Leitores
de jornais e revistas do mundo todo estão em revoada, se alojando nas asas da
Internet desde fins dos anos 1990.
É
fato.
É fato
também que o rádio, a televisão e, principalmente, a indústria da mídia
impressa assustou-se com a WEB - gigante de múltiplos braços, pernas, dedos e
cérebros - no primeiro momento e até agora.
A WEB
chegou de repente, com a força de um terremoto acenando uma bandeirinha
norte-americana que esvoaçava aparentemente ingênua e sem propósitos no
redemoinho da ignorância do mundo.
Duas
décadas se passaram.
Tonteada,
o que fez a indústria impressa?
Nada;
preferiu o modo mais fácil de padecer, que é a acomodação.
O
resultado é dos mais catastróficos da história desde Gutenberg, que dizem que
morreu pobre, pobre, porque nem a patente de sua invenção ele a registrou.
Nem
tudo, porém, parece estar perdido; mas que o arrepio é grande, ah! Isso é.
Por
iniciativa da Mega Brasil - que é associada à Jornalistas&Cia -, foi à
prática ontem no Auditório Mário Henrique Simonsen do Jockey Club, administrado
pela BM&FBovespa, no centro da capital paulista, o mote Caminhos da
Sustentabilidade: Como as Novas Tecnologias Estão Impactando o Modelo de
Negócios na Imprensa, o Fazer Jornalístico e o Relacionamento Com o Mundo
Empresarial.
As
novas tecnologias têm um nome próprio: WEB, World Wide Web, isto é: rede
mundial de tudo que se refere a nosso planeta e às pessoas, de modo geral.
A WEB
é a grande revolução dos tempos.
Pois
bem, a discussão do seminário durou exatas duas horas e meia e contou com a
presença de preparados profissionais à frente de alguns dos principais jornais
do País, como Folha de S.Paulo (Sérgio Dávila), Vera Brandimarte (Valor
Econômico) e Pedro Dória (O Globo), sob a mediação do ex-editor do Estadão e
ex-ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Miguel
Jorge.
Falou-se
de obviedades, como a importância da imprensa no mundo; e que sem a imprensa os
governos, quaisquer governos, deitam e rolam e podem até se transformar em
ditadores.
Falou-se
da queda de assinantes de jornais e revistas, é claro.
Falou-se
do mais importante jornal do Japão (Yomiuri Shimbun), que nos últimos anos
perdeu cerca de 1,5 milhão de leitores.
Falou-se,
inclusive, que para sobreviver os jornais precisam de redações qualificadas
etc.
E
tudo ou quase tudo isso dito num palavreado bonito e recheado de expressões
próprias da língua do esperto Tio Sam, que aos ouvidos do padrão médio
brasileiro nos soam um tanto esquisitas.
A
Folha, disse o seu representante, procura fugir dos lugares-comuns nos casos de
grandes notícias ou tragédias, como renúncia de presidente, papa ou incêndio de
proporções como o ocorrido recentemente em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
O
representante d´O Globo, a respeito da tragédia sulista, disse que seu jornal
procurou fazer o mesmo, indo além da notícia e incluindo nas informações a
ideia de levar emoção aos leitores. E não à toa, versos do poeta gaúcho Carlos
Nejar apareceram ao lado de uma foto que por si só traduzia toda a tristeza que
a tragédia provocou.
Pouco
antes do término, três profissionais dirigiram perguntas à mesa.
Uma
delas do jornalista multimídia ex-Folha e ex-Estadão, Luciano Martins Costa,
como um torpedo atingiu o alvo.
Tinha
a ver com homogeneidade.
A
mesa se mexeu, mas não conseguiu convencer a plateia com a resposta de que não
há homogeneidade na imprensa.
Ou
seja: tudo continua igual como antes, no quartel de Abrantes.
Uma
imagem?
Vejo
a imprensa hoje como um cachorrinho de madame correndo em volta do próprio
rabo.
E
ainda ouvi alguém dizer que os leitores não têm tempo para ler grandes
reportagens.
É o
fim.
Pois
é, é o fim!
E com
isso eu também morro de tristeza, porque jornalismo é a minha profissão.
Orgulho-me
de ser jornalista.
BBB13
Acabo
de receber informação que o BBB13 bateu recorde ontem à noite, de 31 pontos.
E aí,
o que fazer?
E
ninguém põe em discussão a importância da educação, para a conquista e retomada
de leitores de jornais e revistas.
É
preciso plantar.
Quem
ler mais sabe mais e não fica nessa bobagem de BBB, por exemplo.
ESPECIAL
CÂMARA CASCUDO, clique:
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular05.pdf
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Ótima notícia. Ótima crítica. Bom poder contar com jornalistas ainda comprometidos.
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