimentos, as paisagens... Tudo era mudo, até as pessoas fazendo graça.
Meu amigo, minha amiga, você assistiu algum filme do Chaplin? Se sim, é certo que já imagina o ponto em que quero chegar.



Há anos perdi a luz dos olhos. E não adianta procura-la porque a mim não voltará.
Pois bem, é aqui o ponto: os dubladores são pra mim, e pra todos os cegos, de importância fundamental.
O dublador e o narrador, com sua voz, são os olhos de quem não enxerga. Daí a importância tão grande que é a figura de um e de outro na minha vida, na nossa vida.


CÉLIA E CELMA EM LIVE

Nestes tempos impositivos de Corona e Covid-19, respirar é um perigo. Mas é preciso respirar. É preciso rir. É preciso viver, sem abraço, beijos etc.
O mundo está mudando, mas tem gente que nem tchum!
O número de infectados pelo novo Coronavírus já passa de dez milhões. No Brasil, já são um milhão e tarará.
O número de pessoas tornadas almas pela Covid-19, já passa de meio milhão. No Brasil, o número está na casa dos 60 mil.
E nas ruas, nas avenidas, praças, logradouros no geral, está assim de gente sem máscara, sem proteção nenhuma. Essas são pessoas potencialmente candidatas à respirador, caixão e cova.
Mas, claro, tem há quem se cuide e pense no bem dos outros. Exemplo?
Anna da Hora, estudante de Artes Visuais, é uma dessas pessoas cientes do mal que ora grassa no mundo.
Como ela tem os artistas famosos e desconhecidos enchendo a telinha do celular, ou PC, com apresentação ao vivo. Quer dizer, fazem entradas ao vivo, lives.
Muita gente está em casa coçando a paciência.
Tenho conversado com muita gente boa, por telefone.
Vandré está rindo, mas com medo do vírus. Vital farias também. Oliveiras de Panelas idem. E por aí vão tantos e tantos.
Darlan Zurc está dando ponto final à um livro de contos, cujo o título guarda a sete chaves. Aguardem!
O jornalista e escritor de mancheia José Antônio Severo, que abastece quatro blogs diferentes, está com a cara enfiada em uma montanha de livros. Nunca vi alguém gostar tanto de ler.
Oswaldo Mendes jornalista, autor, ator, diretor, parou de fazer pão e começou a escrever uma peça.
Soraya e Maurício estão aproveitando a quarentena pra desenvolver projetos pra TV e Cinema. Foi o Maurício o diretor/produtor da série Brasil toca Choro. Curta um dos capítulos: 


O cantor e violinista Luiz Carlos Bahia está aprumando a garganta e se amostrando na Internet.
Mirianês Zabot inventou de dar aulas de música e cantar.
Vito Antíco anda às voltas com TCC que apresentará quarta-feira a uma banca na PUC.
No Piauí, Wilson Seraine está preparando mais um livro sobre o Rei do Baião e, em Pernambuco, o radialista cantor e compositor Ivan Ferraz continua apresentando programa forró verso e viola (Rádio Universitária FM 99.9). Voltarei ao assunto.
A jornalista Cilene Soares está dando uma caprichada na sua rede social.
Ali na baixada do Glicério, cá em Sampa, o repentista Sebastião Marinho, não para de afinar a viola. O cabra é bom.
Daqui a pouco, ali pelas 20h, o radialista Carlos Silvio apresenta ao mundo o baita poeta, compositor e cantador Bule-Bule. Ao vivo, pelo Instagram.
Antes disso, às 17h, as maravilhosas Célia e Celma mostrarão sua visão sobre cultura popular a partir dos anos de 1950. vão mostrar o que aprenderam década a década, até o ano 2000.

É TEMPO DE FESTA JUNINA (3 - FINAL)


Santo Antônio, São João e São Pedro.
Esses santos, mais São Paulo, fazem as festas do povo no mês de junho.
Principalmente cá, nessas bandas.
Santo Antônio era português, intelectual, descendente de família rica; deixou tudo para os pobres. Tinha pouco mais da idade de Cristo quando morreu, na Itália.
São João, figura especial, nasceu na Galileia e morreu com pouco mais de 90 anos. Foi um sabidão, muito inteligente, teólogo.
São Pedro, o mais simples dos apóstolos, ganhava a vida pescando no mar.
Foi São João que fez a ponte entre Pedro e Jesus.
Quando Jesus viu Pedro, teria exclamado: “Tu és pedra!”.
Em 29 de junho de 1906, nasceu em Santa Catarina um menino que ganharia o nome de Pedro. Pedro Raimundo foi tudo na vida, inclusive sanfoneiro. Em 1943,
Pedro Raimundo gravou o primeiro disco. De um lado, o choro Tico-Tico no Terreiro. Do outro, Adeus, Mariana.
Esse Pedro gravou pouco mais de 50 discos de 78 rpm, alguns compactos e LPs.
Pedro Raimundo, sanfoneiro de qualidade, foi quem induziu o pernambucano Luiz Gonzaga a mostrar-se ao público com a indumentária característica do mundo nordestino. Mais não fosse, Raimundo compôs e gravou muitas músicas com a temática junina (na foto).
A igreja apresentou para festejos juninos Antônio, João e Pedro. Antônio e João foram grandes intelectuais, pensadores.
E São Paulo?
Paulo, nascido Saulo, foi o apóstolo desgarrado que enriqueceu o catolicismo com o seu saber e belíssimos textos no Novo Testamento.
No acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) está preservada, em boa parte, a história dos festejos juninos. As danças também integram os festejos.
Escute também Raízes do Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=-OBOTZWZ1e4&feature=youtu.be
E Sem Balão no Céu: https://www.youtube.com/watch?v=K3tUl0zEUvk

domingo, 28 de junho de 2020

VIVA ZÉ MARCOLINO E SOCORRO LIRA!

