Digo logo e direto: nunca um governo fez tanto pelo reconhecimento e incentivo às artes e, particularmente, à cultura popular, como o governo Lula.
É necessário dizer, sim: quem dá identidade a um país, qualquer país, é o seu povo.
No Brasil, não poderia ser diferente.
Lá atrás, bem atrás, nos anos 30, Getúlio Vargas esboçou iniciativas parecidas como as de hoje, de valorização à cultura, quando deu carta branca ao maestro Villa-Lobos para fazer na área o que julgasse melhor.
O canto orfeônico é desse tempo; os corais, o ensino musical nas escolas, também.
Vargas abriu caminho e Lula tocou em frente.
Até onde eu sei o ministro Juca Ferreira não tem medido esforço para trazer à tona as diversas manifestações culturais do Brasil.
E isso é muito bom.
Só não ver, quem não quer.
Pelo noticiário, tomo conhecimento do destempero de José Serra, que seus áulicos queriam que o povo o chamasse de Zé.
Só, Zé.
Somente Zé.
Mas só agora quando a terra se abre a seus pés, é que o quase Zé diz ser a cultura algo importante para o País.
Ora, ora, como acreditar em alguém que sempre teve tudo para reconhecer na prática a riqueza da cultura brasileira e nesse sentido nada fez?
Lembro o quase Zé dizendo em debate para governador de São Paulo, na TV Globo, que a cultura popular - sim, ela mesma, com todas as letras - seria uma de suas prioridades.
Pois bem, ele ganhou e nunca fez da cultura prioridade alguma.
Está, pois, colhendo que plantou.
Em Exu, PE, o quase Zé deu entrevista dizendo que fora amigo do rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Logo depois, o colega jornalista Paulo Henrique Amorim me perguntou se isso era verdade. Repondi que não, que o caso era de oportunismo político.
Isso correu pela Internet.
Na Internet agora também se acha nota de repúdio à fala do quase Zé, assinada pelo ministro Juca.
Trechos:
- O orçamento da cultura no governo Federal saltou de R$ 287 milhões, em 2003, para R$ 2,2 bilhões, em 2010.
- O salto de quase dez vezes atesta a importância que a cultura tem para o governo Lula.
- A própria renúncia fiscal saiu de R$ 400 milhões para mais de R$ 1 bilhão.
- Os recursos são, hoje, distribuídos para o Brasil inteiro, sem discriminação de regiões, de orientação artística ou ideológica, e na mais absoluta liberdade de expressão.
- O projeto de lei para modernização do Direito Autoral, amplamente debatido pela imprensa e pelo setor cultural, aumenta a transparência do sistema de arrecadação no Brasil.
- A suposta estatização do Ecad não existe no projeto e é apenas uma leitura marota.
- Se houver disposição de compreender estes avanços, basta comparar qualquer aspecto da política cultural do governo Lula com a do governo anterior.
- A agenda cultural é fundamental para a qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento do País.
- Não há qualquer contribuição à cultura quando o tema é tratado dessa forma, pois pouco contribui para consolidar as grandes conquistas do setor cultural nos últimos anos. Não contribui para avançar, e pode até mesmo ajudar a rebaixar a importância da cultura nesse momento de definição das políticas dos próximos anos.
- É lamentável que um candidato ao cargo máximo do País trate a cultura de maneira tão superficial e sectária.
Eu também acho.
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