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terça-feira, 3 de outubro de 2023

A AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Não são incomuns secas no Norte nem no Nordeste. Mais especificamente nas regiões amazônicas e nordestinas.
Uma grande estiagem que se abateu sobre o Nordeste no século 19 levou o imperador Pedro II a jurar pelo pai, pela mãe e pelos céus que venderia até o último brilhante de sua coroa para acabar com o sofrimento dos nordestinos e que faria tudo para que não morresse ninguém. 
A promessa foi feita em 1877, quando meio mundo nordestino morreu.
Quanto à promessa do rei, que foi feita só da boca pra fora, ficou como "dantes no quartel de Abrantes" ou ao "Deus-dará".
Na terrível seca de 1877, só no Ceará morreram pelo menos 400 mil homens, mulheres e crianças. Sem falar em bichos graúdos e passarinhos.
Na Amazônia, as secas também são cíclicas e matam fauna, flora e gente. Agora mesmo está ocorrendo uma dessas secas. Especialistas prevêm que essa seja a maior de todas. Os efeitos terríveis já são visíveis.
Enquanto o nível das águas do Amazonas e afluentes baixa, as temperaturas aumentam e matam tudo que anda vivo. 
Entre os bichos que morrem praticamente cozidos, se acham peixes e mamíferos como o boto.
O boto é um golfinho muito bonito e virou lenda a partir das observações dos indígenas.
Segundo a lenda, em momentos especiais golfinhos chamados botos deixam os rios e vão pegar moças virgens, especialmente virgens, para depois de uma boa lábia engravidá-las. Pois, pois. A consequência é uma criança indesejada e o desgosto dos pais. Hmmmm.
Até agora, em menos de um mês uma quantidade superior a 100 ou 200 botos morreram por causa da evaporação das águas dos rios. Como se não bastasse, ainda tem o envenenamento dos rios provocado pelo garimpo ilegal praticado na região. Em suma: mais uma grande tragédia se delineia no horizonte amazônico. E não custa lembrar que muitas outras secas já ocorreram em  1912, 1925/26, 1964, 1980, 1983, 1997/98, 2005 e 2010.
A Amazônia pede socorro, pois até água de beber está faltando nas cumbucas do povo.
O boto cor-de-rosa só existe na região amazônica. E uma curiosidade a ser levada a sério: o homem que comer um boto torna-se corno e morre enfeitiçado pelo próprio Demo.
Ah! O boto já inspirou compositores a comporem belas músicas. Ouça com Mônica Salmaso a canção Foi o Boto Sinhá, de Valdemar Henrique e Antônio Tavernard:

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