Hoje é dia de José Marcolino Alves.
No meio da tarde de 19 de setembro de 1987, numa estradinha de terra batida do município pernambucano de Carnaíba, um carro rodopiou e jogou pra fora o motorista. Com ele, o companheiro. Socorridos não imediatamente, porque não era pra ser, no dia seguinte o companheiro do motorista morreu.
O motorista tinha por nome Ubirajara e o seu companheiro, José Marcolino.
José Marcolino Alves era o pai de Ubirajara.
José, virou Zé.
Zé Marcolino, que perdeu o sobrenome Alves, tornou-se o mais importante compositor do município paraibano de Sumé.
Sumé é uma cidade localizada na região do Cariri, localizada a 265 km da capital paraibana.
Zé Marcolino nasceu no dia 28 de junho de 1930.
As primeiras composições musicais de Zé Marcolino foram lançadas pelo pernambucano Luiz Gonzaga.
Muitas composições inéditas Marcolino deixou.
No começo dos anos 2000, a paraibana Socorro Lira lançou um CD (Pedra de Amolar), reunindo inéditos de Marcolino interpretados por Marinês, Flávio José, Dominguinhos, Sivuca e outros grandes da música brasileira. A escola do repertório foi do Bira a da Fátima Marcolino. A direção musical do pernambucano Jorge Ribbas.
No correr de todo tempo que viveu, Zé Marcolino lançou apenas um LP: Sala de Rebouco, pela Chantecler.
O CD Pedra de Amolar deve ser ouvido por todo mundo, no mundo todo, por todos aqueles que carregam em si a beleza do pensar e do fazer.
O LP Sala de Rebouco, nunca lançado na versão cd, foi gravado no estúdio da Rozenblit.
O radialista Ivan Ferraz, pernambucano de Floresta, acompanhou a gravação produzida inteirinha pelo Quinteto Violado.
Vamos ouvir:

CÉLIA E CELMA:
A música brasileira continua com grandes representantes, mesmo no correr da Pandemia provocada pelo Novo Coronavírus. Diante da desgraça que ora o mundo vive, coisas boas há.
Quer ver?
As cantoras gêmeas Célia e Celma, mineiras gêmeas, vão está amanhã 29 numa tal laive. Isso quer dizer que ambas estarão ao vivo contando suas histórias. O ponto de partida para isso, é a Casa de Cultuta de Tremembé.

sábado, 27 de junho de 2020

O FUTURO DO RÁDIO É A INTERNET


Pergunta: Sílvio, eu sei que você é sãopaulino. O Corinthians ficou campeonato durante mais de 20 anos. Quebrou o jejum em 1977, você assistiu a final do Coringão contra Ponte Petra?
Resposta: Eu não sou desse tempo. Estava nascendo. Aliás, nasci no dia 27 de junho de 1977 lá em São José do Paiaiá, Nova Soure, BA.

Pe: Quando você trocou o Paiaiá por São Paulo e o que achou de melhor na capital dos paulistas?
R: Cheguei no dia 10 de janeiro de 1999. Acolhedora, a cidade me possibilitou aprender um monte de coisas. Aqui casei, tive filho, Murilo. Aliás, nem sei como a Gleice me aguenta.


Pe: Foi no mês de janeiro que nasceu no Rio Grande do Sul o cara que inventaria o rádio, você sabia disso?
Re: Roberto Landell de Moura. Cientista formado em Roma. Ele também era padre.

Pe: Além de inventar o rádio, Landell inventou o telefone sem fio. O rádio tem sido muito importante como meio de transmissão de música e notícia. Por que você escolheu o rádio, Sílvio?
Re: Não foi por acaso. Ouço rádio desde criança, porque onde eu morava não havia energia elétrica e muito menos televisão. O rádio era o principal companheiro, à pilha. E hoje, mesmo com tanta novidade tecnológica, o rádio continua sendo a minha grande companhia. De milhares, milhões de pessoas mundo à fora.

Pe: O mês de junho é o mês que tem muito a ver com Imprensa. O dia 1°, por exemplo, é dedicado à Imprensa. Muitos jornalistas nasceram nesse dia, como Carlos Castelo Branco (http://assisangelo.blogspot.com/2020/06/castelinho-100-anos.html). Ele nasceu no dia 25, há 100 anos. O mês termina com a morte de Landell: 30 de junho de 1928. Ele deve ter sofrido muito, pois no dia 7 de setembro de 1922 o Presidente Epitácio Pessoa (1865-1942), convidou o Italiano Marconi (1874-1937) para inaugurar o rádio, no Brasil. O rádio tem futuro, Sílvio?
Re: Sim, mas os desafios são muitos. Com a chegada da Internet o rádio migrou e tem que se adaptar as novas plataformas. Como a televisão, também. Vivemos um outro mundo. E nesse novo mundo que o rádio tem que viver. O futuro do rádio é a internet.

Pe. E as rádio comunitárias, como ficam?
Re. Não ficam. A tendência é sumirem.

Pe. Você entrou no rádio e dele pretende sair?
Re. Entrei nesse mundo no dia 17 de maio de 2016, pela Rádio web Conectados (www.radioconectados.com.br). Se depender mim, não sairei. Aliás, não custa lembrar que o rádio tem um dia a ser comemorado. Não é em junho, é em setembro, dia 25. Esse dia marca o nascimento de Edigar Roquete Pinto (1884 -1954). Roquete Pinto, como você deve saber Assis, foi o fundador da primeira emissora de rádio do Brasil, Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Gosto muito do que faço.

Pe. E as lives? Essa onda virou mania, é uma coisa doida, você concorda?
Re. Tenho usado a internet e recentemente inaugurei um programa chamado Em Quarentena. Nesse programa, sempre ao vivo óbvio, já entrevistei figuraças como os ex-jogadores Aloísio Chulapa, Bobô, o filósofo das ruas, Eduardo Marinho, o músico Jorge Ribbas, o ator Felipe Folgosi.

Pe: Quem você gostaria de entrevistar?

Re: No programa Paiaiá na Conectados eu já entrevistei Joé Hamilton Ribeiro, o maestro Júlio Medaglia, o acadêmico Ignácio de Loyola Brandão e gostaria de entrevistar Geraldo Vandré. No Em Quarentena, eu gostaria de fazer uma live com Milton Nascimento.

Pe: Você deve ser um craque da internet, por apresentar visuais tão legais. Quem são os gênios que trabalha com você?
Re: Darlan Zurc é um deles. Outro é Rafael Shimdt(coordenador da Rádio Conectados) São incríveis, como pessoas e profissionais.

Pe: E Paiaiá, o município que você nasceu, as pessoas te acompanham, você volta sempre ou perdeu as raízes?
Re: Que perder raízes, que nada! Só nega suas raízes quem é besta. E como não sou besta, e estou sempre por lá, revendo os amigos, conterrâneos que lá deixei. Pelo menos uma vez por ano vou ao Paiaiá. O pessoal me companha e eu acompanho o Paiaiá.

Pe: E hoje vai ter bolo e Parabéns?
Re: Vai ter o mínimo. A pandemia não permite juntar amigos em festa. Pena, né?


