Claro, fico feliz toda vez que topo com alguém que tem algo a mais a dizer.
Isso não é fácil, principalmente nos tempos bicudos de hoje, quando tudo é correria e objeto.
No caso aqui, no que se refere mais específicamente à cultura popular, posso dizer que sou um ser privilegiado.
Privilegiadíssimo, melhor dizendo.
Quantos Ives Gandra da Silva Martins o Brasil tem?
Quantos Tinhorões?
Quantos Vandrés?
Quantos Chicos?
Quantos Suassunas?
Equivocadamente, uma ou outra pessoa me chama de sábio ou mestre.
Deus do céu! Arrepio-me todo.
Sou novo ainda.
E saber tem a ver um pouco com idade e, principalmente, com antiguidade.
No tocante ao Brasil, mestres são esses citados; mais Gilberto Freyre, que disse que só me atenderia para entrevista se eu lesse toda a sua obra.
À época, fins dos 70, eu trabalhava como repórter para o jornal Folha de S.Paulo.
Cascudo foi mais generoso.
Aproveito a deixza para reproduzir texto de Ives Gandra para o livro A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira, que será lançado segunda 14, no Museu do Futebol, às 20 horas; antes um bate-bola como quem estiver por lá.
Você vai?
O texto é este:
"A imprensa, especialmente a européia, elogiou o fantástico malabarismo dos jogadores brasileiros de ataque, comandados por Luiz Felipe Scolari, no Mundial realizado na Coréia e no Japão em 2002. Foram elogios verdadeiros, acertados, justos, pois para os estrangeiros é muito difícil entender o gingado, quase dança, dos nossos atletas em campo.
Não, não dá pra estrangeiro nenhum imitar o bailado dos nossos jogadores. É um bailado rimado, ritmado; é como se jogassem ao som de uma música regida por um maestro invisível exemplar. É isso que deixa os estrangeiros embasbacados, maravilhosamente estupefatos. Diante disso é até fácil qualquer compositor musicar os passos sensacionais de um Ronaldo ou Ronaldinho Gaúcho, de um Denílson ou de um Roberto Carlos, por exemplo.
Estou convencido de que a nossa música popular antecede o futebol e o ritmo próprio do jogador brasileiro. Isso vale tanto para a dança, quanto para o domínio de bola dos nossos craques.
Lembro do velho são-paulino Estevan Sangirardi, que dizia que o bom futebol é música no ar.
Pois bem, sobre este trabalho, sobre este livrinho oportunamente intitulado A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira que Assis Ângelo agora, em boa hora, nos presenteia, posso dizer que é, por sua originalidade, uma relíquia que deve ser lida e guardada com muita atenção e carinho, pois mostra tanto a beleza dos nossos jogadores em campo, como a criatividade sem par dos nossos compositores populares, desde Ary Barroso e Lamartine Babo, passando antes por Pixinguinha, um pioneiro em tudo que fez, até Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
Assis é um estudioso das nossas coisas, das raízes brasileiras e por quem tenho uma admiração muito grande. Repito: este livrinho é uma pérola notável por seu conteúdo, por seu tema até aqui nunca abordado por nenhum outro pesquisador ou escritor brasileiro.
IVES GANDRA MARTINS,
Do Conselho Consultivo e sócio nº 46 do São Paulo Futebol Clube".
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infelizmente e por um acaso futebolístico não pude ir ao evento do lançamento do amigo Assis Angelo, enfim um livro sobre futebol sem cartolagem!
ResponderExcluirescorreguei na bola num concorrido jogo com meu filho de 12 anos e o resultado é ficar uma semana de molho, assistindo todos os jogos e mais alguns, uma verdadeira overdose
sucesso nessa suada empreitada que gere mais frutos : mais livros,mais pesquisas, mais músicas, mais leitura e claro mais futebol, de preferência com menos cartolagem que é prá bola correr mais solta. Parabéns! Alcides
Tiro o chapéu para este grande pesquisador em mais uma obra literária para nos presentear com seus contos e encantos.
ResponderExcluirElson de Belém
Ass. cultural NAZARÉ PEREIRA
(19) 81926391
elsondebelem@yahoo.com.br
site oficial da cantora:
www.wix.com/culltura/nazarepereira