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quarta-feira, 27 de abril de 2011

JORNALISTAS, REQUIÃO E DELEGADO FLEURY

O ex-governador Leonel Brizola ficou fora do Brasil na qualidade de exilado das forças da ditadura militar, durante uns 15 anos. Quando retornou, com a democracia engatinhando, disse que a nossa imprensa era a melhor do mundo etc. e tal, e que dela muito se orgulhava, pois através dela ficava sabendo o que ocorria no País.
Tanto tempo depois, ainda ouço e leio declarações de figurões da República espinafrando jornalistas, como o fez esta semana esse Requião senador do PSDB pelo Paraná.
Ele não gostou de ser questionado por um repórter sobre a pensão de R$ 24 mil que recebe do erário, como ex-governador do Estado do Paraná. E por não gostar do questionamento, arrancou abruptamente das mãos do repórter um gravador e o ameaçou: “Você já pensou em apanhar, rapaz?”
Triste episódio.
A imprensa ainda é a culpada de tudo, acusada etc.
São muitos os episódios parecidos com esse protagonizado por Requião, envolvendo profissionais da imprensa e figurões da vida pública.
Também aconteceu comigo nos meus tempos de Folha.
E ainda pior: apanhei do delegado Fleury durante uma entrevista coletiva, diante de alguns colegas que riam, enquanto ele, apoplético, gritava impropérios e me expulsava de seu gabinete a tapas e pontapés, no DOPS.
Apenas um jornal registrou isso, em poucas linhas: o JT.
Faz muito tempo.
Antes, noutra ocasião, eu quis saber do seu envolvimento com o Esquadrão da Morte, e ele disse: "No momento estou sub judice e acho um desrespeito à Justiça falar agora".
E prometeu que um dia responderia a tudo que lhe perguntassem, mas não deu tempo.
Na madrugada de 1º de maio de 1979, ele escorregou de sua lancha Adriana I, no ancoradouro de Ilhabela, litoral Norte de São Paulo, e morreu afogado, segundo o noticiário da época.
Detalhe: a matéria era para a Folha, mas a Folha, capitaneada por Bóris Casoy, não publicou. O Pasquim não só a publicou em várias páginas, como ainda deu capa.
Não está na hora de acabar com esse negócio de impedir o trabalho de jornalistas?

Um comentário:

  1. O comportamento da "Maria Louca" - às vezes mais louca do que Maria, às vezes mais Maria do que louca - é mais inaceitável ainda porque, fora os protestos de sempre, nem a Comissão de Ética do Senado se manifestou.

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