Links de algumas entrevistas:









IMPRENSA E DEMOCRACIA


A Pandemia provocada pelo Coronavírus/Covid-19 derrubou os sonhos de muita gente.
Já são cerca 10 milhões de pessoas contaminadas, mundo a fora.
Só no Brasil, 1,3 milhão de brasileiros pegou o mal.
O número de mortos já beira a casa de 60 mil.
A tragédia é global, jamais vista no Brasil.
Como se não bastasse, o Brasil tem como presidente uma pessoa que só pensa em si. Uma pessoa que amarra seu pensamento retógrado a do presidente Norteamericano. É do mal.
Bolsonaro e Trump são seres esquisitos de um mesmo saco.
De uma hora pra, porém, nós pobres mortais somos surpreendidos com o comportamento de Bolsonaro, tipo paz e amor. Mas não nos iludamos: ele age desse modo por medo de cair nas garras da Polícia e da Justiça.
Há pouco morreu, de repente, o ex-ministro Bebiano. Esse sabia muito.
Agora o advogado  Wassef disse que escolheu a bomba relógio Queiroz por temer que fosse assassinado e seu assassinato atirado às costas do Presidente.
É muito rolo ou não é?
A Imprensa está fazendo um trabalho excepcional.
Sem a Imprensa, o Brasil estaria pior.
A Imprensa é instrumento da Democracia.
Se não fosse a Imprensa, os brasileiros não saberia o que está ocorrendo na área de Saúde e da Economia.
Não temos ainda Ministro da Saúde.
Ao Ministério da Educação acaba de chegar um novo titular.Tomara que dê certo. Aliás, todos torcemos para que o governo dê sempre certo.
Dados do IBGE, indicam que mais de 40% da população sofrem de alguma deficiência, seja física, visual, etc.

Se eu pudesse poria em destaque na sociedade um cidadão que sabe sobre deficiência: Claudio Vieira. A propósito, dia desse o comunicador baiano Carlos Sílvio fez uma entrevista excelente com esse cidadão. Veja, ouça e reflita:



sexta-feira, 26 de junho de 2020

HOJE É DIA DE CILENE!

Em ambientes diferentes Cilene Soares dá ar da sua graça 
A jornalista paulistana Cilene Soares enriquece o nosso cotidiano ao marcar mais um aninho no calendário gregoriano. A idade eu não digo, porque há certas coisas que um homem não deve dizer.
Cilene, colaboradora assídua do Instituto Memória Brasil, IMB, já passou pelos mais diversos e importantes meios da Imprensa, entre os quais Globo, Bandeirantes, etc. E na rádio Cultura seria a produtora do programa Raízes do Brasil, que levaríamos ao ar, nas frequência AM/FM, no dia 23 de junho de 2019. Ouça o piloto: https://www.youtube.com/watch?v=-OBOTZWZ1e4&t=3s
Cilene aniversaria hoje. Amanhã, o aniversariante é o baiano Carlos Sílvio.
Essas são duas das pessoas mais incríveis que tive a alegria de conhecer até aqui.

MAIS UMA ESTRELA GANHA O CÉU

O Brasil que pensa acordou triste com a notícia do encantamento da cineasta Suzana Amaral.
Suzana sofreu recentemente um AVC no Sírio Libanês, onde deu o último suspiro.
Ela começou a carreira de cineasta quando já vivia na casa dos 50. Fez três filmes: A Hora da Estrela (Clarice Lispector), Uma Vida em Segrego (Autran Dourado) e Hotel Atlântico (João Gilberto Noll).
É uma história muito bonita a história de Suzana Amaral.
Particularmente, adoro o livro e o filme A Hora da Estrela.
Leia mais: https://assisangelo.blogspot.com/2018/12/a-hora-de-clarice-lispector.html


PRESIDENTE MANDA MATAR A AVE MARIA

O número de brasileiros contaminados pelo coronavírus já se acha na casa de um milhão. 
O número de mortos está beirando os 60 mil. 
Isso tudo é ou não é uma tragédia?
A tragédia provocada pelo coronavírus enluta o mundo, de canto a canto. 
E por falar nisso, arrepiei-me ontem 25 à noite com um sanfoneiro chinfrim tocando e cantando - Deus do céu! - Ave Maria, de Gounod.
A Ave Maria de Gounod é uma obra prima baseada numa melodia do compositor alemão Sebastian Bach (1685 - 1750).
Bach deixou uma obra imortal, ele, por sua vez, morreu cego após uma cirurgia mal sucedida de catarata. 
Não confundir a Ave Maria de Gounod com a Ave Maria, de Schubert, que é outra obra prima. 
A obra famosa assinada pelo francês Charles Gounod tinha por finalidade: tocar o coração da namorada do próprio Gounod, em 1859. 
Aí vem um cara sabe-se lá da onde, disposto a assassinar essa belíssima peça a mando do chefe. 
Mandante de um crime também é criminoso. 
A vítima, no caso: Maria mãe de Jesus, o Salvador.
Se o Presidente quisesse mesmo homenagear, como disse, os mortos da covid-19 poderia ter dado os pêsames às famílias dos mortos falando a verdade, com sentimento verdadeiro. 
Mas o que se viu uma pura jogada de marketing. 
Poderia também o presidente mandar tocar em playback, que fosse, o requiem como o do austríaco Wolfgang Mozart (1751 - 91). Como não fez isso, tomo a iniciativa de mostrar a vocês a beleza desse Requiem, de Karajan (1908 - 89).



quinta-feira, 25 de junho de 2020

CREMILDA MEDINA É ORGULHO DO JORNALISMO


A imprensa não morrerá nunca enquanto houver professora de jornalismo do nível de Cremilda Medina. 
De origem portuguesa, Cremilda é uma joia do jornalismo brasileiro. Ela ocupou vários cargos de comando por onde passou. Tem duas dezenas de livros publicados. Além disso, é organizadora de 55 coletâneas.
Cremilda Medina é professora titular sênior da USP. 
No 1º de junho comemora-se o dia da imprensa, no Brasil. Para marcar a data,  a newsletter Jornalista£Cia organizou uma edição especial intitulada "A Imprensa Brasileira na Pandemia e após a Covid-19". 
Cerca de 130 jornalistas, de várias partes do País, enviaram depoimentos contando o que pode acontecer com o jornalismo depois da pandemia provocada pelo corona vírus. 
Por si só a edição marcou ponto na história. 
Como se não bastasse, a professora Medina fez uma análise irretocável da edição comandada por Wilson Baroncelli e Eduardo Ribeiro. Essa análise foi dividida em oito partes e publicada na edição de 19/06. 
Belíssima aula, belíssimo texto, que todo mundo deve ler. Abaixo os link da edição especial e da análise da professora. Clique: 


