O final do texto da última postagem dá conta da presença de Célia e Celma no carnaval de São João Del Rey, cantando antigas marchinhas. O detalhe é que elas cantaram num palco improvisado (no flagrante, ao lado) na Avenida Tancredo Neves apinhada de gente, o que me fez lembrar, claro, Tancredo como tema musical e também da nossa literatura de cordel, significativas expressões da cultura popular.
Tancredo, que não dançava e nem tocava violão, tampouco cantava como o seu conterrâneo Juscelino pé-de-valsa Kubistchek, gostava, porém, de boas cantigas como Coração de Estudante, de Wagner Tiso e Milton Nascimento, gravada em LP em 83 pouco antes de ir às ruas a campanha pelas Diretas Já, que levou à Praça da Sé paulistana uns dois milhões de cidadãos e cidadãs, dos oito aos oitent´anos.
Desnecessário dizer que a canção referida serviu de trilha sonora do velório e féretro do presidente eleito, que morreu antes de assumir o cargo.
Pois bem, pelo menos dois bonitos sambas-enredo foram levados em sua homenagem à avenida, em 2002 e 2006.
O primeiro, De Minas para o Brasil: Tancredo Neves, o Mártir da Nova República, pela escola de samba Unidos da Ponte, de São João do Meriti, RJ, e o segundo, De Tiradentes a Tancredo, a Terra Onde os Sinos Falam, pela escola de samba Juventude Imperial, de Juiz de Fora, MG.
Os folhetos de cordel escritos e publicados sobre o velho político mineiro foram muitos, entre os quais Tancredo, Mensageiro da Esperança, de Elias A. de Carvalho; Campanha, Vitória e Morte do Presidente Tancredo, de Gonçalo Gonçalves; História dos Sofrimentos e da Morte do Dr. Tancredo Neves, de Joaquim Batista de Sena; Verdadeira História da Vida e Morte de Tancredo Neves, de Manoel Morais; e Tancredo foi Prestar Conta no Tribunal de Jesus, de Antônio Ribeiro da Conceição.
Tancredo Neves se iniciou na carreira política como vereador em 1935, no município de São João Del Rey, onde nasceu.
Aliás, uma extensa programação alusiva ao seu primeiro centenário de nascimento está sendo elaborada pelo governo mineiro, à frente Aécio Neves, seu neto.
As comemorações têm como ponto de partida o Memorial Tancredo, a ser inaugurado no próximo dia 4, em São João Del Rey.
AINDA EU NO CA RNAVAL
- Recebi alguns e-mails a respeito da minha aparição relâmpago na telinha global. Houve quem observasse que não pulei coisa nenhuma, que nem cantar o tema-enredo da escola eu cantei. Houve também quem apostasse que não gostei da experiência, pois não fiz acenos e nem mandei beijos a quem nos assistia tão devotadamente. Enfim, que me plantei em cima do carro alegórico e lá fiquei que nem jabuti. Bom, nessas observações há verdades e meias verdades que não pretendo esclarecer. Posso dizer, porém, que fiquei num ponto estratégico de observação. Isto é, procurei observar quem me observava. Inverti a posição. Quis saber dos olhos que nos vêm. E querem saber de uma coisa? Não vi muita alegria espontânea, não.
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Tô para ver descrição com mais propriedade: "... e lá fiquei que nem jabuti". Nada descreveria melhor a sua cara na foto abaixo!
ResponderExcluirAssis,
ResponderExcluirconheci, ainda, em 1985, dois outros folhetos sobre Tancredo, ambos do prolífico Minelvino Francisco Silva: A Chegada de Tancredo Neves no Céu e A Morte de Tancredo Neves. Deste último ainda lembro dos últimos versos da sextilha, transformada em quadra por conta de meu esquecimento:
"Perguntou à cartomante
quem era que ia ganhar:
Nem Maluf, nem Tancredo
Vai o Brasil governar".