CADA POVO TEM O QUE MERECE

O social democrata Marcelo Rebelo, atual presidente de Portugal foi à internet e proferir palestra ao seu povo. Foi à quinze dias, mas somente hoje 25 de manhã tomei conhecimento dessa belíssima iniciativa do chefe da Nação portuguesa. Ele falou sobre cidadania e a pandemia que ora atinge o planeta. A propósito, 19 dos 308 Concelhos de Portugal entraram em lockdown.
Emocionei-me com a fala do presidente.
Marcelo Rebelo é jornalista e professor catedrático de Direito.
O amigo Vito Antico, que este ano termina Jornalismo na PUC também achou bacana a ação do presidente português. Mas não foi surpresa para Vito. "Ele costuma sair as ruas e ir à pequenos comércios como padarias", lembra Vito. "Parece ser a coisa mais comum do mundo em Portugal o presidente sair numa boa, sem segurança, sem nada".
A atitude do presidente de portugal faz-me lembrar o dito segundo qual, "todo povo merece o presidente que tem", Deve ser verdade, pois numa democracia que escolhe o mandatário é o povo.
Essa notícia deixou-me, além de emocionado, com uma baita inveja dos portugueses. Fazer o quê, né?
Acompanhe:

quarta-feira, 24 de junho de 2020

SOMOS TODOS IGUAIS


Às 3 e pouco da tarde, liguei pro Geraldo Vandré. Ele no Rio, eu cá em Sampa.
No dia 2 de setembro de 1822, Maria Leopoldina (1797-1826) assinou o decreto de Independência do Brasil de Portugal.
Essa Maria, à época, a mulher de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim, vulgarmente conhecido como Dom Pedro I.
Pedro I foi o cara que passou à história como o proclamador da Independência do Brasil. A imagem que guardamos sobre a independência, não existe. Nunca existiu.
Não tinha aquele público, aquele carro de boi, aquela casinha tipo tapera. Tinha o riacho. Hoje poluidíssimo, expremendo-se entre blocos de cimento. Bairro paulistano do Ipiranga. Essa imagem nos foi inculcada pelo pintor paraibano Pedro Américo (1843-1905).
Esse quadro Américo pintou em Paris, França.
Dom Pedro nasceu em 1798 e morreu em 1834.
O cearense Antônio Conselheiro foi o cabeça da onda que levou o Exército brasileiro a matar 20 mil miseráveis sertanejos, no interior da Bahia. Isso em 1897.
Conselheiro nasceu em 1830.
Mas o meu amigo, minha amiga, pode estar se perguntando: o que tem a ver essa história com Vandré, Dom Pedro I e o Conselheiro?
Dom Pedro I leu o texto de sua mulher Maria Leopoldina e, desse modo, proclamou a independência. Detalhe: ele estava com caganeira.
O Conselheiro, morreu sem levar um tiro: estava com caganeira, e assim morreu.
Quando há pouco fali com Vandré, pra lhe informar que a TV Globo estava exibindo o filme Menino da Porteira, e que nele havia uma música sua (Disparada), ele falou depressa dizendo que estava com dor de barriga e saiu correndo.
Tudo isso é muito importante para mostrar que, fisiologicamente, somos iguais. Pelo menos nisso, né?


É TEMPO DE FESTA JUNINA (2)




Todas as capitais e milhares de municípios Brasil afora cancelaram ou adiaram os festejos juninos deste ano da graça 2020.
Mais de um bilhão de reais deixou de ser faturado por causa da pandemia Covid-19. Isso só no nordeste, segundo estimativa do setor comercial.
A onda agora é live.
Alceu Valença, Elba Ramalho, Targino Gondin, Flávio José, Hermeto Pascoal, Anastácia e tantos outros artistas que há muitos anos participam das festas do meio do ano resolveram dar o ar da graça pela telinha doida do computador.
Junho é o mês dos santos Antônio, João e Pedro. E de São Paulo, que foi um grande intelectual da Igreja Católica. Ele, nessa festa, brinca por fora.
Santo Antônio é conhecido pelas mulheres, especialmente, como o santo casamenteiro. Morreu solteiríssimo, após alcançar os 36 anos de vida.
São João, de sobrenome Batista, era filho do sacerdote Zacarias e da doméstica Isabel, prima de Maria, a mãe de Jesus.
Jesus foi identificado como o enviado de Deus por João Batista e por ele batizado nas águas do bíblico Rio Jordão.
São João é a grande atração dos festejos de junho. É ele o centro de tudo.
Dos três santos, João é o mais cantado. O dia 24 foi o dia em que nasceu. Morreu com quase 100 anos de idade.
Todos os grandes compositores da nossa boa música mergulharam no assunto junino. Luiz Gonzaga, Manezinho Araújo, Jackson do Pandeiro... Até Téo Azevedo e eu compusemos música a São João. Confira:


O carioca Lamartine Babo deixou pérolas do gênero junino, como Isso é lá com Santo Antônio e São João à Moda (no disco da foto).
Lamartine é autor de grandes marchinhas carnavalescas, mas soube como poucos interpretar o espírito junino. Ele nasceu em 10 de janeiro de 1904 e morreu em 16 de junho de 1963.
Você conhece a história das festas juninas? Clique:


No começo de julho de 2013, fui convidado pela prefeitura para fazer parte do projeto São João em São Paulo. Ocorreu no Anhangabaú. Mais de oitenta mil pessoas compareceram ao local. A grande atração musical foi o paraibano Zé Ramalho. O momento foi marcante, em dois ou três dias. Registro acima, no painel fotográfico.
Leia mais sobre São João e os festejos juninos:

https://assisangelo.blogspot.com/2017/06/viva-sao-joao.html

https://assisangelo.blogspot.com/2020/06/e-tempo-de-festa-junina-1.html

terça-feira, 23 de junho de 2020

O JORNALISTA JOÃO DO RIO, UMA MARCA



Hoje é véspera de São João.
O dia 23 de junho de 1921 terminou em tristeza e lágrimas. Nessa data morria, no Rio de Janeiro, o jornalista, tradutor, teatrólogo e cronista João do Rio.
João, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, começou a carreira no Jornalismo aos 16 anos de idade.
Quando ele iniciava a carreira, era inaugurada a Academia Brasileira de Letras, a ABL (1897).
O fundador-presidente da ABL foi o escritor Machado de Assis (1839-1908).
João do Rio tinha 29 anos quando assumiu a cadeira 26 da ABL. Essa cadeira teve como primeiro ocupante o poeta alagoano Guimarães Passos (1867-1909).
Passos saiu do Brasil fugido de Floriano Peixoto. Viveu na Argentina e depois na França, onde morreu.
João do Rio foi o primeiro jornalista a se dar conta da importância da Reportagem, que não existia até então.
Em 1904, João reunia reportagens de sua autoria no livro as religiões no Rio.
Outros livros trariam subsequentemente a assinatura do João: A Alma Encantadora das Ruas (1908), Psicologia Urbana (1911), Os Dias Passam (1912), Nos Tempos de Wenceslau (1917).
Os livros de João são de leitura necessária, para jornalistas e não-jornalistas.
Um ataque no coração tirou a vida de João, quando ele saía de um táxi da redação do diário A Pátria.
Mais de cem mil pessoas acompanharam o féretro até o cemitério São João Batista, no Rio.

LEIA MAIS:



segunda-feira, 22 de junho de 2020

O DEUS DA MÚSICA: HERMETO PASCOAL




A música tomou conta
Do velho mestre Pascoal
Moço caro, fantástico
filho do deus universal
O talento desse mestre
É orgulho nacional...

Lagoa da Canoa é uma pequena cidade localizada na região central de Alagoas, AL. Números do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, IBGE, indicam que há cerca de 18 mil habitantes nessa cidade.
Foi em Lagoa da Canoa   que nasceu, no dia 22 de junho 1936, aquele que o mundo todo conheceria, e aplaudiria, como Hermeto Pascoal.
Hermeto é bruxo, é mágico, é gênio. É gente!
Hermeto é o cão chupando manga, dando bunda canasca no campo da capoeira, assobiando um assobio de fazer o mundo todo tremer.
A música de Hermeto é a música que ninguém nunca fez.
A música popular de Hermeto é a música erudita de Bach, Beethoven, Chopin, e todos aqueles que encontram em deus inspiração pra se eternizarem na arte.
Não há, porém, como fazer comparação da música de Hermeto com a música feita por outros e outros em tempos dantanhos.
O alagoano Hermeto Pascoal toca todos os instrumentos musicais conhecidos e não conhecidos, da flauta à tuba; da sanfona ao pandeiro, sax, violão, viola...
Parece impossível, mas Hermeto Pascoal já compôs mais de 12 mil músicas.
Ele compõe música como quem respira o ar para viver.
Sem música, Hermeto é como um peixe fora d’água.
Deus é Hermeto fazendo música. Ou seja: Deus faz-se representado, atualmente, na música brasileira por Hermeto Pascoal.
E Hermeto é brasileiro, não?
Conheci Hermeto no ano qualquer da década de 80, em São Paulo.
Estávamos numa mesa do extinto Vou Vivendo, ali no bairro de pinheiros. O dono desse lugar era o compositor paulistano Eduardo Gudin.
Na mesa estávamos o flautista Carlos Poyares, o violinista Heraldo do Monte e outros que a memória não me traz.
Num determinado momento, no meio da madrugada, o Hermeto me intima a ler uma partitura que ele estava a fazer na parede do famoso bar.
Não li partitura nenhuma e o Hermeto ficou puto comigo. O tempo passou... Clique:


LIVRO

Ano que vem, o bruxo Hermeto Pascoal terá sua história contada em livro pelo jornalista Vitor Nuzzi. O livro, que ainda não tem título definitivo, começou a ser feito em 2016. Todos os discos do Hermeto já foram elencados. O difícil é anotar a tempo as músicas que o tarado Hermeto faz entre um respirar e outro.
Veja a beleza que é Elis Regina cantando Asa Branca (Gonzaga/Teixeira), acompanhada por Hermeto ao piano. Link: https://youtu.be/qpmRE-v7wxw

FAUSTO

A ilustração que enriquece este texto traz a assinatura de Fausto, como todos sabem, um grande cartunista brasileiro. Essa ilustração fará parte do 14º livro do Fausto.

domingo, 21 de junho de 2020

BRASIL TRI: 50 ANOS!

Aproveito o intervalo do jogo Brasil e Itália para abrir uma breja. Geladíssima.
Aproveito também par dá graças a Deus por ter amanhecido como sempre: numa boa. Pois, enfim, o mundo não se acabou como foi anunciado ontem 20. Mas devo dizer que fui dormir um tanto tenso. Vencido pelo sono levantei-me cedo, nas pontas dos pés. Fui ao chuveiro e o abri lentamente. Lembrei-me do japonês que ao acordar abriu a torneira da pia e com ela foi aos ares com Nagazaki e tudo, em 1945.
O jogo está recomeçando.

O primeiro tempo terminou empatado. O tiro na rede adversária saiu do pé de Pelé.
Pois bem, estou curtindo o primeiro dia de inverno de 2020. Não sinto dor nenhuma no corpo, nem nada. Hic!
Não estou gostando de ver Pelé & Cia escorregando e caindo no Asteca, México. Mas, no geral, o jogo tá bom. Acho até que o Brasil vai ganhar. Hic!
O dia hoje amanheceu frio, ali pelos 14 graus. Depois o sol fez-se medir nos 28.
No ceu, a Lua é Nova desde 03h41min. Junho, tradicionalmente, é um mês bonito. Tem dança de quadrilha(opa!), música boa pra dançar, fogueira e comida pra danar. Só que, nestes tempos de Pandemia, fica tudo na imaginação. Inclusive balão no ceu. Mas teve aniversários de Antônios, Joões e Pedros. E também de Anderson Gonzaga, que cuida dos meus movimentos na Academia. Fez 36 anos anteontem 19.
O aniversariante do dia é o paulistano Vito Antico, aluno do último ano de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica, PUC.
Vito faz 23 anos e anda perguntando sobre tudo, a toda hora.
A curiosidade é o combustível que move os jornalistas.
Notícia não tira férias.
Desde o ano passado, Vito faz estágio no Instituto Memória Brasil, IMB. Ele e Anna da Hora. São ótimos.
Desejo a Vito e a todos os aniversariantes do dia muitas felicidades. Viva São João!
Gerson acaba de marcar o seu, de canhota. Bola cruzada, indefensável. Pelé sobrou, lá atrás. Caído. Esse jogo tá melhorando...
Embora quebrado, o mundo não se partiu. Não explodiu nem afogou-se nas águas dos mares.
O planetinha este em que vivemos acolhe, sabe-se lá como, 7,6 bilhões de pessoas as mais loucas do mundo.
Hoje é o dia do intelectual.
Aprendi muito cedo que intelectual é todo ser que tem intelecto e pensa. Um pouco, pelo menos.
Bom, vou parar por aqui.
Pelé fez o primeiro, Gerson fez o segundo, Jairzinho o terceiro  e Carlos Alberto Torres o quarto. Terminou!
À época, o Brasil sofria a violência da Ditadura Militar.
Médici foi o General mais violento.
Viva a democracia e o futebol brasileiro!
Essa história toda aí eu conto no livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira.
Ouça:


sábado, 20 de junho de 2020

O FIM DO MUNDO É AMANHÃ

O Inverno chegará daqui a pouco, às 18h44min.
Amanhã 21, domingo, estaremos todos apreciando o primeiro dia do inverno. Será?
Outro dia ouvir dizer que um maluco Norteamericano refez as contas do calendário Maia e descobriu uma defasagem. Esse erro encontrado pode render o fim do mundo. Ou seja, nossas vidas.
Pelas contas do moço das terras do Tio San estaremos todos mortos, amanhã.
Desde que o mundo é mundo ouço dizer que o mundo vai se acabar.
A minha vó Alcina, que já está no ceu, dizia com uma firmeza absurda de que o "fim está próximo".
Eu morria de medo quando ela, dirigindo-se a mim, dizia isso. E dizia mais: o mundo vai se acabar numa bola de fogo, descendo ladeira a baixo.
Desde sempre, profetas de todas as tendências anunciam o fim do mundo. Na maior cara dura.
Às vezes matuto eu com meus pobres botões: o mundo finda com quem morre ou morre com quem finda?
Já falei em textos anteriores sobre mortes em massa, em guerra, em Pandemia como a que ora vivemos.
A verdade é o seguinte: o mundo morre pra quem morre, mas não estou preparado ainda pra morrer.
O Inverno de 2020 termina às 10h31min do dia 22 de Setembro.
Artistas de todas as áreas têm falado sobre o fim do mundo etc, Zé Ramalho e Oliveira de Panelas, por exemplo.

Ouça:


O mundo está perdido
Perdidinho, já sem fim
De cima a chuva cai
Trazendo só coisas ruim...

https://assisangelo.blogspot.com/2012/10/fim-do-mundo-hahaha.html

sexta-feira, 19 de junho de 2020

HOJE É DIA DO CINEMA

Sem sequer um pingo de sangue derramado na rua, concluiu-se o golpe militar que emplacou a Republica no nosso país. Isso ocorreu na manhã de quinze de novembro de 1889 na Praça da Aclamação, no Rio de Janeiro. Essa história é conhecida: Dom Pedro, sua família e servidores mais próximos foram exilados, muitos deles morreram na França.
O golpe assinado por Deodoro resultou no que vemos hoje: um ex-capitãozinho...
A maldade continua enraizada na República.
Não temos Ministros da Saúde e da Educação.
A Covid-19, que gerou a pandemia que enluta o mundo, já matou 50 mil brasileiros e mais de um milhão já pegaram essa peste. Em três meses.
A Covid-19 mata homem, mulher e menino, sem distinguir credos, etnias e posições sociais. Aspas: mas foi não foi, pergunto-me porque o vírus tão badalado não mata vereador, deputado, prefeito, senador, governador... e o Presidente, hein?
Os pobres, incluindo negros e índios, sempre pagam o pato que não comem.
A propósito: o recém renunciante ministro da Educação, Abrarran não sei o que, antes de deixar o cargo, anulou Portaria suspendendo o direito de negros, índios e deficientes de assumirem cotas para pós graduação nas federais em andamento, inclusive.
Essa portaria estava em vigor desde o dia 11 de maio 2016. O ministro era Mercadante, da Dilma.
Há muita tranqueira no ar, em direção à cabeça do povo.
Muitos raios matam gente. Daqui a pouco é o céu todo que desabará sobre nós! Cuidemo-nos!
Uma perguntinha: vocês já notaram o quanto mentem Bolsonaro, filhos e agrupados?
O ministro Abrarran trocou o cargo por outro. Da educação vai pra o Banco Mundial, faturando em dólar algo em torno de R$100 mil reais/mês.
Estamos também sem Ministério da Cultura desde o começo desse governo.
Hoje é dia do Cinema Brasileiro.
Esse dia foi criado para homenagear o nosso cinema e o cineasta ítalo-brasileiro Affonso Segretto, que em 1898 gravou um filmete na Baía da Guanabara.
E já que estamos aqui, falando de cinema... Clique:


OS POETAS ESTÃO MORRENDO

"O mundo do repente está ficando cada vez mais reduzido", lamenta o poeta paraibano fundador da União dos Cordelistas, Repentistas e Apologistas do Nordeste (UCRAN) Sebastião Marinho.
A semana está findando com o desaparecimento dos poetas repentistas Manoel Soares e Dejacir Ferreira.
Manoel era um dos mais antigos e admirados artistas do mundo da cantoria. Morreu aos 98 anos de idade. 
Os irmãos de Manoel, Genésio e Otília, também poetas do repente, faleceram anos atrás.
O falecimento de Manoel Soares ocorreu na cidade pernambucana de Tabira, administrada hoje pelo repentista paraibano Sebastião Dias.
Há poucos dias morreram no Ceará os poetas Arievaldo Vianna e Luiz Eduardo Serra Azul. Este ano também morreu o poeta repentista Waldir Teles, aos 64 anos de idade. Leiam mais:


quinta-feira, 18 de junho de 2020

BRASIL SEM RUMO


Dormi pouco e chorei muito.
Não paro de pensar no meu País.
O Brasil começou a chorar desde a chagada dos primeiros invasores, a partir dos finais do século 15. Passou a piorar, a partir do começo do século seguinte.
Índios e negros são assassinados brutalmente desde sempre.
O Brasil foi tomado por muita gente de fora. Os primeiros foram os portugueses e depois todo mundo.
Os Estados Unidos da América, EUA, sempre fizeram conosco o que bem quiseram. Bem?
Os estados Unidos da América nunca fizeram bem ao Brasil.
É triste ver brasileiros eleitos por brasileiros destruindo o Brasil.
Morro de vergonha quando ouço notícia de Bolsonaro dengoso nos braços do Trump.
Tinha ele 28 anos de idade quando exibia a patente de tenente, no Exército.
Relatório do exército datado dos anos 80, dá conta da vida do então militar. Lá pras tantas é dito que ele era uma espécie de lunático, sem juízo, sem lógica e garimpeiro nas horas vagas. Segundo o relatório, o então tenente tinha “reflexos de imaturidade e exteriorização de ambições pessoais, baseadas em irrealidades, aspirações distanciadas do alcance daqueles que pretendem progredir na carreira pelo trabalho e dedicação”.
Diante disso, dá pra entender sua total irresponsabilidade na atuação da preservação das terras indígenas.


O que Bolsonaro e Trump têm feito sem que nós, pobres mortais, sabemos?
O Bolsonaro mentiu, hoje sabemos, para ganhar o voto dos unidos brasileiros. E continua mentindo. Essa é a sua prática mais comum. Dele e dos filhos. E dos seguidores perdidos, que não veem além dos olhos.
Nunca o Brasil esteve tão desgovernado, com um presidente ocupado o tempo todo em defender-se da Justiça pelos crimes cometidos.
Triste Brasil.
Ouço notícia no rádio e na TV dando conta do assassinato de um garoto negro de 14 anos numa favela do rio, há poucos dias. Tiro nas costas. E na sociedade.
Negros, índios e pobres são mortos pela força bruta da canalhas que vive do Poder.
Meu Deus, quando isso tudo vai acabar?
A manhã do dia 15 de novembro de 1889, o jornalista negro Zé do Patrocínio, cabeção brilhante, estava na Praça da Aclamação, no Campo de Santana, já sabendo do golpe que inauguraria a República.
Deodoro e seus pares derrubaram o imperador Pedro II.
O golpe foi patrocinado pelos poderosos da época, civis inclusive. Igualzinho como aconteceria em 1930 e em 1964.
No romance Esaú e Jacó (1904), de Machado de Assis, o leitor terá ideia do que aconteceu naquele dia pela boca do personagem Ayres.
Antes da República grandes homens negros apostaram na vida, entre os quais o próprio Machado, um discreto observador daqueles tempos.
Não podemos jamais esquecer de José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Luiz Gama, Cruz e Souza e tantos outros baluartes do cotidiano negro do século 19.
É claro que também não podemos esquecer do poeta baiano Castro Alves (1847-1871), autor da obra prima O Navio Negreiro (1880).
À época da Proclamação da República, cerca de 70% da população era de analfabetos.
Manipular essa população desse tipo é, certamente, a coisa mais fácil do mundo.
Temos um ministro da Educação com diploma não sei de quê, mais analfabeto nas questões humanas.
Há mais de mês o Brasil está sem ministro da Saúde.
O que dizer de um país que não dá bola à Educação e a Cultura?
O Ministério da Cultura foi extinto e no seu lugar ficou uma Secretaria, sem representante até agora.
As questões políticas, as questões econômicas e as questões sanitárias, todos os problemas te altíssimo grau, se sobrepõe a tudo, inclusive à pandemia provocado pelo Coronavírus que está desequilibrando o planeta.
Desde março estamos sendo vítimas de um inimigo invisível chamado Coronavírus. O Corona matou, até agora, 47 mil brasileiros e brasileiras de todas as idades e condições sociais.
Enquanto isso, o que faz o presidente Bolsonaro?
Do meu restrito entender, Bolsonaro é um vírus tão grave e violento quanto o Novo Coronavírus.
Que Deus tenha piedade de nós.

CASTELINHO: 100 ANOS

Ó o time: Machado de Assis (1839-1908), João do Rio (1881-1921) e Carlos Castelo Branco (1920-93).
Os três craques aí citados tinham em comum a inteligência, a sabedoria, respeito pelo próximo, a literatura e o Jornalismo.
Machado e João do Rio, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, eram negros. Além de negro, Rio era um homossexual assumido. Queria seguir a carreira de embaixador, mas o preconceito do chefe do Itamarati à época (barão do Rio Branco) não permitiu.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, como João do Rio. Logo cedo, aos 14 anos, Machado identificou-se com as letras e publicou o primeiro poema (Ela), na revista Marmota Fluminense. Enquanto seguia os estudos, tornou-se tipógrafo de jornal, e aos 21 anos iniciou a carreira de jornalista cobrindo o que sucedia no Senado. Podemos assim dizer, que ele foi o primeiro jornalista Parlamentar do País. Noutras palavras: colunista político.
Um século depois, em 1961, o jornalista piauiense de Teresina Carlos Castelo Branco, o Castelinho, virava assessor de imprensa do presidente mato-grossense Jânio da Silva Quadros. Sua passagem por esse setor, foi meteórica.
Castelinho deixou sua cidade em 1937 para cursar Direito em Minas Gerais. Ele mesmo bancou seus estudos, trabalhando como repórter do jornal O Estado de Minas. 1943 concluiu o curso e foi aventurar-se no Rio de Janeiro.
Se Machado de Assis foi o primeiro colunista político de jornal no País, João do rio foi o criador da figura do repórter.
João do Rio começou a carreira no jornal O Tribunal, em 1899. Nesse mesmo ano, a título de curiosidade, a maestrina Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), a Chiquinha Gonzaga, inaugurava na música o gênero Marcha Carnavalesca (Ó, Abre Alas).
No livro a alma encantadora das ruas, publicado em 1907, João do Rio mergulha no mundo dos pobres desvalidos, marginais, bandidos e no society. Descreve noitadas da elite, rodas de batuque etc.
Naqueles inícios de século, do Rio descreve a figura por todos apreciada do palhaço, poeta, cantor, compositor negro Eduardo das Neves (1874-1919), que gravara com Bahiano (Manuel Pedro dos Santos; 1870-1944) a marcha de Chiquinha.
Dados biográficos à parte, os nomes aqui referidos foram de grande valia para o engrandecimento do Jornalismo.
Do século 20, Castelinho foi o colunista político mais respeitado entre colegas, leitores do Brasil. Sua famosa coluna (Coluna do Castello) surgiu nas páginas da tribuna de imprensa e migrou para o JB, onde foi publicada durante 31 anos.
Até os donos do Poder gostavam dele. Isso, porém, não impediu que fosse preso logo após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968.
Machado e João do Rio nunca foram preso.
Além de jornalistas e escritores, Machado, João do Rio e Castelinho tinham em comum o fato de assumirem assentos na Academia Brasileira de Letras, ABL.
A ABL foi fundada por Machado de Assis, no dia 20 de julho de 1897.
Os três deixaram uma obra monumental.
Em 1989, a ABL publicou o livro “O Velho Senado”. Esse livro teve a apreciação de uma dezena de jornalistas e escritores analisando o pensamento político de Machado. Entre esses analistas, Castelinho.
Curiosidade: Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho.
João do Rio morreu no dia 23 de junho.
Castelinho nasceu no dia 25 de junho e morreu aos 72 anos, no dia da Imprensa, 1º de junho.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

IMB É TEMA DE MATÉRIA NO JORNAL A UNIÃO


O Instituto Memória Brasil é uma instituição perfil particular, que reúne cerca de 150 mil itens. 
Criado em 2011, o Instituto tem no seu acervo milhares de fotografias de artistas, jornais, revistas, centenários, partituras, livros e discos nos formatos de 76/78 RPM, compacto simples e duplo de 45/35 RPM, LP's etc. 
Há muitas raridades no acervo, adquiridas no território nacional e no estrangeiro.
O Instituto tem no seu quadro estagiários de jornalismo e artes visuais, como os paulistanos Vito Antico e Anna Daora. 
O Vito está no último ano de jornalismo, na PUC. Segundo ele, o curso que está terminando "é uma atividade fundamental para a preservação da democracia", que permite ao profissional estar sempre ligado e atualizado às questões de todo tipo no correr do cotidiano.
A Anna se acha no terceiro ano de artes visuais, mas de olho no Jornalismo. "Estou cercada de jornalistas, respirando jornalismo, quem sabe se um dia não entro nessa história?". 
O programador Rafael, o radialista Carlos Sílvio, o historiador Darlan Zurc e a jornalista Cilene Soares também prestam inestimáveis colaborações ao IMB, atualizando o site, inserindo postagens, áudios e imagens nas diversas mídias sociais do Instituto. 
Domingo 14 o repórter o terceiro jornal mais antigo do Brasil, A União, publicou entrevista feita por telefone com o presidente do Instituto Memória Brasil, IMB. Leia: 


EROSÃO ESTÁ ENGOLINDO A TERRA




Dia disso e daquilo servem para reflexão. Exemplo?

Em 2006 ou sete convenci a deputada conterrânea Luiza Erundina a apresentar à Câmara um projeto para instituir o Dia Nacional do Forró. Foi aprovado. Esse dia, 13 de dezembro, serve para todos nós lembrarmos da importância do gênero musical criado por Gonzaga e Zé Dantas, em 1949.

Hoje é o dia nacional de combate à desertificação.

Esse dia foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O mundo está ficando deserto, ao contrário da população que se multiplica rapidamente.

Cerca de sete bilhões de pessoas habitam esse planetinha eternamente judiado pela maldade humana.

A Terra existe há cerca de 4,6 bilhões de anos. Mais um tempinho, daqui há um bilhão e meio, tudo vai pra o espaço.

Os mares avançam, engolindo praias e terras em volta.

A desertificação, a erosão, é visivelmente devastadora no Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco e Paraíba.

Em fins dos anos 80 o Rei do Baião gravou (Som da Gente, 1981) a pérola na forma de alerta composta por Walter Santos e Tereza Souza (Ouça, acima).

Meu amigo, minha amiga, você sabe onde se acha o ponto mais oriental das Américas?

Esse ponto, se acha há 14 quilômetros do centro da Capital Paraibana.

É nesse ponto do nosso Continente que o sol nasce primeiro. Pois é: é um privilégio ou não é?

Agora, atenção! O lugar, comumente chamado de Ponta do Seixas, está sofrendo com o avanço rápido das águas do mar. O cenário é triste. Veja:




 


terça-feira, 16 de junho de 2020

ACORDA BRASIL


Os ataques irracionais dos bolsonaristas contra a Democracia me lembraram do dia 8 de dezembro de 1980, quando radicais de direita atiraram contra a sede da Agência Brasileira de Reportagens, ABR, no bairro paulistano de Perdizes. Eu e uma dúzia de colegas integrávamos essa agência. Ninguém ficou ferido, só a Democracia.

O atentado em Brasília fez-me lembrar, também, de reportagem que publiquei na Folha, denunciando a ausência do Estado na periferia do município paulista de Ribeirão Pires. O Estado me processou, em 1983, mas fui absolvido.

Estamos vivendo momentos perigosos e de angústia.

Essa onda de violência provocada pela direita radical faz com que fiquemos todos em estado de alerta.

O atual ministro da justiça e e segurança, André Mendonça, acaba de invocar a lei de segurança nacional contra o jornalista Ricardo Noblat e Aroeira, autor de uma charge que associa Bolsonaro ao Nazismo.

Os cidadãos de bem e as entidades democráticas não podem se descuidar do que ora ocorre em Brasília.

Quem não lembra dos ataques incendiários às bancas de revistas, entre 1979 e 1980?

E da bomba que explodiu na Sede da OAB, em 1980?

E do atentado ao Rio Centro em 1981?

E do atentado contra o Estadão em 1983?

Não podemos nos esquecer disso nem das outras barbáries cometidas contra a democracia no tempo da ditadura militar (1964-85).

O Brasil não pode ser tomado pelas forças irracionais do obscurantismo.

Não custa lembrar: em 1983, a Lei de Imprensa, foi aplicada pela última vez, acho, contra mim. À época o governador de São Paulo era o biônico José Maria Marim, em última instância o cara que levou o jornalista Vladimir Herzog (1937-75) à morte, nos porões do DOI-Codi.

 

No Brasil o presidente

Torce por ditadura

Gosta de quem não presta

E de quem presta ele tortura

Que bicho tem na cabeça?

Um vírus doido, sem cura!

 

Aparece na tevê

Com pinta do Grande Irmão

Aquele do George Orwell

Sujeito sem coração!

Bolsonaro quer o povo

Comendo na sua mão

 

Pandemia da burrice

Ataca bolsonaristas

Que aos berros vão às ruas

Detonando jornalistas

Como nos velhos tempos

Faziam os nazi-fascistas

 

Os bobos dançam de quatro

Como pede o presidente

É uma dança esquisita

Uma dança diferente

Como diria Gonzaga

No seu cantar inocente...

 

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